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Antigamente, fazer música com qualidade de estúdio exigia anos e anos de experiência em composição e engenharia de som – além de muito dinheiro. Atualmente, no entanto, é possível criar lindas músicas em casa, com apenas um computador, um bom programa de áudio e algumas horas de prática.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Encontrando o equipamento certo

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  1. Essa sigla em inglês significa Digital Audio Workstation, ou seja: estação de trabalho para áudio digital. Existem várias DAWs e cada uma delas exige um tipo específico de sistema para poder funcionar, portanto, antes de comprar um computador, é importante escolher a DAW. Dentre as mais usadas, veja algumas sugestões: [1]
    • O “Image-Line FL Studio” é uma das opções mais poderosas dentro da marca Fruity Loops e, normalmente, acompanha atualizações grátis.
    • O “Ableton Live” é uma das mais escolhidas por compositores e artistas que se apresentam ao vivo, o que se deve ao fato de que ela possui uma boa integração com equipamentos externos, tais quais sintetizadores e o controlador Push 2.
      • Os controladores podem ser vistos como interfaces de comando para uma DAW. Ou seja, é possível produzir sons na DAW pressionando os botões ou as teclas de um controlador.
    • O “Steinberg Cubase Pro” é uma DAW muito bem equilibrada, contando com excelentes ferramentas digitais, como a função de ajuste cromático, na tela “Sampler Track”.
    • A “Avid Pro Tools” é, possivelmente, a DAW mais conhecida entre os produtores e, sem dúvidas, é uma ferramenta que não pode faltar na maioria dos estúdios.
    • A “Apple Logic Pro”, embora esteja disponível apenas para os usuários da Apple, é uma das DAWs mais fáceis de usar, pois conta com rótulos bem posicionados e navegação intuitiva. [2]
    • O “Reaper” é uma DAW que pode ser baixada gratuitamente para um período de teste de 60 dias. Depois Disso, o usuário tem duas opções: pagar 60 dólares ou fazer uma doação. Se nenhuma das opções for boa para você, basta discordar e continuar usando o programa gratuitamente.
  2. ou compre um computador. Dá para economizar bastante dinheiro montando ou comprando um computador com placa de vídeo “onboard”, já que a DAW não exige bons gráficos para funcionar. Caso tenha optado por uma DAW como “Pro Tools”, “GarageBand” e “Logic”, por exemplo, talvez seja melhor comprar um Mac, já que elas são exclusivas da Apple ou pensadas para funcionar melhor nesse tipo de computador. Além do mais:
    • Os notebooks são mais indicados para artistas que pretendem tocar ao vivo. Caso esse não seja o seu objetivo, prefira comprar um computador de mesa, pois ele durará mais, será mais barato e funcionará melhor.
    • Escolha um computador com um bom processador – com dois núcleos e 3GHz de processamento, no mínimo.
    • Em se falando de memória RAM, 8 GB é uma boa meta; no caso do HD, pense em algo a partir de 500 GB. Tudo isso permitirá a criação de uma boa biblioteca de áudio e garantirá que o seu computador funcione rapidamente e sem travar. [3]
  3. As DAWs conseguem reproduzir muitos instrumentos digitalmente, entretanto, samplear instrumentos reais pode enriquecer muito mais a sua música. [4] É por isso que você pode acabar achando interessante adquirir teclados, sintetizadores, microfones, controladores, guitarras e etc.
    • Como os instrumentos musicais costumam ser caros, compre os mais importantes primeiro. Para economizar dinheiro, compre um instrumento por vez e vá montando a sua coleção com o tempo.
    • Uma boa maneira de determinar quais os instrumentos mais importantes é pensar na suas habilidades musicais. Por exemplo, para um baterista, a prioridade deve ser adquirir uma bateria digital primeiro.
    • Usar equipamentos reais ajuda a melhorar o desempenho do computador, já que diminui o número de processos que a DAW precisa rodar para executar emuladores internos.
    • Os controladores e sintetizadores tornam a interação com a DAW muito mais física, intuitiva e natural. [5]
  4. Comece procurando por vídeos no YouTube e vá se familiarizando com as ferramentas. Pegue dicas e tutoriais de produtores experientes para aprender a tornar mais eficiente o processo de fazer música digital. [6]
    • Como cada DAW possui ferramentas, atalhos, telas e características diferentes uma da outra, é preciso prática para que o trabalho comece a fluir com habilidade, mesmo quando já se conhece o visual geral e as ferramentas de outras DAWs.
    • Pode ser que hajam cursos grátis online que ensinem a usar a sua DAW. As DAWs pagas, geralmente, disponibilizam vídeos e tutoriais para os clientes. Faça uma boa busca online e levante toda a informação necessária para dominar o programa.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Produzindo música com o computador

