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Começar um texto com uma boa descrição de personagem prende a atenção do leitor ao mesmo tempo em que estabelece o tom da história, tanto para ficção quanto para outros estilos literários. O papel do escritor é ser os olhos, os ouvidos e a consciência do leitor. [1] Uma boa descrição precisa parecer ser realista, oferecendo imagens vivas sobre a personalidade e o passado do personagem. [2]

Parte 1
Parte 1 de 3:

Descrevendo a aparência física

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  1. Consulte e use o perfil preparado como referência durante todo o processo de escrita. A princípio, ele servirá para ajudar a decidir quais características físicas serão importantes revelar ao leitor. [3]
    • Caso tenha a habilidade necessária, desenhe o personagem, acrescentando todos os detalhes possíveis. Quanto mais características você souber, mais fácil será para destacar as mais singulares ao longo da história. [4]
    • Não vista o personagem com roupas genéricas, a não ser que elas tenham algo que as diferencie. A calça jeans que ele veste tem rasgos, manchas antigas, é desbotada ou tem algo que possa dar a ideia de que é a favorita dele? O estilo da calça ou o tipo de manchas (graxa, por exemplo) são bons indicativos dos locais que ele frequenta.
  2. O objetivo é fazer um esboço visual rápido de uma pessoa que o leitor ficará com vontade de conhecer mais.
    • Não descreva detalhadamente a figura do personagem. [5] No papel de observador, pergunte-se qual é a primeira característica que você observa nele.
    • Ele tem cicatrizes, tatuagens ou traços peculiares que se sobressaem (olhos grandes e claros, por exemplo)? É possível ver claramente o rosto dele, ou há algo que atrapalhe, como uma máscara, um chapéu ou óculos grandes demais?
  3. Uma descrição muito direta não estimulará a imaginação do leitor e, portanto, não será interessante. Faça uso de metáforas para comparar duas coisas que, embora não tenham relação, compartilham algo em comum. [6] Alguns exemplos são: “cego como um morcego”, “um coração de ouro” e “teimoso como uma mula”.
    • Prefira citar algo que tenha a mesma tonalidade de verde dos olhos do seu personagem, em vez de simplesmente dizer que os olhos dele são verde. Por exemplo: eles são cor de ervilhas, ou cor de floresta tropical ou cor de penas de papagaio. [7]
    • Não use clichés, crie as suas próprias comparações. Um exemplo de cliché é dizer que “ela é linda como uma rosa”. Como isso já foi dito uma infinidade de vezes, o leitor não para mais para analisar o significado, o que acaba atrapalhando a sua descrição. Use a imaginação para não criar descrições que não passem informações realistas sobre o personagem. Lembre-se de que beleza é algo subjetivo, portanto, nem todo mundo acha que as rosas são lindas. [8]
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Descrevendo a personalidade

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  1. Faça uma lista de talentos, pontos fortes e fracos, valores morais, gostos e antipatias, entre outras informações pessoais que queira inventar. O leitor não precisará ter acesso ao perfil completo do personagem, mas esses dados o auxiliarão, como escritor, a fazer decisões importantes para o desenrolar da história.
    • Reflita um pouco sobre como o personagem vê a si próprio e como as outras pessoas o veem. [9] Os pontos de vistas são compatíveis ou se contradizem? Os talentos e os pontos fortes do personagem são compatíveis com os planos que ele tem para o futuro?
    • O importante é que o leitor saia com uma impressão de como o personagem é como pessoa, não apenas como é a aparência dele. [10]
    • As roupas dele são cuidadosamente passadas e feitas sob medida ou são amassadas e desalinhadas, como se ele tivesse acabado de se levantar da cama? Na primeira opção, ele seria um personagem que dá muito valor à aparência. [11]
    • Observe se não está faltando ou sobrando nada. Ele está andando na neve de chinelos de dedo ou de sobretudo embaixo de um sol de 40 °C? [12]
  2. Descreva-o interagindo com o ambiente ao redor. Com isso, o leitor obterá pistas de como o personagem pensa, se ele é inteligente, manipulador, etc. Assim, a história ganha mais ação e deixa de se parecer um pouco com um retrato falado. [13]
    • Seja específico e concreto. Quais sites ele está vendo na internet? Ele está andando a passos largos e confiantes ou arrastando o pé, com preguiça? [14]
    • Mesmo se ele não estiver fazendo nada, o leitor conseguirá inferir algo sobre a personalidade dele. [15]
  3. Quando alguma ação simples estiver em andamento, um pensamento ou diálogo podem ajudar a prender melhor a atenção do leitor. [16]
    • Ao escrever um diálogo, não se esqueça de refletir o tom, a inflexão, as pausas, os tiques e as escolhas particulares de palavras.
    • Ele costuma gesticular ou usar algum outro tipo de linguagem corporal enquanto fala? Ele diz o que pensa realmente ou está escondendo algo? [17]
  4. Não restrinja os verbos apenas a descrever os movimentos do personagem. Por exemplo: os cadarços do sapato dele se arrastavam pelo chão, os longos cabelos voavam ao vento, a xícara de café permanecia intocada e esfriando sobre a mesa. [18]
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Descrevendo o ambiente

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  1. O ambiente pode sugerir algo importante sobre a personalidade ou sobre o estado de espírito atual dele. A descrição também deve preparar a cena para o que está prestes a acontecer.
    • A localização da casa, o tamanho, o estado de conservação, a decoração e a arrumação podem oferecer boas dicas sobre a personalidade do personagem.
    • Se ele estiver em um bar, por exemplo, explique se é um local conhecido e bem frequentado ou uma espelunca de beira de estrada que ninguém conhece. Deixe claro se ele se sentou nos fundos ou próximo de outros clientes.
  2. De forma realista e atraente, diga o que o personagem está vendo, sentindo, cheirando ou ouvindo. [19]
    • Por exemplo, não fale apenas que ele está tomando café, detalhe de que tipo é: expresso, mocha ou simplesmente preto.
    • Descreva o aroma de cebola frita com linguiça que paira no ar, a música tocando na jukebox, o falatório dos motoqueiros na mesa ao lado. Dá para ouvir um vira-lata latindo do lado de fora? O sol está entrando pelas janelas e obrigando todos a continuarem de óculos de sol?
  3. Esse é um bom recurso para desenvolver a personalidade do personagem.
    • Explique como ele chegou lá: foi tentando encontrar um local novo para frequentar, foi uma sugestão de primeiro encontro ou ele está perdido?
    • Descreva exatamente o que o deixa pouco à vontade na cena. [20]
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Dicas

  • Lembre-se de que o personagem tem que mudar no decorrer da história, o que ocorrerá devido ao resultado de suas ações e o consequente desenvolvimento de sua personalidade. Atualize o perfil dele à medida que as mudanças ocorrerem. [21]
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Avisos

  • Somente descreva em detalhes os personagens principais. Não sobrecarregue nem distraia o leitor do foco da história, apresentando detalhes de todos os personagens.
  • Não complique demais as descrições. Escolha a maneira mais simples de contar a história e não tente colocar todas as palavras do dicionário nela. [22]
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