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O transtorno opositivo desafiador (TOD) afeta de 6 a 10% de todas as crianças. [1] Lidar com esse transtorno pode ser extremamente desafiador para os pais, pois a criança parece estar em uma luta constante por poder, o que impedem os familiares de se darem bem com ela. É importante compreender seu filho e fazer os ajustes necessários para se aproximar dele de uma maneira eficiente.

Método 1
Método 1 de 3:

Compreendendo o comportamento do seu filho

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  1. Crianças com TOD tendem a apresentar determinados comportamentos distintivos, começando geralmente na pré-escola e quase sempre antes da adolescência. [2] Embora todas as crianças tenham problemas de comportamento, uma criança que tem TOD exibirá um padrão “frequente e persistente” [3] de hostilidade e desobediência. Caso você identifique quatro ou mais dos seguintes comportamentos em seu filho e esses comportamentos causem problemas frequentes em casa, na escola ou em outros lugares, durando pelo menos seis meses, leve seu filho a um terapeuta para que ele receba um diagnóstico formal: [4] [5]
    • Constante perda de paciência.
    • Discussões frequentes com adultos.
    • Recusa a obedecer quando adultos fazem algum pedido.
    • Irritar deliberadamente as pessoas e sentir-se facilmente irritado por elas.
    • Culpar os outros por seus erros ou mau comportamento.
    • Raiva e ressentimento constantes.
    • Comportamento rancoroso e vingativo.
  2. Crianças com TOD pensam em si mesmas como vítimas e acreditam que ações como socar uma parede ou machucar outra criança são justificadas. [6] Lembre à criança que não há problemas em se sentir irritado. Ela pode até ser a vítima em determinadas situações. Apesar disso, frequentemente a reação é mais grave do que a ofensa original.
  3. Embora ele possa estar legitimamente chateado, continua sendo responsável por seu comportamento e suas atitudes. Ninguém o fez agir de uma forma negativa ou prejudicial. Foi ele quem escolheu assim. Reconheça que coisas ruins acontecem, mas a decisão de como reagir a essas coisas pertence somente a ele, independentemente do quanto a situação pareça injusta.. [7]
    • Pergunte ao seu filho se ele acha certo que um colega bata nele se estiver zangado. Descubra se ele acha que é diferente quando ele é quem está zangado e bate em alguém por conta disso.
  4. Crianças com TOD frequentemente vão a extremos para se sentir no controle. Você pode começar discutindo com seu filho por ele ter batido no primo e acabar em uma briga por poder completamente não relacionada. Em vez de entrar nessa luta, impeça que ela continue. [8] Você pode simplesmente ir embora ou levar a conversa para o ponto de partida novamente.
    • Reconheça quando seu filho está discutindo para se defender ou apenas lutando por poder.
  5. Seu filho não precisa saber como “não” reagir, mas sim como reagir adequadamente. Você pode conversar com ele sobre isso e até criar situações para ajudá-lo a reagir a elas de uma forma construtiva. Veja alguns pontos que podem ser tratados:
    • Respirar profundamente ou contar até dez para se acalmar.
    • Estabelecer limites, como pedir para não tocarem nele e informar que ele precisa ficar um tempo sozinho.
    • Usar a linguagem do “eu”.
    • Mostrar o que fazer quando alguém não respeitar seus limites ou sentimentos.
    • Procurar ajuda quando ele se sentir confuso ou perturbado.
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Método 2
Método 2 de 3:

Ajustando suas técnicas parentais

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  1. Quando tentar falar com seu filho, seja para fazer um pedido, repreensão ou parabenizá-lo, existem certas abordagens que são úteis, construtivas e impedem que ele comece a se comportar mal.
    • Tente falar de maneira calma, clara, usando explicações curtas e objetivas. Diga de forma clara e direta o que quer e espera dele.
    • Faça contato visual, mantendo sua postura, gesticulação e expressão facial relaxados ou neutros.
    • Faça perguntas ao seu filho e preste atenção nas respostas dele. Discuta sobre o que está acontecendo no presente, não sobre coisas que ele fez no passado, visando sempre a resolução dos problemas.
    • Não repreenda, xingue, fale de problemas antigos, grite, faça suposições sobre o comportamento do seu filho ou use linguagem corporal negativa.
  2. Embora seja difícil refrear as emoções diante de determinadas situações, faça o melhor que puder para afastar a raiva na hora de lidar com seu filho. Diga o que aconteceu, explique por que aquilo não deve acontecer de novo e afirme que ele precisa mudar. Não deixe de atribuir consequências relacionadas ao mau comportamento. Feito isso, retire-se e não se envolva em nenhum conflito. [9]
    • Caso perceba que está ficando nervoso, procure respirar fundo para se acalmar ou repita mentalmente uma frase que o ajude a ficar mais relaxado. [10] Tome o tempo necessário para não dizer qualquer coisa que possa levá-lo a se arrepender depois.
  3. Não culpe o seu filho ("meu filho está arruinando minha vida. Não tenho tempo para mim porque estou sempre precisando discipliná-lo”) e não culpe a si mesmo (“se eu fosse um pai melhor, talvez ele não agisse dessa forma”). Caso se pegue pensando algo do tipo, pare e tire um tempo para reconhecer esses sentimentos. Lembre-se de que seu filho não é responsável pelo seu bem estar emocional. Apenas você pode ser responsável por como você se sente. [11]
    • Assuma a responsabilidade por seus próprios sentimentos e atitudes, tornando-se um exemplo para o seu filho.
  4. A relação com os pais em geral pode ser algo confuso para uma criança. Caso ela perceba uma oportunidade de conseguir o que quer, ela provavelmente não deixará passar. Uma tática comum das crianças é tentar desgastá-lo até que você diga sim. Durante discussões, responda de forma coerente. Seja claro sobre suas expectativas e rígido na hora fazer as suas regras valerem. [12]
    • Crie um gráfico de comportamentos e consequências que permita ao seu filho visualizar o que certos comportamentos podem causar a ele. Seja claro e consistente, de modo que seu filho sempre saiba o que esperar de você. Recompense as boas atitudes e puna os maus comportamentos com as consequências adequadas.
    • Se a criança tentar desgastá-lo, seja claro. Mostre firmeza e diga que “não é não”. Mostre que você não voltaria atrás só porque ela continua pedindo a mesma coisa. Experimente respostas simples, como “isso não está em discussão” ou “não vou discutir esse assunto. Essa conversa acabou”.
