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Caminhar em áreas pantanosas pode ser desafiador, e é importante ser capaz de conhecer o terreno e entender as técnicas para uma movimentação eficaz. Enquanto você possa querer atravessar um pântano apenas em casos de emergência, há muitas razões para querer fazê-lo por motivos de lazer, incluindo caminhadas, caça, procura de espécies raras ou acampamento. Neste artigo, você aprenderá sobre os tipos de pântano, as técnicas e até como realizar um auto-salvamento, se necessário.
Passos
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Conheça o tipo de pântano. Nem todos são iguais e alguns são mais perigosos que outros durante a travessia. Leve em consideração a profundidade no local, animais que podem se esconder por lá, plantas (raízes que podem prendê-lo) e outros problemas potenciais. Alguns pântanos típicos incluem: [1] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, <i>Camping & Wilderness Survival</i>, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- Mangue: esse tipo é normalmente encontrado em áreas costeiras tropicais. É um pântano que geralmente tem uma lama macia encontrada em torno das beiras de rios, deltas, enseadas e ao longo de baías rasas de pequenas ilhas. Os mangues crescem muito próximos e geralmente há água em torno deles. Suas raízes são extremamente escorregadias, íngremes e arqueadas, e muitos dos manguezais criam massas impenetráveis de raízes. Geralmente, você achará esses lugares difíceis de entrar, e o risco de escorregar é alto caso ande sobre as formações da raiz. Se a água também é profunda, você não poderá simplesmente atravessar este tipo de pântano. Use uma pequena canoa para que você possa trafegar por segurança, notando que, ainda assim, pode continuar tendo problemas de locomoção.
- Pântanos de selva: esses frequentemente apresentarão um número exuberante de juncos que crescem até 4,5 metros de altura, onde há muita água. Andar em um pântano de selva envolve conseguir enxergar a apenas poucos metros de distância, e o equilíbrio será muito menos seguro do que em qualquer outra superfície de floresta.
- Pântano de água doce: estes pântanos possuem uma profundidade de 0,3 a 1,8 metros. Nos Estados Unidos, os maiores pântanos deste tipo estão nos Everglades da Flórida.
- Pântanos de sal: ocorrem em zonas áridas e podem se transformar em lagos durante a estação chuvosa. Devido à sua salinidade, poucas plantas crescem neles. Eles podem ser atravessados facilmente quando estão secos e duros, mas quando estão molhados, eles podem apresentar uma lama profunda e pegajosa, que é muito instável.
- Pântano de água salgada: este se forma como resultado da atividade da marés e é altamente salino. Eles estão localizados à beira-mar, em deltas de rios e zonas intertidais. Eles são muitas vezes cobertos por grama ao invés de arbustos e árvores. O principal problema ao cruzar este tipo de pântano está no gramado. Alguns pântanos podem ser atravessados por cima caso o gramado seja duro o suficiente. É como andar num trampolim, porque a água está abaixo da cobertura vegetal. Os outros, você tem que separar ou rastejar de barriga. Pântanos de água salgada no sul dos Estados Unidos são os locais favoritos de crocodilos e da cobra mocassim aquática, portanto, é melhor evitar propagar muito barulho no local. Se você for mordido por uma cobra aqui, será quase impossível salvá-lo em tempo hábil, devido às dificuldades de locomoção na área. Tenha cuidado ao cruzar o mar aberto, você pode ser pego por uma maré de entrada e esteja preparado para nadar de volta se isso acontecer, tendo o cuidado de evitar ondas muito fortes, correntes fortes ou contracorrentes.
- Turfeiras de musgo Sphagnum: o musgo Sphagnum é a fonte das turfeiras. Enquanto estes pântanos parecem rasos se observados da superfície, a profundidade cria camadas de lama que faz um caminhante "não" desejar cair lá. Quando o musgo consegue cobrir a lagoa inteira, pode causar o efeito de areia movediça. Este pântano treme ou causa pequenos terremotos debaixo dos pés de quem estiver tentando atravessar e, se você ficar preso , "é quase impossível escapar". [2] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, "Camping & Wilderness Survival", p. 163, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8 Se a água abaixo do pântano for muito profunda e lá não houver nada além de Sphagnum crescendo no topo, não há nada para se apoiar ao tentar sair. Turfeiras têm frequentemente os restos de animais e até mesmo pessoas que caíram neles, imaculadamente mantidos por séculos devido à preservação de ácidos do pântano. Sabe como identificar um e mantenha-se longe!
