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Há quadros de depressão passageiros, que duram apenas algumas semanas, e os duradouros, que se arrastam por anos. Sentir-se triste, perdido e sozinho às vezes é normal, especialmente quando se sofre uma perda, ou durante períodos adversos. Mas a persistência desses sentimentos, a concomitância deles com sintomas físicos ou o fato de interferirem em sua vida normal configura um problema. Se você suspeita de que está deprimido, é importante buscar ajuda o mais rápido possível: sem tratamento, o quadro pode continuar por meses ou anos e até representar um risco à sua vida.

Parte 1
Parte 1 de 4:

Analisando seus pensamentos e emoções

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  1. A depressão é uma doença que impede o cérebro de regular as emoções. Todo mundo se sente triste ocasionalmente, mas os depressivos vivenciam certas emoções, ou combinações delas, com certa frequência. Se é esse o seu caso, ou se isso o impede de conduzir uma vida normal, é importante buscar ajuda. São estas algumas das emoções comuns em depressivos: [1] [2]
    • Tristeza. Você nota que está triste ou abatido com frequência?
    • Vazio ou entorpecimento. Sente-se desprovido de emoções, tem dificuldades para sentir qualquer coisa?
    • Desesperança. Sente-se tentado a abandonar tudo? Acha que qualquer melhora em sua vida é improvável? Desde que começou a desconfiar de que está em depressão, acha que se tornou alguém mais pessimista? [3]
    • Culpa. Você é acometido por culpa por motivos insignificantes ou até inexistentes? Esses sentimentos atrapalham sua concentração e sua capacidade de se divertir?
    • Sensação de inutilidade. É difícil valorizar a si próprio?
    • Irritabilidade. Você se enfurece com as pessoas e tem entrado em brigas a troco de nada? O pavio curto é uma expressão dos distúrbios de humor causados pela depressão, especialmente entre homens e adolescentes. [4]
    • Desânimo. Sente-se cansado, incapaz de realizar tarefas cotidianas e de se concentrar? Tende a evitar situações em que seja preciso se movimentar? [5]
    • Indecisão. Você peleja para tomar as menores decisões? Ser obrigado a fazer escolhas deixa-o oprimido e desesperançado?
  2. Quem cai em depressão muitas vezes deixa de conviver com amigos ou perde interesse naquilo que outrora apreciava. [6] Isso se deve a uma propensão ao isolamento e a se abster das atividades de costume. Tente detectar a presença desse desejo em você e possíveis alterações em sua rotina ou vida social nos últimos meses.
    • Liste as atividades de que você costumava participar antes de se sentir mal, bem como a frequência com que realizava a cada uma. No decorrer das próximas semanas, observe o quanto ainda se dedica a elas a fim de observar se a frequência diminuiu.
  3. Se você tem considerado se ferir ou dar cabo da própria vida, procure ajuda médica. Ligue imediatamente para um serviço de emergência, como o 192, no Brasil. São estes alguns indícios de tendências suicidas: [7]
    • Imaginar que está se ferindo ou tentando se matar;
    • Doar pertences e cuidar de assuntos inacabados;
    • Despedir-se das pessoas próximas;
    • Sentir-se preso numa situação ou completamente desesperançado;
    • Ideias do tipo "eu estaria melhor morto" ou "os outros estariam mais felizes sem mim por perto";
    • Passar abruptamente de um estado de espírito desesperançado e abatido para um calmo e alegre.
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Parte 2
Parte 2 de 4:

Identificando mudanças de comportamento

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  1. Ganhos ou perdas repentinas de peso sinalizam diversas condições médicas, e portanto você deve ir ao médico mesmo que sua suspeita de depressão não seja tão forte. Se o seu apetite aumentou ou diminuiu de maneira significativa, isso também deve ser mencionado ao médico. Esses sinais tanto podem ser resultado da depressão como de outro problema de saúde. [8]
  2. A prática de atos insalubres deve ser encarada como um sintoma, e isso se aplica sobretudo a homens. Se você passou a usar álcool ou drogas, praticar sexo desprotegido, dirigir irresponsavelmente ou a fazer esportes radicais, pode estar com depressão. [9]
  3. Aliado a outros sintomas, chorar regularmente é um sinal de depressão, mais ainda quando não se entende bem a razão do choro. [10] Tome nota da frequência com que isso acontece e dos motivos que o levam a chorar.
    • Chorar sem razão ou devido a assuntos banais, como por ter derramado um copo d'água ou perdido o ônibus, sugere depressão. Não se esqueça de mencionar esse sintoma ao médico.
    • O choro fácil e frequente é um dos sintomas mais comuns da depressão em adolescentes. [11]
  4. Outra boa razão para consultar um médico é a frequência com que se tem enxaqueca ou dores inexplicadas. Embora elas possam ser fruto de outro problema, é possível que sejam causadas pela depressão.
    • Em homens, a dor é um sintoma de depressão comumente negligenciado. Se você é homem e sofre de dores nas costas, enxaquecas, problemas estomacais, disfunção erétil e outros sintomas físicos, revele-os ao médico. [12]
    • Em gente idosa, que costuma falar mais abertamente de problemas físicos do que de mentais e emocionais, a depressão pode permanecer indetectada por familiares por um longo tempo. Fique bem atento a mudanças na vida dessa pessoa, como a morte de um amigo ou a perdas de independência.
    • Insônia ou propensão a dormir excessivamente são outras alterações que podem ocorrer.
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Parte 3
Parte 3 de 4:

Encontrando a causa da depressão

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  1. Por ser um distúrbio complexo, a depressão é impossível de se diagnosticar de maneira instantânea e definitiva. Por isso, o profissional lança mão de inúmeros recursos para identificar a doença, entre eles questionários. Certas experiências aumentam o risco de depressão e devem ser relatadas ao médico, que as usará para amparar o diagnóstico. Estas são algumas causas e fatores de risco da depressão: [13]
    • Trauma e luto. Abusos e situações violentas, sejam recentes ou remotos. E o luto pelo falecimento de um amigo e outros traumas afins podem incorrer em agudas crises depressivas.
    • Situações estressantes. Mudanças repentinas (mesmo as positivas, como casar-se ou entrar num novo emprego) ou longos períodos estressantes (como cuidar de um doente ou passar por um divórcio doloroso).
    • Doenças. Dor crônica, problemas na tireoide e muitos outros distúrbios da saúde, em especial os mais duradouros.
    • Medicamentos e substâncias. Leia os efeitos colaterais de todos os remédios que consome. Evite álcool e drogas havendo a suspeita de que eles agravam os seus sintomas — depressivos são propensos ao abuso de psicoativos, o que só intensifica o problema.
    • Problemas de relacionamento. Conflitos com pessoas próximas.
    • Histórico de depressão na família. A incidência de depressão é maior em parentes de portadores ou ex-portadores do distúrbio.
    • Solidão, isolamento, falta de amparo social. A falta de uma rede de acolhimento e o isolamento prolongado são um importante fator de risco.
    • Dificuldades financeiras. Problemas para saldar dívidas ou para cobrir as despesas mensais. [14]
  2. Quem acaba de dar à luz tem maior risco de depressão, pois tende a sofrer de variações de humor, irritabilidade e mais uma miríade de sintomas, desde os mais irrisórios até os mais graves. Se o quadro surgiu em algum momento entre o parto e os meses que o sucederam, desconfie dessa possibilidade. [15]
    • É comum que, devido às variações hormonais e ao estresse a que estão sujeitas à época do parto, novas mães sofram uma tristeza que se dissipa espontaneamente.
    • Se você tem pensamentos suicidas ou é impedida de cuidar do bebê pela depressão, ou se os sintomas já se arrastam por mais do que uma semana, procure atendimento médico imediatamente.
    • A psicose pós-parto é um distúrbio raro que ocorre nas primeiras duas semanas após o parto. Caso os sintomas de depressão venham acompanhados de variações de humor extremas, devaneios de ferir o bebê ou alucinações, procure um hospital imediatamente.
  3. A depressão sazonal, causada pela falta de luz solar, pode acometer algumas pessoas nos períodos do ano em que os dias são mais curtos e escuros. Exercite-se ao ar livre durante o dia e observe se há alguma melhora. Outra opção é solicitar ao médico um tratamento com luz artificial. [16]
    • Nem toda depressão temporária é sazonal. Certos pacientes têm quadros de depressão que recorrem com uma frequência de semanas, meses ou até anos.
    • Se você é maníaco e vivaz fora dos quadros de depressão, discuta com o médico a possibilidade de ser portador do transtorno bipolar.
  4. Há muitos quadros de depressão de fundo biológico ou hormonal, ou desencadeados por um fator de difícil identificação. Isso não os torna menos graves ou dignos de atenção médica. A depressão é uma doença real, e não uma simples tristeza sem motivo de que você deve se envergonhar.
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Parte 4
Parte 4 de 4:

