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Escrever sobre uma cidade fictícia é um desafio bastante divertido. As cidades reais são povoadas por pessoas reais e, para criar uma cidade fictícia e usá-la em uma história, é preciso despertar sua imaginação e se concentrar em todos os detalhes para dar vida à ela e à população dela.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Analisando exemplos de cidades fictícias

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  1. As cidades das histórias normalmente são essenciais para o mundo onde um livro se passa, complementando ou reforçando as características dos personagens e dos eventos ocorridos. Alguns exemplos incluem: [1] [2]
    • A cidade de Basin City, ou Sin City, em Sin City , de Frank Miller.
    • A cidade de Porto Real em A Guerra dos Tronos de George R. Martin.
    • A cidade de Oz (A Cidade Esmeralda) em O Mágico de Oz de L.Frank Baum.
    • A cidade do Condado em O Hobbit de J.R.R. Tolkien.
  2. Após ler um pouco sobre as cidades fictícias acima — e outras —, pare e pense um pouco sobre o que as torna tão bem escritas. Assim, você terá uma ideia melhor de como escrever sobre sua própria cidade. [3]
    • A maioria das cidades fictícias é descrita com o desenho de um mapa pelo autor do livro ou por um ilustrador contratado por ele. Analise os mapas das cidades fictícias e observe os níveis de detalhes deles. Por exemplo, o mapa do livro O Hobbit inclui os nomes dos lugares na linguagem do livro e também apresenta os nomes de marcos e estruturas na região fictícia.
    • Observe os nomes das áreas ou ruas. Os nomes escolhidos pelo autor podem ter uma enorme importância, pois simbolizam alguns aspectos do mundo do livro. Por exemplo, o nome "Sin City" nas graphic novels de Frank Miller indica que a área é conhecida pelos habitantes pecadores — o subtítulo "Cidade do Pecado" foi utilizado em algumas das publicações para tornar isso mais claro para os leitores brasileiros sem conhecimento de inglês. O nome informa o leitor sobre a região e o que esperar os personagens.
    • Veja como o autor descreve a cidade. Ele a caracteriza através de determinadas descrições? Em A Guerra dos Tronos , por exemplo, George R. Martin descreve o Porto Real como sujo e fedorento, mas diz que também é a cidade que abriga o trono. A descrição cria um contraste interessante para o leitor.
  3. Por mais que pareça mais fácil localizar a história em um local real, ao construir sua cidade, você pode usar a imaginação e entrar de cabeça no mundo fictício. Os personagens precisam de lugares para trabalhar e interagir, certo? Ao criar a cidade, você pode juntar elementos de diversas áreas do mundo real. [4]
    • Você ainda pode utilizar os elementos que desejar de cidades reais que conhece bem, como sua cidade natal, sob um novo ponto de vista. Se tem familiaridade com uma área específica do mundo real, use o que conhece e mude levemente a situação para criar um mundo fictício.
    • Criar uma cidade fictícia também melhorará a qualidade da escrita: quanto mais crível for a cidade no livro, mais crível será o mundo do livro para o leitores. Criar um ambiente convincente fortalecerá também os personagens da história, pois ela ajuda a explicar as ações dos personagens e a colocá-los sob uma nova perspectiva.
  4. Outra opção é usar uma cidade que conhece bem e adicionar elementos fictícios a ela. Uma das vantagens disto é utilizar os conhecimentos que tem como modelo para os elementos fictícios que deseja explorar no livro. Você também pode pegar marcos físicos ou áreas da cidade e mudá-los de acordo com a imaginação. Assim, a cidade fictícia parecerá mais real.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Criando os elementos fundamentais da cidade

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  1. Este é um dos principais elementos de qualquer cidade, certo? Ele provavelmente será repetido com frequência na história pelos personagens ou pelas descrições, logo, deve-se pensar em um nome que soe bem e tenha um propósito. [5]
    • Se quiser dar um toque mais "pé no chão" para a história, escolha um nome que pareça genérico e "comum". Nomes de santos e presidentes da república são bastante comuns, aparecendo em diversos estados diferentes, além de não contarem muito sobre a cidade em questão. Evite usar nomes muito característicos como Springfield — os leitores certamente associarão o seu texto com o desenho dos Simpsons.