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Tome cuidado, pois você pode se afogar em um pântano, mesmo se ele for raso. O lodo fofo debaixo da água pode ir bem fundo, aumentando o risco de afogamento se você afundar nele. [3] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, <i>Camping & Wilderness Survival</i>, p. 164, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8 Além disso, pântanos podem parecer seguros e esconder águas profundas abaixo de camadas de turfa.
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Conheça os animais que podem se esconder no pântano. Se você estiver no país onde cobras são muito comuns, tenha muito cuidado, pois é muito provável que elas usem os pântanos como travessia. Pântanos também atraem insetos; leve consigo bastante repelente para insetos e tente manter sua higiene para evitar acumular odor corporal, o que pode atrai-los. É melhor amarrar uma cinta ao redor da parte inferior das pernas da calça para afastar as sanguessugas.
- Faça sua lição de casa e saiba se há animais como crocodilos na água! Alguns corpos de água são muito inseguros para entrar por causa da fauna local.
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Vista-se para a caminhada no pântano. Existem várias possibilidades para calçados em um pântano, variando de pés descalços até botas do tipo sete léguas; a escolha vai depender do tipo de pântano e as suas necessidades de segurança. Você também deve usar um chapéu para proteger a cabeça do Sol e, se o pântano estiver fortemente infestado de insetos, coloque uma rede na cabeça para protegê-la.
- Use camisas de mangas compridas e soltas, e que tenham um botão de colarinho e punhos. [4] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, "Camping & Wilderness Survival", p. 166, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- Paul Tawrell, autor do livro "Camping & Wilderness Survival" (Acapamento e Sobreviência na Natureza, em tradução livre) recomenda usar coturnos para esses ambientes. [5] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, <i>Camping & Wilderness Survival</i>, p. 166, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8 Ele explica que este tipo de bota é leve, muito útil e possui furos para a passagem de ar e que a água que entra na bota escape.
- Considere andar descalço, mas somente se você sabe a profundidade do pântano, e conheça a segurança em termos de animais, insetos e possíveis emaranhados de raízes no local. Quaisquer raízes, juncos ou lixos (incluindo cercas antigas) em um pântano apresentam um perigo para um caminhante com os pés descalços, como sanguessugas, cobras, vermes (em áreas infestadas) e até mesmo peixes. É mais fácil torcer um tornozelo ou quebrar um dedo do pé por ser apanhado nas formações das raízes quando você está de pés descalços.
- Siga o exemplo dos caçadores de patos. Use botas de quadril ou macacões. Não "precisa", mas é preferível.
- Se a água for razoavelmente quente, você pode andar vestindo calça jeans e um velho par de tênis, mas nada muito chique!
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Pesquise. A menos que você se veja na situação de atravessar um pântano ou mangue em uma situação de emergência, vá com calma e estude o local que pretende atravessar. Descubra de moradores o que eles sabem sobre isso e peça dicas de outras pessoas que você conheça que já tenham atravessado locais parecidos. Se o local é usado regularmente, como para a caça, então certamente haverá muita gente com experiência para ajudá-lo.
- Procure por informações online sobre o pântano. Caso seja uma série de pântanos, procure por livros de caminhadas ao ar livre ou guias de viagem que contenham métodos de travessia.
- Se você estiver em um parque nacional ou outro tipo de reserva controlada pelo governo, empresas ou entidades sem fins lucrativos, aproveite-se de suas informações, mapas, conselhos e avisos. Eles vão conhecer o terreno melhor do que você e podem ajudar bastante.
- Pergunte a um clube de caminhadas local para obter informações sobre a travessia do pântano. Eles podem ter percorrido em seus próprios passeios ou talvez tenham avisos sobre isso.
- Consiga um mapa detalhado da área e conheça as imprevisibilidades do terreno. Também é uma boa ideia trazer uma bússola.
- Arranje um guia. Que melhor maneira de descobrir um novo pântano do que usando um guia?