Buscando tratamento

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  1. Buscar o auxílio de outrem pode ajudá-lo nas primeiras etapas do tratamento. A sensação de desamparo não é real, mas um sintoma da doença, e isolar-se só torna essa sensação ainda pior. Amigos e familiares podem ouvir seus problemas, encorajá-lo a tomar uma atitude e apoiá-lo nos momentos mais difíceis. [17]
    • Se você tem dificuldades para se manter em atividade ou sair de casa, informe aos seus amigos que está deprimido. Diga que gostaria que eles continuassem a convidá-lo para seus programas favoritos, mesmo que você nem sempre vá criar coragem para comparecer.
  2. É importante confirmar ou negar com um médico suas suspeitas de depressão, pois ela tem sintomas similares aos de muitas outras doenças, e o médico tem de descartar todas. [18] Tudo bem se você quiser consultar uma segunda ou terceira opinião, ainda mais se tem a sensação de que o primeiro médico não se concentra nos problemas que você julga mais sérios.
    • Seu clínico geral pode indicar um psicólogo ou psiquiatra.
    • O médico não necessariamente receitará medicação. Se ele acha que a depressão tem uma causa definida, provavelmente recomendará que você elabore um plano de ação ou implemente mudanças em seu estilo de vida.
    • Se os quadros de depressão duram poucas semanas e são gradativamente substituídos por períodos de maior atividade e energia, discuta com o médico as possibilidades de você ter transtorno bipolar antes de usar qualquer medicação.
  3. Psicólogos ou psicanalistas podem auxiliar na sua recuperação. Algumas pessoas optam inclusive por terapia coletiva ou grupos de apoio. Peça referências ao seu médico.
    • Por exemplo, você pode escolher entre um grupo de apoio específico para depressivos ou, se tem abusado de substâncias para lidar com a doença, o Alcoólicos Anônimos, o Narcóticos Anônimos etc.
  4. Uma vez que o diagnóstico esteja cravado e medidas de combate à doença tenham começado a ser implementadas, pergunte a respeito do uso de remédios ao médico. Talvez ele receite antidepressivos se achar que o seu problema principal é um transtorno de ansiedade, que pode ser tratado mais eficientemente com remédios quando ocorre em simultaneidade com a depressão. [19]
    • Espere os remédios fazerem efeito. Se semanas se passaram sem que houvesse nenhuma mudança, ou os efeitos colaterais são muito fortes, peça ao médico para trocar de medicamento.
    • Lembre-se de que esses medicamentos não devem ser usados em longo prazo. Embora eles aliviem os sintomas, convém usá-los em concomitância com outros tratamentos, como a terapia, para que melhoras duradouras ocorram. [20]
  5. Eliminar o motivo da depressão pode ser um tratamento eficiente. No entanto, é melhor que isso seja feito com a ajuda do psicólogo.
    • Se você está de luto, fale do assunto para amigos, familiares ou mentores. Busque aconselhamento para atravessar essa fase. Livros a respeito do luto costumam ser bem úteis.
    • Se você passou recentemente por uma mudança significativa, identifique que aspectos dela o deixaram infeliz. Suponha que você se mudou para uma cidade onde não conhece ninguém: saia de casa, explore-a, encontre algo interessante para fazer, junte-se a um grupo, procure um hobby que possa ser feito com outras pessoas. O trabalho voluntário também seria interessante, pois ajudar os outros traz satisfação. Se você imaginava que a mudança seria positiva e não entende por que reage tão mal a ela, converse com um psicólogo.
    • Caso o quadro pareça ligado ao ciclo menstrual, converse com um ginecologista ou outro especialista em saúde feminina.
    • Procure um médico, um terapeuta ou um grupo de apoio para lidar com o abuso de substâncias ou dores crônicas.
  6. Cultive bons relacionamentos . Mantenha os amigos por perto e entre em contato com eles regularmente. Lembre-se de que será importante ter acesso a amigos e familiares quando você precisar desabafar. Só o fato de falar dos próprios sentimentos a alguém já ajuda a se sentir melhor. [21]
    • Para fazer novos amigos, junte-se a um clube dedicado a um hobby que você ache interessante — ou até um que você nunca se imaginou praticando. Dê preferência àqueles com eventos periódicos (um clube do livro ou bailes semanais, por exemplo), pois você estará menos propenso a faltar se criar um hábito.
    • Se você é tímido demais para abordar estranhos, só um sorriso e contato visual já podem ser suficientes para começar um diálogo. Procure ficar junto a um pequeno grupo de pessoas caso se sinta muito ansioso.
  7. Implemente mudanças saudáveis de estilo de vida . Dormir bem e regularmente, exercitar-se com frequência e manter uma dieta saudável são vitais para aliviar o estresse e alcançar um estado emocional saudável. Meditação , massagem e outras técnicas de relaxamento também contribuem para tanto.
    • Use sua rede de amparo. Peça dicas de exercício aos profissionais da academia; procure alguém que possa instruí-lo a respeito de técnicas de relaxamento, inclusive a meditação; pesquise sobre esses assuntos na internet; elabore uma rotina de exercícios e peça às pessoas que moram com você que o incentivem a obedecê-la.
    • Atividades físicas são um incremento importante à rotina, pois fazem o cérebro liberar endorfinas, que proporcionam bem-estar.
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Dicas