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  1. O ideal é manter o número de faixas da música entre cinco e seis. Embora existam exceções, o fato é que quanto maior o número de faixas presentes, maior a complexidade da mixagem, tornando quase impossível a obtenção de um som limpo e claro. Para definir o tempo da música, procure pelo metrônomo dentro da DAW (a unidade de medida dele é BPM – batidas por minuto).
    • Estude bastante o gênero em que pretende criar a sua música. Alguns gêneros são bem específicos, por exemplo: o gênero de música eletrônica “house” possui 120 BPM.
    • Para definir quais instrumentos utilizar e qual será a pegada da música, faça-se a pergunta: “O que eu gostaria de escutar dentro desse gênero?”.
  2. Também conhecida como faixa rítmica, ela é composta pelos sons mais graves e pela percussão da música (a bateria, por exemplo, encontra-se nessa linha). Tente criar algo que seja simples e repetitivo sem ser cansativo. O segredo é manter a simplicidade e ser cativante ao mesmo tempo. [7]
    • Todas as notas graves, mesmo que não venham da bateria, devem ser incluídas na linha do baixo. Tente fazer notas graves no piano e no violão, por exemplo.
    • Replique a linha do baixo de modo que ela passe a preencher toda a duração da música. Pode ser necessário parar ou mudar um pouco esse tema principal durante as pontes e transições (entre o verso e o refrão, por exemplo) . [8]
    • Escute os exemplos da linha do baixo da música “Money” do Pink Floyd e o ritmo grave e insistente da música “My Generation” do The Who. [9]
  3. Componha a melodia . A melodia é a parte principal de qualquer música e, na música popular, é encontrada, principalmente, nos vocais. No geral, a melodia é executada por um instrumento, por uma voz ou pela combinação de ambos. [10] O mais importante é que ela se encaixe na cadência do baixo.
    • Existe uma infinidade de instrumentos que podem ser usados na execução da melodia, contudo, os mais escolhidos são: piano, violão, trompete, trombone, flauta, violino, etc.
    • Tente compor uma melodia que tenha vida. O que mais agrada o ouvinte é poder acompanhar as flutuações de volume e tom que ocorrem ao longo da melodia.
    • Nas músicas com vocais, a melodia deve ser acompanhada pela voz. Caso queira incluir vocais na sua música, observe que será necessário escrever uma letra . [11]
    • Se estiver em busca de inspiração para escrever, escute a música “A Novidade” de Gilberto Gil. [12]
  4. Crie a harmonia . Escolha um ou dois instrumentos para adicionar ao longo da música em vários pontos e criar a harmonia. Com notas soltas, estribilhos ou acordes completos, crie toda a tensão, as pontes e os destaques necessários à letra da música. [13]
    • Insira alguns instrumentos suplementares em alguns pontos específicos ao longo da música. Não use muitos instrumentos nem os faça tocar por longos períodos com os instrumentos principais, a não ser que você queira criar uma música extremamente pesada e com uma mixagem impossível de se fazer. [14]
    • As vozes também podem ser acrescentadas à música como instrumentos suplementares. Uma segunda voz ou um coro podem ser adicionados às pontes e ao refrão, por exemplo. [15]
    • Para ter uma ideia de harmonia, escute a música “Bohemian Rhapsody” do Queen ou a “I Get Around” dos Beach Boys. [16]
  5. Quando estiver na metade da montagem da música, chegará a hora de começar a aumentar o volume e inserir os instrumentos, um por um. Insira, por exemplo, um instrumento específico para destacar uma parte importante da letra (se houver letra). No refrão, por exemplo, costuma-se usar overdub ou acrescentar um coral de vozes para conferir peso e drama. [17]
    • O processo de destacar trechos da música é muito pessoal, por essa razão, pesquise as diferentes técnicas existentes e aplique aquela que tenha mais a ver com o seu gosto.
    • A inclusão de sons inesperados – sirenes, chuva, trânsito pesado, por exemplo – pode surpreender o ouvinte no bom sentido. [18]
    • O coro áspero da música “Mr. Brightside” da banda Killers é destacado por uma miríade de instrumentos suplementares enquanto que na música “American Pie”, Don McLean insere e remove instrumentos o tempo todo para retratar várias mudanças de clima.
  6. Mixe as faixas. Esse processo transformará todas as partes e faixas que compõem a música na DAW em uma única faixa contínua, sem cortes. [19] Masterize todos os instrumentos e as vozes, para que todos os volumes fiquem bem balanceados. Verifique todos os fades e a frequência geral da música. Modere as amplitudes para evitar distorções e para que as transições entre os sons ocorram com suavidade. [20]
    • Mantenha o volume baixo quando estiver realizando os ajustes finais na música, pois essa etapa poderá consumir várias horas. Passar todo esse tempo ouvindo em alto ou médio volumes danificaria a sua audição a longo prazo.
    • As DAWs, normalmente, possuem ferramentas de finalização. O compressor, cuja função é equilibrar o volume geral ao longo da música, é um exemplo dessas ferramentas.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Diversificando os sons

