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Por que não conseguimos nos lembrar dos primeiros anos da vida? E por que alguns de nós esquecem até momentos específicos da infância e da adolescência? Se você tem essas e outras dúvidas, bem-vindo ao clube! A ciência já comprovou que muitos fatores afetam a capacidade humana de se lembrar das coisas. Estresse, traumas, problemas de saúde e até casos comuns de "amnésia infantil" são alguns deles — mas pode ser difícil saber qual (ou quais) afeta cada pessoa. Foi por isso que criamos este artigo, que traz dicas interessantes e úteis sobre o assunto. Leia o passo a passo abaixo e entenda melhor o fenômeno!

O que você precisa saber

  • A amnésia infantil é completamente normal. Bebês e crianças jovens vivem aprendendo, mas seus cérebros não armazenam experiências na memória de longo prazo.
  • Pesquisas indicam que adultos de todas as idades têm a mesma dificuldade de se lembrar de detalhes específicos dos seus primeiros anos.
  • Traumas e estresse podem interferir na nossa capacidade de formar e acessar lembranças. Isso vale para adultos, adolescentes e crianças.
  • Certos problemas de saúde físicos e mentais também afetam a memória, assim como determinados medicamentos e tratamentos.
Método 1
Método 1 de 5:

É normal não se lembrar da infância?

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  1. Bebês e crianças pequenas vivem aprendendo, mas seus cérebros não armazenam experiências na memória de longo prazo — ao contrário dos adultos. Quanto aos mais velhos, pesquisas indicam que adultos de todas as idades (dos 20 aos 70) têm a mesma dificuldade de se lembrar de detalhes dos seus primeiros anos. [1]
    • Pesquisas indicam que crianças de sete anos conseguem acessar memórias dos três anos em diante. No entanto, quando elas chegam aos nove, a maioria dessas lembranças já se perdeu. [2]
    • O cérebro humano consegue se lembrar de várias informações obtidas na infância: cores, formas, números, dias da semana etc. O que falta é o contexto — onde estávamos, com quem estávamos e o que fazíamos no momento do aprendizado. [3]
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Método 2
Método 2 de 5:

Por que algumas pessoas não conseguem se lembrar da adolescência?

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  1. Talvez você se lembre de uma parte do ensino médio, por exemplo. Mas como eram os seus dias? Como era o ambiente da escola? Onde seus colegas se sentavam na sala? É normal não ter nem ideia disso. À medida que o tempo passa, não só esquecemos detalhes específicos de eventos do passado, mas a vividez dessas lembranças também vai embora — como uma fachada de loja que desbota depois de passar muito tempo exposta ao sol. [4]
    • Por outro lado, eventos que têm importância emocional podem ficar perfeitamente preservados na memória. O cérebro retém memórias impactantes e descarta as demais aos poucos.
  2. Se você não se lembra de nada dessa época da vida — ou mesmo de longos períodos dela, como o ensino médio —, pode ser caso de um problema de saúde. A depressão durante a adolescência, por exemplo, já foi associada à perda de memória. [5] O mesmo acontece com outros quadros clínicos.
    • Consulte um médico ou profissional da saúde mental se você estiver preocupado com a situação. Existe tratamento para muitos casos de problemas de memória, como depressão ou transtornos neurológicos.
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Método 3
Método 3 de 5:

Como o estresse e traumas afetam a memória

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  1. Presenciar cenas de violência doméstica, ser forçado a viver longe do pai ou da mãe, sofrer bullying na escola e ter conflitos de identidade são exemplos de situações que causam estresse crônico em crianças e adolescentes. Quando esse estresse persiste por muito tempo, ele pode afetar o hipocampo e amígdala — duas partes do cérebro que têm um papel importante na formação e no armazenamento de memórias. [6]
    • Quando estamos estressados, o cérebro pode não armazenar memórias tão bem quanto quando nos sentimos relaxados ou seguros. [7]
  2. Viver situações de abuso físico, emocional ou sexual pode desencadear uma resposta de medo no cérebro. Além disso, certos traumas conseguem reescrever a forma como o cérebro funciona e "bloquear" o que está acontecendo, o que dificulta a recapitulação de detalhes específicos depois. [8] Por fim, embora traumas afetem adultos e crianças, estas são ainda mais suscetíveis aos impactos negativos — afinal, ainda estão em fase de desenvolvimento.
    • Cada pessoa responde de forma diferente a situações traumáticas. Muitas conseguem se lembrar desses eventos com clareza, mesmo quando outras não retêm nada.
  3. Para ilustrar essa contradição, imagine uma pessoa que sofreu um acidente de carro: pode ser que ela se lembre vividamente do acidente, como se estivesse vendo um filme. Isso acontece quando algo chocante se fixa na memória para sempre. [9] Mas o que vem em seguir — o resgate e o caminho até o hospital, por exemplo — pode ser um mistério total. Essas são as chamadas "memórias fragmentadas", já que apenas partes isoladas do ocorrido fazem sentido. [10]
    • Viver eventos traumáticos durante a infância ou adolescência pode deixar períodos inteiros dessas fases da vida turvos na memória.
    • Por exemplo: talvez uma pessoa consiga se lembrar perfeitamente de quando perdeu o pai ou a mãe na adolescência, mas não dos meses que se seguiram à morte. Essas "lacunas" na memória costumam acontecer após situações muito tensas.
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Método 4
Método 4 de 5:

Outras possíveis causas

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  1. Não é segredo que a depressão e a ansiedade tornam a vida mais difícil, mas também podem causar esquecimentos e perdas de memória. [11] Se você tem algum transtorno de humor, por exemplo, talvez seja difícil lembrar detalhes da sua vida, incluindo da infância e da adolescência.
    • Consulte um psicólogo, psiquiatra ou outro profissional da saúde mental se você estiver com algum problema do tipo.
  2. Transtornos neurológicos, problemas de aprendizagem e até a privação do sono podem afetar a capacidade do cérebro de formar ou acessar lembranças. Quem vive com epilepsia, por exemplo, nem sempre consegue armazenar e recuperar memórias de longo prazo, enquanto pessoas com TDAH podem ter dificuldade para se concentrar e reter novas informações. [12]
    • Certos medicamentos e tratamentos também podem afetar a memória. A eletroconvulsoterapia, por exemplo, causa perdas de memória de longo prazo, enquanto alguns anti-histamínicos afetam a concentração e evitam o armazenamento de lembranças. [13]
    • Consulte um neurologista ou outro profissional da saúde se você achar que seus problemas de memória podem ter a ver com isso.
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Método 5
Método 5 de 5:

Dicas para acessar memórias da infância e da adolescência

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  1. Encontre registros de períodos da sua vida que você está com dificuldade para acessar. Fotos de família, álbuns de viagem, vídeos de festas etc. podem ser muito úteis para formar uma "linha do tempo" dos seus primeiros anos. [14]
    • Encontre fotos e vídeos que tenham alguma importância emocional para você.
    • Se você tiver dificuldade de se lembrar do ensino fundamental, por exemplo, busque fotos dessa época que tragam pessoas, lugares e eventos — como seus professores ou a casa em que você vivia.
  2. Desenhos, quadrinhos, músicas, livros e filmes podem transportar você aos primeiros capítulos da sua vida. Por exemplo: talvez ver determinado filme ajude você a se lembrar da primeira vez que o viu, incluindo onde e até com quem estava. Veja quais desses produtos ou conteúdos ativam sua memória. [15]
    • Você também pode ver ou ler algo de que algum conhecido seu costumava gostar. Por exemplo: se seu melhor amigo na infância era aficionado por uma banda específica, ouça algumas músicas dela e veja se isso traz alguma coisa à tona.
    • Você tinha o hábito de escrever um diário? Leia-o! Pode ser que ele reative muitas lembranças.
  3. Passe um dia na sua cidade natal ou naquela praça onde você costumava brincar. Encontre seu antigo ponto de ônibus ou faça o caminho até a casa onde você morava a pé. Reviver essas experiências pode ser um jeito legal de acessar lembranças de pessoas, coisas e momentos específicos. [16]
    • Se possível, leve alguém que você já conhecia na época — como um irmão ou velho amigo. Fale de seus sentimentos e lembranças e veja o que ele diz.
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Sobre este guia wikiHow

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