  • Prepare-se para melhorar em passos de formiga. Não espere uma cura imediata após reconhecer o problema: alegre-se com cada uma das pequenas conquistas e melhoras que alcançar durante o tratamento.
  • A depressão não é um assunto banal: é uma doença de verdade e requer tratamento. O fato de ela não ser uma doença física não significa que pode ser superada apenas com a força do pensamento. Busque ajuda e tratamento.
  • Se você precisa de ajuda, fale com alguém de confiança. Essa pessoa poderá dar a ajuda de que você precisa, e só o fato de desabafar já proporciona um alívio enorme.
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Avisos

  • Se você suspeita de que um amigo esteja considerando o suicídio, trate do assunto com ele abertamente.
  • Os seus amigos talvez menosprezem os sintomas da sua depressão. Não lhes dê ouvidos, nem finja concordar com eles. Busque um grupo de apoio para portadores da doença ou amigos compassivos com o problema. Algumas pessoas são incapazes de lidar com os sentimentos alheios.
  • Se você pensa no suicídio ou na automutilação, ligue para um serviço de prevenção ao suicídio — como o CVV, do Brasil (pelo número 188; a ligação é gratuita e pode ser feita a qualquer hora); o Serviço Nacional de Socorro, de Portugal (112); ou a National Suicide Prevention Lifeline, dos Estados Unidos (1-800-273-8255) [22] — onde você poderá encontrar ajuda 24 horas por dia, todos os dias do ano. O suicídio é um assunto sério. Não hesite em pedir ajuda por si mesmo ou por um conhecido.
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