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O sombrio mundo dos góticos é uma das mais diversas e positivas tribos urbanas, e floresce em todo tipo de sociedade ao redor do mundo. O visual macabro e assustador e as roupas escuras criam um estilo instantaneamente reconhecível. Mas é preciso muita coragem para entrar numa comunidade cujos membros, encarando-o através de suas lentes de contato brancas, fazem referências ao gênero musical "ethereal chillwave" e citam o livro The Moonstone . Trilhar lenta e calmamente o próprio caminho na comunidade gótica pode ser uma experiência imensamente gratificante para quem deseja fazer parte dela.

Parte 1
Parte 1 de 5:

Vestindo-se com adequação

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    Use preto. Aprenda o básico da moda gótica. Quando era um movimento cultural recente, os góticos não faziam ideia de que modelo deveriam seguir, e tampouco se sentiam na obrigação de fazê-lo: eles apenas improvisavam. Mas, como a palavra "gótico" define um certo estilo, similaridades começaram a surgir entre eles. [1] Apesar dos inúmeros estilos que se autoproclamam "góticos", só o gótico tradicional, o deathrock e o gótico romântico (o estilo em que se vestiam as bandas góticas da década de 90) são as tribos que de fato se definem pelo termo, ao passo que outros subgrupos meramente se inspiram nele ou misturam as características visuais do gótico a outros estilos, criando algo totalmente novo. A moda gótica inclui:
    • Cores escuras, inclusive em tons de roxo e vermelho; [2]
    • Espartilhos e corpetes de cetim; [3]
    • Meias e collants listrados; [4]
    • Luvas de renda ou com babados;
    • Saias de renda;
    • Jaqueta de couro personalizada, normalmente com o símbolo da banda favorita;
    • Meias arrastão; [5] [6]
    • Botas de bico fino, [7] saltos com tachinhas, sapatos de bico fino com cadarços, botas lustrosas de cano acima do joelho ou coturnos Dr. Martens; [8]
    • Trajes de couro, renda, veludo, seda ou vinil. [9]
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    Tinja e arrume o cabelo. O penteado sempre foi uma potente "tática de assombro" empregada por góticos, e não raro leva mais tempo para ser montado do que o figurino e a maquiagem.
    • Nos primórdios da casa noturna Batcave, Siouxie Sioux inspirava as moças a desfiarem o cabelo até alturas inimagináveis; e era em Patricia Morrison, da The Sisters of Mercy, que se espelhavam as góticas que mantinham os cabelos longos e negros. [10] Bauhaus, Robert Smith (de The Cure), Specimen e Dave Vanian tiveram influência sobre a moda masculina da época, e Johnny Slut tornou-se o rosto de Specimen, banda da qual era tecladista, graças ao estilo elaborado e ao enorme moicano desfiado, que parava em pé à custa de muito laquê. [11] Porém, não é preciso fazer nada tão extremo na vida cotidiana. Quem prefere cabelo longo e preto, e até mesmo repicado, pode usá-lo. Não há regras para o penteado, mas é verdade que o gótico demanda um estilo peculiar. Se você se interessa por penteados que caiam bem com o visual gótico, pode procurar vídeos explicativos no YouTube.
  3. A maquiagem de Siouxie Sioux era uma inspiração para as garotas que passavam horas a desenhar os icônicos olhos de Cleópatra que ela usava. Daniel Ash lançou entre os homens a moda das "sobrancelhas assassinas", delineadas com um preto intenso e com as pontas externas puxadas para cima. A paleta de sombras de olho era composta por azuis-elétricos, roxos e tons metálicos. As sobrancelhas femininas eram ou finas e arqueadas para o alto, tais quais as de Morticia Addams, ou pontudas, triangulares, espessas, feito as de Siouxie Sioux. Quem não gosta desse estilo pode personalizá-lo como quiser ou simplesmente ignorá-lo, mas é importante saber que era esse o visual entre os góticos da época, inspirados por seus ídolos. [12]
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    Use acessórios. Quanto mais numerosos os acessórios, tanto melhor o visual. Há muitos artigos que combinam entre si e são compatíveis com diversos temas: você pode usar caninos falsos criar um ar vampiresco, um corpete é uma boa pedida para quem quer ser mais romântico, óculos de sol dão um toque tradicional.
    • Outros acessórios góticos são:
      • Piercings de lábio, sobrancelha, língua e umbigo. [13]
      • Óculos de sol (como os usavam os integrantes da Sisters of Mercy), cartolas, capas, plastrões, chibatas e bolsas tipo baú. Piercings, lentes de contato coloridas e caninos falsos também são populares. [14]
      • Joias de prata em formato de caveiras, esqueletos humanos, morcegos e símbolos religiosos como crucifixos, todos os quais são incorporados a anéis pesados, broches e colares. [15]
      • Esmalte de unha. Preto, roxo e vermelho eram incrivelmente populares entre os primeiros góticos. [16] [17]