    • Escolha um nome que combine com a região onde a cidade está localizada. Se a história se passa na Alemanha, por exemplo, escolha um nome ou termo alemão que combine com ela. Se a cidade está no Canadá, escolha um nome de cidade real de lá e mude-o um pouco para criar o nome fictício.
    • Evite nomes óbvios demais, como "Vingança" ou "Inferno", pois o leitor já saberá logo de cara o significado por trás do nome. Tais obviedades podem funcionar apenas quando a cidade funciona em contraste com o nome. Por exemplo, uma cidade chamada "Inferno" com habitantes gentis e extremamente agradáveis.
  2. Agora que já deu um nome, é preciso pensar no que aconteceu na cidade até agora. Assim, você dará mais credibilidade para os personagens, fazendo com que o leitor acredite mais na história. Responda diversas questões sobre a cidade, incluindo: [6]
    • Quem fundou a cidade? Pode ser um explorador solitário que trombou com a terra, ou um povo nativo que a construiu com ferramentas básicas. Pense nos indivíduos responsáveis pela origem da cidade.
    • Quando a cidade foi fundada? Isso pode ajudá-lo a ter uma ideia melhor do desenvolvimento do local, pois uma cidade fundada há 100 anos terá uma história mais densa do que uma fundada há 15 anos.
    • Porque a cidade foi fundada? Responder a pergunta o ajudará a descrever melhor o passado do local. Talvez ela tenha sido fundada através da colonização de um explorador estrangeiro. Talvez tenha sido fundada por pessoas que encontraram a terra vazia. Os motivo o ajudarão a compreender melhor os personagens, pois eles talvez tenham conexões pessoais com a cidade devido ao passado dela.
    • Qual a idade da cidade? Este é um elemento muito importante; uma cidade mais antiga pode apresentar detalhes preservados do passado, enquanto uma mais nova pode ter poucos prédios antigos e um planejamento mais experimental.
  3. A cidade é cercada por montanhas e florestas ou fica no deserto, cercada de dunas? Ela pode ser mais urbana, com uma população enorme e diversos arranha-céus, ou pequena, com uma população diminuta e poucas ruas. Concentre-se em como um estranho veria a cidade, incluindo a vegetação, o terreno e o visual.
    • Pense também no clima. Ela é quente e úmida ou fria e seca? A questão também depende da época do ano onde a história se passa. Em uma história que se passa no meio do inverno em uma cidade próxima do Rio Grande do Sul, por exemplo, o clima pode ser quente durante o dia e frio durante a noite.
  4. Leve em consideração os indivíduos que compõem a população, incluindo dados como raça, gênero e classe. Por mais que seja ficcional, a cidade deve apresentar variações e detalhes que a tornem mais genuína. [7]
    • Pense nos grupos raciais e étnico da cidade. Existem mais negros do brancos? Determinados grupos vivem em áreas específicas da cidade? Existem áreas onde alguns grupos não são permitidos ou nas quais sentem-se desconfortáveis?
    • Pense na dinâmica de classes da cidade. Um personagem de classe média pode viver em uma área da cidade, enquanto outro mais rico vive em um local mais caro e luxuoso. A cidade pode ser dividida por classes, com algumas áreas disponíveis apenas para certos níveis sociais.
  5. A representação física pode ajudar bastante na hora de escrever, mesmo quando não se entende muito bem de ilustração. Faça um esboço simples da cidade, incluindo os principais marcos dela, as casas dos personagens e os locais mais frequentados por eles. [8]
    • Detalhe os marcos da cidade, como as montanhas ou as dunas que a contornam e protegem a fronteira. Adicione o máximo possível de detalhes para construir um mundo fictício ainda mais convincente.