  5. Caso você entre em uma discussão, presumindo que seu filho está tentando irritá-lo ou lhe causar problemas, isso definirá suas respostas. É natural querer brigar com alguém que briga com você, mesmo que esse alguém seja seu filho. Não espere que ele corrija suas atitudes por conta própria, pois ele precisa ser orientado. Quando tiver pensamentos negativos sobre seu filho, tente substituí-los por outros mais positivos. [13]
    • Se você se pegar pensando em como seu filho está sempre tentando começar uma briga, substitua esse pensamento pela noção de que todas as crianças têm qualidades e defeitos. Saiba que seu esforço pode ajudar seu filho a adquirir as habilidades de que ele precisa para se expressar de maneira produtiva.
  6. Considere o tipo de vida que a criança leva. A família está sempre brigando entre si ou algum familiar tem problemas com abuso de substâncias? Você passa tempo suficiente com seu filho ou faz ele ver muito TV e jogar vídeo games por horas para mantê-lo distraído? Identifique situações, óbvias ou mais sutis, que possam estar afetando negativamente seu filho. Feito isso, faça o possível para mudar essas coisas.
    • Considere limitar o tempo de TV e jogos do seu filho, promover jantares familiares obrigatórios e buscar aconselhamento caso você e seu cônjuge estejam brigando com muita frequência. Caso haja abuso de substâncias ou algum distúrbio mental no núcleo familiar, ajude a pessoa em questão a procurar tratamento.
    • Outros possíveis agente estressores familiares e ambientais incluem o estresse econômico, pais com doenças mentais, punições muito duras e severas, mudanças frequentes e divórcio.
  7. Seu filho pode estar sentindo raiva ou frustração, sem saber expressar essas emoções de uma maneira positiva ou construtiva. Caso note que ele está com raiva, rotule a emoção para ele. Diga explicitamente que ele parece estar com raiva. Indique os sentimentos deles e das outras pessoas com quem ele convive. Diga que quando você se sente triste, prefere ficar na sua e não falar com ninguém. [14]
    • Converse sobre como expressar sentimentos. Pergunte se seu filho é capaz de identificar quando alguém está chateado. Descubra se ele percebe quando as pessoas em volta dele estão felizes. Pergunte como, na opinião dele, uma pessoa fica quando está com raiva. Converse sobre a forma como seu filho sente e expressa cada emoção.
  8. Deixe claro que seu filho e outras pessoas têm o direito de estabelecer limites e impor respeito a eles. Aprender os princípios do consentimento pode ajudar seu filho a reconhecer que bater, cutucar ou chutar alguém não é certo.
    • Imponha limites sobre as pessoas ao redor, caso seja necessário. Por exemplo, você pode dizer que a irmã dele não gosta de ser abraçada, mas apenas cumprimentada com um aperto de mãos, se for o caso. Reforce que ele deve respeitar isso.
    • Imponha limites relacionados aos seus filhos. Por exemplo, se as outras crianças ficam mexendo no cabelo da sua filha, mesmo após ela pedir que eles parem, encare-as com um olhar de seriedade e deixe claro que isso não é certo.
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Método 3
Método 3 de 3:

Procurando ajuda

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  1. Crianças com TOD podem melhorar. Estudos mostram que até 67% das crianças diagnosticadas com TOD se tornarão assintomáticas no prazo de três anos, caso recebam tratamento. [15] Quanto mais cedo você começar a tratar o TOD e quaisquer outros problemas existentes, melhores são as chances de recuperação do seu filho.
    • Infelizmente, 30% das crianças diagnosticadas desenvolverão transtorno de conduta. [16] Esse transtorno é considerado mais grave, podendo levar a comportamentos antissociais, bem como a crueldade para com outras pessoas ou animais, além de confrontos físicos, tendências incendiárias e forçamento de atividades sexuais. [17]
  2. Se você estiver com problemas para se dar bem com seu filho, é bem possível que ele também tenha suas próprias dificuldades. Embora externamente ele possa estar apenas se comportando mal, interiormente ele talvez não saiba como expressar suas necessidade e desejos de uma maneira que seja facilmente compreendida. Um terapeuta pode ajudá-lo a se expressar de uma forma mais saudável. Ele poderá ajudar seu filho a compreender suas emoções e expressá-las de uma maneira construtiva, lidando com a raiva.
    • A terapia comportamental para crianças serve para ajudá-las a abandonar comportamentos negativos e substituí-los por outros mais positivos. Frequentemente, a terapia requer que os pais ajudem a impor os novos comportamentos aprendidos em casa. [18]
    • A terapia pode ajudar seu filho a desenvolver habilidades de resolução de conflitos, empatia e habilidades sociais, além de reduzir comportamentos agressivos.
    • Descubra se há algum programa nas proximidades que ajude crianças a desenvolverem habilidades sociais. Esses programas ajudam as crianças a interagirem com seus pares de uma maneira mais positiva, além de melhorar o desempenho na escola. [19]
  3. Frequentemente, crianças com TOD também terão outros problemas emocionais, como ansiedade, depressão ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. [20] Caso você suspeite que seu filho pode ter algum desses transtornos, marque uma consulta com um terapeuta para conseguir um possível diagnóstico. A criança não progredirá no tratamento do TOD caso haja algum transtorno co-existente que não esteja sendo tratado. [21]
  4. [22] Embora você não tenha achado muito difícil lidar com seus outros filhos e seus problemas, uma criança com TOD pode ser um desafio inimaginável. Talvez seja útil ajustar suas técnicas por completo. Um curso para pais pode ser benéfico no desenvolvimento dos ajustes necessários para a sua abordagem.
    • Você pode aprender formas diferentes de abordar o comportamento do seu filho, de gerir sistemas de comportamento e encontrar apoio na experiência de outros pais que também estão tendo problemas com os filhos. [23]
    • A terapia familiar pode ajudar toda a família a interagir positivamente com a criança com TOD e dar voz aos anseios de todos os envolvidos. Ela também serve para educar os familiares sobre o TOD.
  5. Descubra o que os pais deles fizeram para lidar com eles e o que eles queriam que os pais fizessem para ajudar. Essas pessoas já estiveram no lugar do seu filho, então podem oferecer grandes dicas sobre como lidar com a situação.
  6. Grupos de apoio podem fornecer um tipo de ajuda que nenhum outro recurso consegue replicar. Reunir-se com outros pais que passam por problemas semelhantes pode ser um alívio, bem como uma forma de compartilhar suas frustrações e inspirações. Você pode começar amizades com outros pais que passam por dificuldades semelhantes e promover apoio mútuo. [24]
    • Procure recursos on-line, como blogs, sites, grupos de apoio e outras ajudas disponíveis para pais que precisam lidar com transtornos como o TOC, o transtorno de déficit de atenção e outros. [25]
  7. Por si só, nenhum medicamento representa um tratamento adequado para o TOD, mas alguns podem ajudar a tratar problemas de saúde mental e reduzir alguns dos sintomas mais graves. [26] Marque uma consulta com um psiquiatra e discuta com ele a necessidade de medicar seu filho.
    • Antes de seguir com a medicação, considere o seguinte: é melhor que seu filho já tenha passado por uma avaliação física e psiquiátrica e tenha experimentado todos os outros tratamentos possíveis. Outra preocupação são os efeitos colaterais dos remédios (ganho de peso, alterações no crescimento da criança, etc).Considere também se a medicação será administrada apenas em casa ou também na escola. Converse com a criança sobre a medicação, seus efeitos colaterais e como monitorá-los.
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  1. http://www.apa.org/helpcenter/controlling-anger.aspx
  2. https://www.empoweringparents.com/article/odd-kids-and-behavior-5-things-you-need-to-know-as-a-parent/
  3. http://psychcentral.com/blog/archives/2011/06/20/4-ways-to-manage-oppositional-defiant-disorder-in-children/
  4. https://www.empoweringparents.com/article/odd-kids-and-behavior-5-things-you-need-to-know-as-a-parent/
  5. http://msue.anr.msu.edu/news/help_young_children_identify_and_express_emotions
  6. https://www.AACAP.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/Odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf
  7. https://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf
  8. http://www.aacap.org/AACAP/Families_and_Youth/Facts_for_Families/FFF-Guide/Conduct-Disorder-033.aspx
  9. https://www.mentalhelp.net/articles/treatment-of-oppositional-defiant-disorder/
  10. https://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf
  11. http://www.kidsmentalhealth.org/children-conduct-disorder-oppositional-defiant-disorder-odd/
  12. http://www.aacap.org/AACAP/Families_and_Youth/Facts_for_Families/FFF-Guide/Children-With-Oppositional-Defiant-Disorder-072.aspx
  13. https://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf
  14. http://www.healthguidance.org/entry/16109/1/Parenting-Classes-Pros-and-Cons.html
  15. http://www.parentsupportbc.ca/parent_support_circles
  16. https://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf
  17. https://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/docs/resource_centers/odd/odd_resource_center_odd_guide.pdf

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