  5. Nos primórdios do gótico, não havia lojas especializadas à disposição dos adeptos, que contavam apenas com a própria criatividade e com os brechós mais próximos, ou seja: não havia um estilo gótico "consolidado" (embora todos os membros acabassem com um visual bem parecido). Se "faça você mesmo" é um lema para o punk, também o é para o gótico — e sempre será uma característica determinante dele. Comece a experimentar com suas roupas por conta própria. Use itens baratos, que você não se importaria se estragasse. Se está sem ideias, procure os manuais "faça você mesmo" em blogs e canais góticos do YouTube. Até lá, você pode se virar com estas dicas simples:
    • Pinte ou compre um patch da sua banda favorita ou de uma estampa bonita que encontrar no Etsy e costure-o a uma jaqueta ou a qualquer peça de roupa.
    • Compre ou faça broches de bandas e afixe-os às roupas tal como fizera com os patches .
    • Aprenda a fazer bijuterias, que você pode começar a vender e abrir o próprio negócio.
    • Corte roupas estampadas em retalhos e use-os como patches em outras roupas. Patches em xadrez ou de oncinha ficam ótimos em jaquetas pretas.
    • Compre alfinetes e faça algo criativo, como colocá-los no lugar dos botões de uma jaqueta ou formar um desenho no tecido.
    • Descore as roupas para criar estampas permanentes.
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Parte 2
Parte 2 de 5:

Ouvindo música gótica

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    Aprenda no que consiste a música gótica. Para quem adere a esse estilo de vida, ouvir e valorizar os subgêneros do gótico — o rock gótico, o pós-punk, o deathrock e o darkwave — é uma parte muito importante. Por óbvio, também há espaço para quem escuta outros gêneros, mas é importante saber que alguns deles são considerados genuinamente góticos, ao passo que outros são tidos como análogos ao gótico. Você pode escutar estes últimos, mas ouvir apenas eles não fará de você um gótico.
    • Entre as características musicais do gótico estão uma percussão tribal ecoante, a clássica batida de pós-punk em andamento 4/4 ou baterias eletrônicas, sintetizadores fúnebres, guitarras com flange de uma sonoridade fria e seca, guitarras distorcidas, uma linha de baixo bem destacada e um vocal inquietante de barítono, que fica normalmente a cargo de um homem. [18] [19]
  2. Elas podem pertencer tanto ao gótico como ao deathrock.
    • São estas algumas das bandas góticas:
      • Bauhaus;
      • Siouxsie and the Banshees;
      • The Cure (alguns álbuns);
      • The Sisters of Mercy;
      • Southern Death Cult ou The Cult;
      • The Mission;
      • Fields of the Nephilim;
      • Solemn Novena;
      • Danse Society;
      • The March Violets.
    • E algumas bandas de deathrock:
      • Christian Death;
      • 45 Grave;
      • Alien Sex Fiend;
      • All Gone Dead;
      • Voodoo Church;
      • Lords of the New Church;
      • Mephisto Walz;
      • Bat Nouveau;
      • Burning Image;
      • Ausgang.
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    Preste atenção às letras. A música gótica põe grande ênfase na letra e tenta fazer com que ela esteja de acordo com a atmosfera sonora. No início do movimento, vocalistas buscavam o tom lamurioso de Leonard Cohen para ressaltar as palavras que cantavam. A princípio, explore as canções góticas mais populares: "A Forest", de The Cure; "Bela Lugosi's Dead", de Bauhaus; e "Cities in Dust", de Siouxsie and the Banshees.
    • Copie as letras das suas canções favoritas num caderno para aprendê-las. Conhecer as letras é um caminho rápido para fazer amizades com outros góticos, se vocês tiverem os mesmos gostos.
  4. Conhecer os artistas mais populares do gótico é bom, e eles certamente rendem alguns pontos na carteirinha de gótico (consulte nosso item sobre gírias góticas no capítulo "Envolvendo-se na comunidade"), mas encontrar artistas obscuros ou locais também é algo que se deve fazer. Muita gente se dá por satisfeita com as bandas mais comuns, mas é essencial valorizar artistas contemporâneos e independentes para manter a cena viva. Explore a seção "gótico alternativo" em sites como Discogs, Bandcamp.com, Last.fm e Soundclick.com e veja o que consegue encontrar. Esteja avisado, entretanto, de que você pode encontrar artistas de metal, EBM ou música eletrônica, que são estilos musicais não relacionados ao gótico, equivocadamente rotulados como tal.
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    Explore estilos análogos e outras músicas que possam agradar aos góticos. Esses gêneros podem apelar aos adeptos do gótico, embora não recebam esse nome. Enquadram-se aí o metal gótico, o neoclássico, o witch house, o industrial, o EBM, o aggrotech, o shock rock, o metal sinfônico, o ethereal e o dark ambient.
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Parte 3
Parte 3 de 5:

Aprendendo sobre as origens e a história do gótico

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    Eduque-se a respeito da história do gótico. Conhecer o histórico da subcultura da qual se faz parte é essencial, sobretudo no caso do gótico. Isso o ajudará a ultrapassar o estágio " baby bat " (nome que recebem os góticos novatos) e atingir a maturidade no tocante à cultura, música e moda. Eis alguns fatos decisivos na história do movimento:
    • No ano de 1967, a banda norte-americana The Doors foi descrita como "rock gótico", mesmo predicado que recebeu o álbum Diamond Dogs , de David Bowie, em 1974. [20] Nem por isso esses artistas podem ser considerados góticos.
    • Há quem diga que Nico foi a primeira arista a gravar o primeiro álbum gótico: The Marble Index para uns, The End para outros. [21]
    • A canção reconhecida como a origem do rock gótico é o single de Bauhaus "Bela Lugosi's Dead", de 1979. [22] [23] Peter Murphy, vocalista da banda, afirmou que a música era originalmente irônica, mas foi por engano apresentada com um teor ingênuo e sério, alterando-se o modo como foi entendida pelo público. [24] A canção é reproduzida no começo de Fome de Viver , filme muito popular entre góticos. [25]
    • O rock gótico é considerado uma subcategoria do punk. Surge durante a cena pós-punk, que ocorreu no Reino Unido no final dos anos 1970 e início dos 1980. [26]
    • Foi inaugurada em 1982 na rua Meard, Londres, a casa noturna Batcave, [27] [28] [29] [30] cujos donos (os membros da banda Specimen) queriam atender aos adeptos dessa nova e ascendente subcultura. Embora o estabelecimento jamais tenha tomado para si o título de "clube oficial dos góticos", foi ele que ajudou a dar forma aos elementos fundamentais da subcultura. [31]
    • A subcultura tirou inspiração de castelos e catedrais da arquitetura gótica; do movimento Romântico, que remonta ao fim do século XVIII e ao século XIX; e da literatura gótica, cujos principais exemplos são O castelo de Otranto , de Horace Walpole — que traz o primeiro uso do termo "gótico" numa obra literária [32] —, Frankenstein , de Mary Shelley; Dracula , de Bram Stoker; e a obra Edgar Allan Poe. [33] [34]
    • Inspira-se também nas mitologias céltica, pagã e egípcia, e nos mitos e vertentes cristãs. A moda gótica reúne sofisticação, vintage, retrô-brega, punk, fetichismo e peças baratas de segunda mão. [35]
Parte 4
Parte 4 de 5:

Adquirindo a mentalidade gótica

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    Crie um espaço confortável para si. Faça do seu quarto ou porão um santuário dos sentidos: o gótico evoca uma certa iluminação, um esquema de cores e uma sonoridade bem específicos. Pendure nas paredes os pôsteres das suas bandas favoritas e tapeçarias escuras para abafar o som e poder ouvir música alta sem atrapalhar o resto da família. Ter um ambiente particular conduz a um estado de espírito que anula a negatividade alheia. Já que muitos góticos são artistas, escritores e músicos, isso ainda estimula a criatividade e a individualidade, tão valorizadas nesse meio.
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    Leia romances góticos. A literatura é apreciada por uma boa parte dos adeptos, mas não é porque ela influenciou o movimento, que faz parte dele — ou seja, ler obras de ficção não fará de você um gótico. Esse rótulo está relacionado, em primeiro lugar, à música. Ainda assim, você pode pode fruir a atmosfera sombria que esse gênero literário tem a oferecer. Algumas obras de destaque são:
    • Dracula , de Bram Stoker;
    • Frankenstein , de Mary Shelley;
    • Entrevista com o Vampiro , de Anne Rice;
    • O Castelo de Otranto , de Horace Walpole;
    • O Morro dos Ventos Uivantes , de Emily Brontë;
    • Zastrozzi , de Percy Bysshe Shelley;
    • Toda a obra de Edgar Allan Poe, especialmente o poema O Corvo .
    • Leia poesia gótica e tente compor seus próprios poemas. Canções de Inocência e de Experiência , de William Blake, é um clássico do gênero, bem como Ariel , de Sylvia Plath.
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    Aproveite toda a criatividade que a comunidade tem a oferecer. Expresse-se. Escreva poesia, faça pinturas, tire fotografias (melhor ainda se for em branco e preto!). Comece uma banda gótica. Trata-se de um círculo repleto de gente criativa que quer contribuir com ele.
    • Com certa frequência, as pessoas não entendem e nem respeitam a cultura gótica. Se se deparar com gente assim, apenas se afaste. Não perca tempo argumentando. Seja amigável e gentil com todos, e você talvez mude para melhor a percepção que os outros têm do gótico.
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    Respeite as suas próprias opiniões. Não deixe que ninguém, inclusive outros góticos, dite o que você deve fazer. Se você não acha The Cure não tão comovente quanto Johnny Cash, tudo bem. Ninguém pode acusá-lo de ser um "falso gótico" por razões superficiais, secundárias. O importante é que você é autêntico e está tentando participar de uma comunidade que o aceita pelo que você é. [36]
    • Desenvolva o seu estilo naturalmente, deixando-se influenciar pelo que lê e pelo que apela ao seu gosto, e não por listas de regras prefixadas. Se você tem um interesse genuíno pelo gótico, será gradativamente influenciado por ele à medida que ganhar familiaridade com ele. Faça o que o faz feliz.
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Parte 5
Parte 5 de 5:

Envolvendo-se na comunidade

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    Participe de eventos, festivais e casas noturnas góticas. Todo ano, em vários países do mundo, são abertas inúmeras casas noturnas e realizados muitos festivais góticos. Frequentá-los é uma forma de participar da comunidade e ouvir o que os outros membros têm a dizer, especialmente porque você encontrará gente envolvida com o gótico há mais de 30 anos, talvez desde as origens do movimento.
    • São estes os festivais, eventos e casas noturnas mais relevantes:
      • World Goth Day; [37]
      • Return To The Batcave, em Wrocław, Polônia;
      • Release The Bats — boate de deathrock em Long Beach, Califórnia; [38]
      • Whitby Goth Weekend, em Whitby, North Yorkshire, Reino Unido; [39]
      • Wave Gotik Treffen, em Leipzig, Alemanha; [40]
      • E inúmeras boates góticas mundo afora. [41]
  2. Como qualquer outra comunidade, também o gótico tem suas piadas internas, e conhecê-las o deixará mais à vontade.
    • As principais gírias e suas definições estão listadas abaixo:
      • Créditos de gótico: sistema de pontuação fictício no qual se ganham pontos a cada vez que é realizado um ato "gotificante" (por exemplo, escutar Bauhaus ao tingir o cabelo de algum tom de ébano).
      • Carteirinha de gótico: documento fictício onde consta a pontuação supracitada.
      • Baby bat : recém-iniciado na cultura gótica e ansioso por aprofundar-se nela. Não é o mesmo que " poser ".
      • Gótico enlatado: nome que se dá a quem se veste exclusivamente com itens da Hot Topic ou qualquer loja especializada em moda gótica — característica reprovável devido ao valor que o movimento dá ao individualismo e ao "faça você mesmo".
      • Batcaver: denominação do frequentador assíduo da casa noturna The Batcave, inaugurada em 1982. Atualmente, refere-se a qualquer gótico veterano e fã da música que era divulgada lá. [42]
  3. Como membro dele, é importante disponibilizar o que sabe aos baby bats e a quem deseje conhecê-lo melhor. Assim, quebra-se o ciclo de desinformação e colocam-se ao alcance dos novatos referências corretas, muito necessárias para eles, que desejam crescer na subcultura. Quando a imagem que a imprensa criou dos góticos chega antes às pessoas, elas ajudam a perpetuar noções equivocadas, como a de que eles adoram o demônio e praticam automutilação. Acima de tudo, muitos baby bats têm, involuntariamente, atirado no ralo costumes e tradições que fazem do gótico o que ele é. [43] Despido do contexto, da história e dos elementos unificantes, o movimento acabaria por perder todo seu valor e significado. O gótico não seria o que é sem suas raízes e sua trajetória: um movimento social completo, com música e moda particulares. Toda essa bagagem não pode se transformar numa sensação ou num mero "estado de espírito".
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Dicas

  • Este artigo foi concebido para ajudar baby bats e gente interessada em ingressar no mundo gótico. É possível "tornar-se" gótico, por assim dizer, mas isso não é algo que acontece da noite para o dia. Ademais, ninguém escolhe ter uma mentalidade sombria — que é, geralmente, o que precede a descoberta de que se quer ser parte do gótico. Se uma subcultura de fato combina com você, sua entrada nela será um processo de autodescoberta, e não uma aquisição forçada de certos gostos musicais.
  • A indumentária gótica não é uma fantasia e tampouco deve se parecer com uma. Invista tempo e esforço nos seus trajes e na personalização deles. Não deve parecer que você acaba de fazer um banho de loja na Hot Topic ou em qualquer loja de moda alternativa. Isso não seria criativo, nem manifestaria sua individualidade. No entanto, você pode comprar algumas peças nesses estabelecimentos, contanto que não os use para montar todo o seu visual.
  • Rotular-se "gótico" não significa que você é poser ou um farsante. É só uma maneira de descrever quem adota a estética, a moda e a música vigentes nessa subcultura. Dizer que não é gótico daria a entender que você não é um adepto desse estilo de vida, o que pode não ser verdade.
  • Conserve os velhos amigos. Eles não têm de ser góticos. Lembre-se todavia de que alguns deles, indignados ou ofendidos por sua nova identidade, podem parar de andar com você. De todo modo, não tente convertê-los ao gótico: deixe-os ser quem são assim como eles o deixaram buscar sua identidade.
  • Não hesite em participar de atividades "não góticas". Exercer a própria individualidade não torna ninguém menos gótico. Pelo contrário: faz com que se pareça menos estereotípico e demonstra que a identidade gótica é adotada com conforto, e não à custa da própria identidade.
  • Avalie a hipótese de passar uma temporada na Europa, onde se costuma levar o gótico bem a sério: há boas revistas em circulação, e é sediado na Alemanha o Wave Gotick Treffen, o maior festival de música gótica, experimental e industrial da atualidade.
  • Lembre-se de que o gótico é um estilo de vida alternativo : homossexuais, bissexuais e transgêneros encontrarão acolhimento nele, bem como qualquer pessoa que seja excluída na sociedade tradicional.
  • Faça uma transição suave para o novo estilo. As pessoas acharão que você não leva o gótico a sério ou que ele é só um capricho temporário se você repentinamente aparecer na escola usando um moicano e a maquiagem de Siouxsie Sioux. Vista apenas roupas com que se sinta confortável. Se você não se sente bem numa peça, ela provavelmente não vai cair bem. Uma camiseta preta da sua banda favorita e jeans pretos podem ser tão "góticos" quanto uma caracterização vampiresca da cabeça aos pés.
  • Tornar-se gótico não quer dizer que você deve mudar de personalidade. Cada pessoa tem uma personalidade diferente, a despeito de raça, idade, orientação sexual, deficiências, sexo ou classe social.
  • O gótico não é um culto e tampouco exige que seus membros adotem qualquer fé. O uso de imagens religiosas é presente no universo gótico, mas ele supõe tão somente um compromisso com a moda, e não com qualquer religião.
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Avisos

