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A dissociação acontece quando a mente se separa do mundo físico. A sensação é de que você não está mentalmente presente no ambiente. Por um lado, você pode simplesmente ficar com o pensamento lá longe e, por outro, pode se sentir completamente desvinculado do seu corpo e do que está ao seu redor. As pessoas geralmente desenvolvem a dissociação como uma forma de lidar com traumas e estresses psicológicos. Quando a mente fica atordoada demais, a dissociação aparece como uma saída para lidar com o que está acontecendo. [1] Comece aprendendo a reconhecer os momentos dissociativos, já que isso é necessário para conseguir tratá-los. Depois, aprenda a manter-se no presente, o que pode parar a dissociação. Para superar uma dissociação persistente e recorrente, você provavelmente terá que fazer terapia.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Reconhecendo a dissociação

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  1. É normal não perceber os momentos que você está se dissociando das coisas. A boa notícia é que é fácil para as pessoas que se importam com você perceberem esse comportamento, porque você provavelmente vai parecer atordoado. Peça para eles ajudarem você a perceber quando isso acontecer. [2]
    • Você pode dizer “Eu sei que tenho a tendência a me dissociar quando as coisas ficam difíceis, mas não consigo perceber quando estou fazendo isso. Quando notar que eu estou com o pensamento longe, você pode me avisar, por favor?”
  2. Isso vai ajudar você a perceber quando estiver se dissociando. Anote os sintomas que tiver e o que estava acontecendo durante o incidente. Não se esqueça de que a dissociação é um espectro e ficar devaneando ou perdido nos próprios pensamentos durante um passeio de carro são exemplos mais leves. Na outra ponta do espectro existe o transtorno dissociativo de identidade, que é algo sério. [3] Os sintomas mais comuns são: [4]
    • Sentir-se mentalmente desconectado, ficar com o pensamento longe ou não estar presente.
    • Muita distração ou devaneios constantes.
    • Acreditar que o mundo não é real (conhecido como desrealização) ou ter seu senso de identidade distorcido (conhecido como despersonalização ).
    • Observar o seu corpo como se fosse o de outra pessoa.
    • Apatia emocional ou não conseguir expressar como se sente.
    • Excesso de fadiga ou sono.
    • Ter retardo nas reações às coisas que acontecem na sua vida.
  3. Isso ajuda a identificar os momentos que estiver vivenciando esse distúrbio e pode ajudar a pôr um ponto final nele. Repare no que você pensa, quais sensações vivencia e que emoções sente. Você também deve ficar de olho nas coisas que desencadeiam esse comportamento e que acontecem com frequência, porque isso ajudará a identificar o que está causando os momentos de dissociação e permitirá que você os supere. Pergunte-se as seguintes coisas: [5]
    • Como eu estou me sentindo? Por exemplo, você pode se sentir desconectado das coisas, aéreo ou ter a sensação de que está sobrevoando a situação que está acontecendo.
    • No que eu estou pensando? Você pode ter dificuldade de formar pensamentos ou descobrir que deu um branco na sua mente.
    • O que está acontecendo agora? Você pode perceber o que está causando estresse.
  4. Escrever em um diário é uma ótima forma de dar voz ao que você sente e lidar com experiências difíceis. Ter um diário não só ajuda a ter relatos dos momentos que você se dissocia como também ajuda você a refletir sobre eles e compreender melhor o seu passado. [6]
    • Escreva no diário todos os dias. Relate a sua vida diária, o que sente sobre as coisas que aconteceram no passado e as suas experiências dissociativas.
    • Quando perceber que está se dissociando, anote o que causou isso e como você se sentiu.
    • Em alguns casos, você pode optar por levar o diário com você na terapia, caso você faça.
  5. Mesmo que uma dissociação leve seja uma resposta psicológica normal a situações estressantes, algumas pessoas podem vivenciar isso cronicamente e por períodos mais longos. [7] Ter momentos de dissociação prolongados e severos podem ser sintoma de doenças mentais. Portanto, você deve procurar um profissional de saúde mental se estiver com uma grande dificuldade de lidar com as coisas que está vivendo. De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th edition) [5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais], distúrbios como a dissociação são sintomas das seguintes doenças: [8]
    • O distúrbio da despersonalização ocorre quando você se sente desconectado de si mesmo e da própria vida.