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Faça uso de passarelas. Caso existam, permaneça nelas durante a travessia do pântano. Eles estão lá por várias razões – para proteger você e seu equipamento, para proteger a natureza frágil das plantas crescendo no pântano e para direcionar o tráfego de pedestres de modo a reduzir o impacto no ambiente.
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Vá com um amigo. Todas as atividades aquáticas são mais seguras quando você as faz com um amigo ou acompanhante; ir sozinho para qualquer atividade ao ar livre é pedir por encrenca. Leve um acompanhante ou mais e compartilhe o seu conhecimento.
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Saiba como checar a profundidade. Se você não sabe a profundidade da água, use uma bengala, ramo, ou algum outro item que possa medi-la. Se a medida evidenciar uma profundidade que é demais para que um ser humano a percorra, evite atravessá-la a pé.
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Lembre-se de sempre observar onde você está indo. Se existe um corpo de água próximo ao pântano, você pode ter certeza que terra firme pode ser encontrada, embora possa parecer lamacenta. O solo na margem oposta do lago, baía ou córrego tem uma tendência a reter a água e muitas vezes é bastante suave.
- Procure por vegetação e raízes seguras para pisar enquanto caminha. Eles não vão mantê-lo seguro para sempre, mas diminuirão o quanto você afundará até dar o próximo passo.
- Evite locais com lama plana, a menos que possa testá-las. Muitas vezes elas podem ser à base de areia, mas em muitas áreas de marés são quase como areia movediça.
- Procure por áreas onde há taboas e objetos que podem ser usados como suporte durante a travessia.
- Esteja ciente de que, ao cruzar valas e córregos no pântano onde a água está fluindo, o centro da corrente será firme. Na maioria das vezes, ele vai ter um fundo de areia ou cascalho; o desafio é determinar quão profundas são as bordas suaves do córrego com sedimento antes de chegar ao centro mais firme. O lado oposto do centro geralmente parecerá com o lado mais macio que você acabou de atravessar. Caso consiga chegar no meio, provavelmente conseguirá atravessar.
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Use a técnica de caminhada correta O segredo para andar no pântano, além de conhecer o terreno, é a técnica:
- Dê o seu segundo passo "antes" de completar o primeiro, quase como se você estivesse deslizando ao invés de andando. Se você tentar andar em um pântano como anda na terra firme, tentará dar um passo, esperará atingir um fundo firme e dará mais um passo, atingirá mais um fundo firme e puxará o pé do primeiro passo. Descobrirá que a sucção surtiu efeito e que não consegue tirar o pé do lugar; na verdade, você apenas colocou peso demais em um pé durante a caminhada e, quando tentou tirá-lo, acabou ficando preso. Você eventualmente conseguirá desatolar o pé e seguir enfrente, mas caminhar assim é exaustivo.
- Portanto, lembre-se de dar o segundo passo antes que o primeiro passo atinja o fundo. Enquanto o segundo passo estiver afundando, puxe o primeiro. Repita o processo. Isso leva um pouco de prática e aptidão nas pernas que, caso você não tenha, porque está tentando atravessar um pântano?!
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Use marcadores naturais. Depois de começar a adentrar um pântano, use marcadores naturais, como árvores, para se lembrar onde estão as áreas transitáveis. Depois de um tempo você vai pegar o jeito de atravessar o pântano de maneira semelhante a como caminha em terra firme.
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Saiba o que fazer caso comece a afundar. Trate o ato de afundar em um pântano da mesma forma que se afunda em areia movediça — na verdade, ao contrário do senso comum, a areia movediça é um tipo de terreno raramente encontrado em desertos e mais facilmente encontrado em pântanos, perto de rios e lagos. [6] X Fonte de pesquisa David Borgenicht and Trey Popp, <i>The Worst-Case Scenario Almanac: Great Outdoors</i>, p. 57, (2007), ISBN 0-8118-5827-8 Aqui está o que é necessário fazer, caso você se veja em uma situação parecida: [7] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, <i>Camping & Wilderness Survival</i>, p. 169, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- Não entre em pânico e não lute bruscamente contra a situação. Tudo isso apenas garantirá que você afunde mais rápido.
- Evite tentar levantar um pé, já que isso vai depositar todo o seu peso no outro pé, fazendo-o afundar mais ainda.