  • Atualmente, algumas pessoas abusam do termo "elitista" para definir quem é rigoroso quanto ao contexto, à história e às raízes do gótico. Essas pessoas acham que o gótico é "o que você quiser que ele seja", no que se enganam, uma vez que está muito bem documentado que esse movimento tem raízes que remontam ao punk.
  • Ao contrário do que creem os leigos, o gótico não é um culto, uma religião, um estilo de vida e tampouco um "estado de espírito". Um estilo de vida, como a expressão sugere, é a maneira como alguém decide viver. Já uma subcultura é um grupo cujas crenças ou interesses estão em conflito com a cultura dominante, na qual aquela está inserida. O gótico, no sentido original da palavra, que designa a escola artística, pode, sim, ser considerado um estilo de vida. A tribo urbana dos góticos, por sua vez, é meramente uma subcultura que se formou em torno do gênero musical homônimo.
  • Não acredite em enquetes de internet que prometem adivinhar a subcultura (ou, para usar a palavra da moda, o estereótipo) a que você pertence. A maioria delas é imprecisa, pois não é embasada em pesquisas aprofundadas, ou é simplesmente elaborada por diversão. Não as leve a sério. [44]
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Referências

  1. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Everyday is Halloween, p. 34 ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  2. Hodkinson, P. Goth: Identity, Style and Subculture . The Emergence of a Style, p. 47. ISBN 978-1859736050. 2002. (Sem tradução para o português.)
  3. Venters, J. Gothic Charm School . Am I a Goth? p. 11. ISBN 978-0061669163. 2009. (Sem tradução para o português.)
  4. Polhemus, T. Street Style: From Sidewalk to Catwalk . Goths, p. 97. ISBN 978-0500277942. 1994. (Sem tradução para o português.)
  5. Roberts, C.; Livingstone, H. & Baxter-Wright, E. Goth: The Design, Art and Fashion of a Dark Subculture . Fashion, p. 181. ISBN 978-1780978864. 2014. (Sem tradução para o português.)
  6. Hodkinson, P. Goth: Identity, Style and Subculture . The Emergence of a Style, p. 36-49. ISBN 978-1859736050. 2002. (Sem tradução para o português.)
  7. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Winklepickser, p. 202-207. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  8. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 3. ISBN 978-0822339212. 2007. (Sem tradução para o português.)
  9. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 3. ISBN 978-0822339212. 2007. (Sem tradução para o português.)
  1. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Painted Bird, p. 66 ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  2. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Painted Bird, p. 66. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  3. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Painted Bird, p. 68. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  4. Hodkinson, P. Goth: Identity, Style and Subculture . Femininity and Ambiguity, p. 48. ISBN 978-1859736050. 2002. (Sem tradução para o português.)
  5. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 3. ISBN 978-0822339212. 2007. (Sem tradução para o português.)