    • A amnésia dissociativa ocorre quando você esquece algumas coisas que aconteceram para esconder traumas.
    • As fugas dissociativas ocorrem quando você esquece quem é e viaja para algum lugar diferente e desconhecido.
    • O transtorno dissociativo de identidade (TDI) ocorre quando a sua mente se separa em personalidades individuais e diferentes entre si como resposta a um trauma extremo.
    • O transtorno dissociativo não especificado (DDNOS, em inglês) é diagnosticado quando você tem sintomas de dissociação, mas não se encaixa no diagnóstico de nenhum transtorno específico.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Mantendo-se no presente

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  1. Essa é uma forma simples de se lembrar de onde está. Comece falando sobre o endereço e depois tente listar o máximo de detalhes sobre o lugar que puder. Fazendo isso, você conseguirá voltar para a situação presente em vez de se desconectar dela. [9]
    • Por exemplo, você pode falar: “Eu estou sentado à mesa de jantar. A minha irmã está jantando do meu lado. Estamos comendo macarrão. O molho do macarrão está meio doce e ácido. Eu estou de pijama e o tecido dele está bem macio. Minha irmã está falando comigo. Ela está me perguntando se eu quero beber alguma coisa.”
  2. Isso ajuda a estar no presente e manter você nele. É como aquele jogo de criança “Eu vejo…” onde as pessoas devem escolher algumas coisas do ambiente para falar. Veja abaixo algumas perguntas para começar essa atividade: [10]
    • Quantas coisas vermelhas têm por perto?
    • Quantos objetos redondos têm ao meu redor?
    • Quais formatos estou vendo?
    • Estou sentindo cheiro de que?
    • O que eu estou ouvindo?
    • Como os meus sentidos estão sendo estimulados?
  3. Os sentidos são a melhor forma de se conectar ao presente, porque fazem você ficar mais consciente de onde está. Se sentir que está se desconectando da situação, comece a estimular um dos sentidos. Depois, estimule os outros, se puder. Veja abaixo algumas formas de fazer isso: [11]
    • Passe um cubo de gelo na pele. Seguindo esse mesmo raciocínio, você pode reparar na sensação que as roupas que você está vestindo estão causando no seu corpo ou como é a sensação de estar sentado na cadeira onde você está.
    • Coloque uma gota de óleo essencial no seu pulso e sinta o cheiro.
    • Coma alguma coisa e preste atenção nos sabores.
    • Ouça os barulhos do ambiente.
    • Descreva o que está vendo ao seu redor.
  4. para se manter no presente. O mindfulness é uma prática de viver o presente. Isso pode ser muito útil se você está sofrendo com a dissociação. Leia livros e revistas sobre mindfulness ou use um manual. Essa habilidade precisa de tempo para ser desenvolvida, mas veja abaixo algumas formas de começar: [12]
    • Faça apenas uma coisa por vez.
    • Quando for comer, foque nos sabores da comida.
    • Faça uma caminhada em meio à natureza e foque no que está ouvindo, sentindo, cheirando e vendo.
    • Foque na sua respiração.
    • Medite . Você pode tentar usar um aplicativo de meditação gratuito, como o Insight Timer, Calm ou o Headspace.
    • Experimente fazer yoga.
    • Procure artigos sobre meditação, yoga e mindfulness em revistas de saúde.
    • Leia livros como Atenção Plena: Mindfulness do escritor Danny Penman.
  5. É melhor fazer isso descalço. Coloque o seu pé no chão e pressione-o. Perceba a sensação que isso causa e as diferenças entre pisos lisos, tapetes ásperos e a grama molhada. Ande por aí se concentrando nos seus pés enquanto eles tocam o chão. [13]
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Fazendo terapia

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  1. A dissociação muitas vezes é resultado de uma experiência traumática, então é importante que o profissional tenha vivência com vítimas de traumas. Pergunte sobre a experiência profissional dos terapeutas em potencial. Você também pode acessar os sites ou anúncios deles para ver se eles colocaram “traumas” nas suas especializações. [14]
    • Você pode pedir uma recomendação ou procurar um terapeuta pela internet.