- Use as pernas e joelhos. Você certamente ficará muito molhado e sujo, mas é literalmente isso ou ficar irremediavelmente preso ou soterrado em lama ou areia movediça. A área de superfície criada por suas mãos, joelhos e pernas vai ajudar a distribuir o peso mais uniformemente em toda a superfície do pântano, uma área muito mais ampla do que apenas seus pés. Se a lama abaixo de você ainda for muito macia e você ainda estiver afundando após entrar rastejando, deite-se completamente e esteja preparado para mover apenas uma parte do seu corpo por vez. O corpo humano é menos denso do que a areia movediça, portanto tente "flutuar" nela para reduzir a situação a apenas um incômodo, ao invés de um perigo. [8] X Fonte de pesquisa David Borgenicht and Trey Popp, <i>The Worst-Case Scenario Almanac: Great Outdoors</i>, p. 57, (2007), ISBN 0-8118-5827-8
- Visualize-se como uma cobra e faça movimentos de serpente, com a tentativa de "flutuar" fora da área da areia movediça. Volte para o lugar de onde veio.
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Saiba como remover sanguessugas e verifique se há outros animais que vivem na água. Quando você sair de um pântano, pode ter alguns convidados indesejados em seu corpo. Faça uma verificação rápida para remover sanguessugas. Se você está andando em uma área conhecida por vetores de doenças, saiba o que fazer para removê-los ou impedir que se grudem em você (peça a ajuda de médicos locais ou consiga informações prévias).Publicidade
Dicas
- Considere evitar caminhar através de um pântano, caso existam outras alternativas razoáveis. Na maior parte, a menos que você estiver familiarizado com o pântano e técnicas de movimentação através dele, é provavelmente melhor rodeá-lo. Naturalmente, isto não será sempre possível, mas considere esta possibilidade antes de tentar atravessar o pântano.
- Alguns locais oferecem passeios guiados para que você possa ver as plantas raras e espécies de animais no local. Se você é um principiante, esta pode ser uma boa forma de aprender sobre a natureza do pântano e quaisquer técnicas especiais necessárias.
- Qualquer coisa que estiver levando pode ser colocada em sacolas impermeáveis ou capas. Isto é especialmente importante se você estiver acampando no local, já que você não deseja que sua barraca, sacos de dormir e outros equipamentos acidentalmente sejam perdidos.
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Avisos
- Nunca faça isso sozinho. Sempre tenha pelo menos um companheiro com você. De preferência, um de vocês deve saber sobre segurança e conhecimentos sobre recreação ao ar livre.
- Tenha em mente que a água o pântano pode estar poluída. Evite bebê-la. Caso castores ou esquilos vivam rio acima, a água pode ser contaminada com sua urina, que pode ser capaz de transmitir tularemia. [9] X Fonte de pesquisa Paul Tawrell, <i>Camping & Wilderness Survival</i>, p. 168, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- Caminhar em pântanos pode ser perigoso, como os perigos acima têm alertado. Você precisa saber o que está fazendo e ter uma boa experiência de campo antes de tentar atravessar pântanos.
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Materiais Necessários
- Botas comuns, botas impermeáveis, roupa adequada.
- Repelente de insetos, cobertura de rede, chapéu.
- Ferramenta de medição (algum pedaço de madeira grande, galho, etc.).
- Impermeabilização para os equipamentos.
- Bússola/GPS (opcional, mas é importante se você estiver caminhando ou estiver em um lugar isolado).
- Alguma companhia.
Referências
- ↑ Paul Tawrell, Camping & Wilderness Survival , (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ Paul Tawrell, "Camping & Wilderness Survival", p. 163, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ Paul Tawrell, Camping & Wilderness Survival , p. 164, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ Paul Tawrell, "Camping & Wilderness Survival", p. 166, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ Paul Tawrell, Camping & Wilderness Survival , p. 166, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ David Borgenicht and Trey Popp, The Worst-Case Scenario Almanac: Great Outdoors , p. 57, (2007), ISBN 0-8118-5827-8
- ↑ Paul Tawrell, Camping & Wilderness Survival , p. 169, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
- ↑ David Borgenicht and Trey Popp, The Worst-Case Scenario Almanac: Great Outdoors , p. 57, (2007), ISBN 0-8118-5827-8
- ↑ Paul Tawrell, Camping & Wilderness Survival , p. 168, (2006), ISBN 978-0-9740820-2-8
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