  6. Roberts, C.; Livingstone, H. & Baxter-Wright, E. Goth: The Design, Art and Fashion of a Dark Subculture . Fashion, p. 181. ISBN 978-1780978864. 2014.
  7. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 3. ISBN 978-0822339212. 2007. (Sem tradução para o português.)
  8. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Painted Bird, p. 68. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  9. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . A New Dark Age, p. 22. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  10. Hodkinson, P. Goth: Identity, Style and Subculture . The Emergence of a Style, p. 36. ISBN 978-1859736050. 2002. (Sem tradução para o português.)
  11. http://rateyourmusic.com/list/Draconysius/goth_-the-history_-the-heresy/
  12. http://www.gothicsubculture.com/articles/undead.php
  13. Venters, J. Gothic Charm School . Am I a Goth?, p. 9. ISBN 978-0-06-166916-3. 2009. (Sem tradução para o português.)
  14. Roberts, C.; Livingstone, H. & Baxter-Wright, E. Goth: The Design, Art and Fashion of a Dark Subculture . Music, p. 133. ISBN 978-1780978864. 2014. (Sem tradução para o português.)
  15. http://www.gothicsubculture.com/articles/undead.php
  16. http://www.rollingstone.com/movies/pictures/the-30-greatest-rock-roll-movie-moments-20130221/20-bauhaus-bela-lugosis-dead-in-the-hunger-1983-0693481
  17. Venters, J. Gothic Charm School . Am I a Goth?, p. 7. ISBN 978-0-06-166916-3. 2009. (Sem tradução para o português.)
  18. Harriman, A. & Bontje, M. Some Wear Leather, Some Wear Lace . Everyday is Halloween, p. 34. ISBN 978-1783203529. 2014. (Sem tradução para o português.)
  19. Venters, J. Gothic Charm School . Am I a Goth? p. 9-10. ISBN 978-0061669163. 2009. (Sem tradução para o português.)
  20. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 2. ISBN 978-1783203529. 2007. (Sem tradução para o português.)
  21. Roberts, C.; Livingstone, H. & Baxter-Wright, E. Goth: The Design, Art and Fashion of a Dark Subculture . Music, p. 134. ISBN 978-1780978864. 2014. (Sem tradução para o português.)
  22. Polhemus, T. Street Style: From Sidewalk to Catwalk . Goths, p. 97. ISBN 978-0500277942. 1994. (Sem tradução para o português.)
  23. https://www.bl.uk/romantics-and-victorians/articles/the-origins-of-the-gothic#
  24. Venters, J. Gothic Charm School . Am I a Goth? p. 7-8. ISBN 978-0061669163. 2009. (Sem tradução para o português.)
  25. Roberts, C.; Livingstone, H. & Baxter-Wright, E. Goth: The Design, Art and Fashion of a Dark Subculture . Fiction, p. 55. ISBN 978-1780978864. 2014. (Sem tradução para o português.)
  26. Goodlad, L. & Bibby, M. Goth: Undead Subculture . Introduction, p. 2. ISBN 978-0822339212. 2007. (Sem tradução para o português.)
  27. http://www.newscientist.com/article/dn8996-goth-subculture-may-protect-vulnerable-children.html#.UnKSfxa_P_c
  28. http://worldgothday.com/
  29. https://www.facebook.com/releasethebatsclub/
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  34. http://thegothicalice.tumblr.com/post/148950458874/the-problem-with-some-young-goths-and-the
  35. Venters, J. Gothic Charm School . Why you shouldn't believe everything you read on the Internet, including those silly quizzes, p. 25-29. ISBN 978-0-06-166916-3. 2009. (Sem tradução para o português.)

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