    • Já que é primordial ter um espaço seguro para conseguir se recuperar, peça para visitar o consultório do terapeuta antes. Você precisa se sentir completamente confortável para poder trabalhar junto com ele para resolver o trauma que causou a dissociação.
  2. A terapia conversacional é o tratamento mais recomendado para os transtornos dissociativos. O terapeuta vai ajudar você a trabalhar a questão do trauma passado e a aprender como parar de ter momentos de dissociação assim que eles começarem. [15]
    • Ele provavelmente vai ajudar você a desenvolver processos de manter-se no presente, como os mencionados acima.
    • Ele também ajudará você a falar sobre o seu trauma sem se dissociar.
  3. A dissociação é uma estratégia de lidar com coisas negativas, então você vai precisar de uma alternativa para conseguir superar as coisas. O terapeuta vai ajudar você a identificar quais são as melhores opções. Por exemplo, você pode pegar o hábito de ligar para um amigo quando estiver estressado, usar a respiração profunda ou criar hábitos de autocuidado diários. [16]
    • Talvez seja necessário tentar algumas estratégias diferentes até encontrar uma que funcione com você. Não desista.
    • Você pode montar uma caixa de autocuidado para usar quando precisar. Coloque, por exemplo, o seu livro preferido, óleos essenciais, uma blusa macia ou um cobertor, um CD com músicas relaxantes, doces ou algum objeto que você use nos seus hobbies. Pegue a caixa quando precisar se fincar no presente e lidar com o que está acontecendo.
    • Você pode montar uma caixa de autocuidado portátil com coisas menores para levar na sua mochila ou bolsa. Use uma nécessaire ou um estojo.
  4. Não existe um remédio feito para a dissociação, mas você pode ter depressão ou ansiedade junto com o transtorno dissociativo. Isso é normal e tem tratamento. O médico que está cuidando de você vai poder determinar se esses medicamentos teriam um bom efeito no seu caso. [17]
    • Os antidepressivos podem ter efeitos colaterais. Os mais comuns são: boca seca, náusea, visão turva, aumento de apetite, aumento do peso, fadiga, tontura, inquietação, agitação, insônia e problemas sexuais. [18]
    • Esses medicamentos não resolvem todos os problemas. Eles servem para ajudar a controlar os sintomas enquanto você os trata na terapia.
  5. Os grupos de apoio permitem que você compartilhe as suas experiências com pessoas que entendem o que você passou, porque vivenciaram coisas parecidas. Você também pode aprender com os casos de pessoas que passaram por algo similar. Isso pode dar o apoio emocional que você precisa para seguir em frente no caminho da recuperação. [19]
    • Pergunte ao seu terapeuta se ele conhece grupos de apoio próximos de onde você mora. Você também pode pesquisar na internet.
  6. É raro, mas as pessoas que têm transtornos dissociativos podem apresentar sintomas físicos, como paralisia, perda da fala ou dificuldade de andar. A boa notícia é que a fisioterapia pode ajudar! Peça uma indicação de fisioterapeuta para algum médico ou seu psicólogo para encontrar alguém que ajude você a lidar com os sintomas e superá-los. [20]
    • Você também pode tentar psicoterapia sensório-motora para ajudar a superar o trauma passado e a dissociação. Isso ajuda a melhorar sintomas somáticos que os problemas podem ter causando ajudando você a se reconectar com as sensações físicas e com o seu corpo.
    • A maioria das pessoas que tem transtornos dissociativos não precisam de fisioterapia, mas ela é um ótimo recurso para quem precisar.
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Dicas

  • Lembre-se de que a dissociação é uma estratégia para lidar com coisas negativas. Não se sinta mal por isso. Quando você aprender a lidar com ela, as coisas vão melhorar. [21]
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