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  1. Transforme o seu smartphone em uma ferramenta de captação de sons. Capture amostras de som da natureza (chuva ou pássaros, por exemplo), uma multidão em um parque de diversões ou o ruído do trânsito do alto de um prédio. Para completar a biblioteca, baixe pacotes de sons do site da sua DAW, peça permissão para gravar apresentações musicais de bandas locais e amigos.
    • Organize a biblioteca com capricho, da mesma forma que faria com arquivos físicos. Por exemplo, crie rótulos como: “Sopro”, “Percussão” e “Violões”.
    • Pode ser que, devido à grande variedade de itens em uma categoria, seja necessário criar subcategorias. Por exemplo, dentro de percussão podem existir subcategorias como: “Pratos” e “Étnicos”.
  2. Os plugins são ferramentas que podem ser adicionadas a qualquer DAW com a finalidade de conferir novas funcionalidades a ela. Algumas das funcionalidades que podem ser obtidas por meio de plugins são: filtros de som auxiliares, novos instrumentos, novos efeitos de voz, etc.
  3. Um editor de áudio, entre muitas outras finalidades, pode ajudar a remover o ruído das gravações, modificar parâmetros (frequência, amplitude, etc.) e inserir efeitos. Existem muitos editores de áudio de alto nível que são gratuitos, veja alguns exemplos:
    • O “Audacity” é um editor muito poderoso que, mesmo sendo grátis, supera muitos programas pagos. Além de trazer um bom manual do usuário, é disponível em português e ideal para principiantes.
    • O “Free Audio Editor” tem uma interface mais leve, menos assustadora e já vem com uma biblioteca de filtros para realizar tarefas como redução de ruídos e sons de respiração.
    • O “Free MP3 Cutter and Editor” é a escolha perfeita para realizar pequenas edições de finalização. Apesar de não ser um programa tão poderoso quanto os outros, ele é ideal para dividir um arquivo MP3 em dois ou mais, por exemplo. [21]
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Materiais Necessários

  • Computador;
  • Programa DAW.

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