    • Se conhece alguém que mande bem nas ilustrações, peça ajuda para desenhar um mapa mais completo. Se preferir, você pode utilizar o computador para construir o mapa. Use softwares como o Photoshop para recortar e colar imagens da internet para criar um mapa ou uma representação física da cidade.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Criando os elementos específicos da cidade

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  1. Agora que já definiu os elementos fundamentais dela, comece a diferenciá-la! Pense em elementos únicos e interessantes que tornam a cidade um local sobre o qual vale a pena ler! Talvez a cidade seja assombrada e apresente histórias de fantasmas que são passadas de geração em geração. Deixe a criatividade fluir! [9]
    • Pense nas características que definem a cidade para o resto do mundo. Ela pode ser reconhecida como o centro de comércio da região ou ser conhecida por conta de um time esportivo renomado, por exemplo.
    • Pense nas coisas que os moradores da cidade amam nela para dar um toque mais real. Quais os pontos de encontro da cidade? O que na cidade dá orgulho aos moradores? Do que eles tem vergonha?
  2. Por mais tentador que seja detalhar o mundo fictício inteiro, é preciso se concentrar no que é importante para a história que quer contar. A cidade deve trabalhar para a história e para os personagens, não o contrário. Desenvolva toda a cidade, mas foque-se nos locais onde os personagens passam mais tempo. [10]
    • Por exemplo, digamos que os personagens passem muito tempo em uma escola particular no centro da cidade. Pense em detalhes da escola, desde a aparência (interna e externa) dela ao mascote. Concentre-se nos arredores da escola e na arquitetura interna dela, incluindo salas de aula e outros ambientes.
  3. Para se criar um mundo crível, é preciso fazer com que o leitor sinta-se dentro do local, citando desde o cheiro do lixo aos barulhos nas ruas. Crie descrições que ativem a visão, o paladar, o olfato, o tato e audição do leitor para criar uma cidade com vida. [11]
    • Por exemplo, digamos que a cidade tenha um rio poluído. Pense em como é o cheiro conforme passa pelo rio e faça os personagens comentarem sobre o cheiro, o visual e os sons do rio.
    • A história provavelmente apresentará diversos locais recorrentes. Use os cinco sentidos para descrevê-los e criar uma história ainda mais convincente.
  4. O leitor sabe que está lendo uma obra de ficção e aceitará elementos estranhos e imaginários, mas pode ser uma boa ideia incluir elementos reais na cidade para criar uma visão mais realista dela conforme a história avança. [12]
    • Por exemplo, digamos que os personagens passem uma boa parte da trama em uma área urbana e densa da cidade. Ela pode ser populada por criaturas estranhas, mas também apresentar elementos encontrados em áreas urbanas reais como prédios, ruas e becos. Misturar detalhes reais e imaginários ajuda a criar um mundo mais verdadeiro.
  5. Após detalhar bem a cidade fictícia, coloque os personagens para interagir com ela! O ambiente deve avançar a história e os personagens devem acessar elementos da cidade necessários para levar a trama adiante. [13]
    • Por exemplo, digamos que um personagem precise acessar um portal mágico no meio da cidade para viajar o tempo; descreva bem o portal dentro da cidade! Ele deve conter detalhes suficientes para ser visualizado pelo leitor e a interação com os personagens devem ser interessantes. Assim, a cidade ficcional avança as necessidades e os objetivos dos personagens!
  6. Um grande desafio na hora de escrever sobre uma cidade fictícia é evitar os momentos de descrição óbvios, quando se coloca a descrição na boca do personagem para informar o leitor. Assim, parecerá que você está querendo "falar" através do personagem de modo forçado. Para contornar isto, use as vozes dos personagens para descrever a cidade.
    • Coloque os personagens em situações onde devem caminhar em determinados locais ou interagir com seções específicas da cidade. O personagem pode usar alguma instalação na cidade e descrever as sensações disto! Assim, você poderá descrever a cidade através da perspectiva do personagem, criando descrições mais convincentes.
    • Uma boa ideia é fazer com que os personagens tratem os elementos mais fantásticos e estranhos da cidade de modo casual. Se ela fica debaixo d'água por exemplo, um personagem que mora nela há muito tempo pode não se surpreender com o fato de ter de entrar em um submarino para visitar os vizinhos. Descreva-o então entrando no submarino e programando o destino de modo casual e cotidiano. Assim, o leitor compreenderá que os submarinos são comuns na cidade e são utilizados como transporte sem precisar dizer isso explicitamente .
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