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Toda história que se preze traz eventos (ou séries de eventos) que têm começo, meio e fim. Além disso, para que gere reações positivas no leitor ou espectador, o final em particular tem que ser bastante impactante. Se está escrevendo e quer conseguir esse efeito, leia as dicas deste artigo para aprender a contar o que é relevante.
Passos
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Identifique as partes da história. Todo enredo tem que ser dividido entre começo (apresentação de personagens, da ambientação e do conflito), meio (a tensão crescente, as complicações e as reações dos personagens ao conflito) e fim (resolução do conflito e consequências).
- A história tem que terminar quando o personagem principal cumprir (ou não conseguir cumprir) o seu objetivo.
- Por exemplo: se o personagem quer ser rico, pode ser que ele passe por diversas situações inusitadas para comprar um bilhete de loteria. Ele vai vencer? Se sim, termine o enredo no momento em que ele ouve os resultados vencedores da aposta.
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Pense em um último evento ou ação para a história. O enredo pode trazer vários eventos importantes e interessantes, mas escolha qual deles sintetiza a resolução geral. Pense em uma cena que faça sentido no momento final da história e que ajude a amarrar todas as pontas soltas. Por fim, ela tem que ter importância para os personagens e os leitores em si.
- Por exemplo: termine a história com uma cena que apresenta as consequências de uma decisão do personagem principal que resolveu o conflito central.
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Determine qual é o conflito central da história. A maioria dos enredos traz conflitos entre pessoas, pessoas versus natureza, pessoas versus sociedade ou pessoas versus elas mesmas. Use a cena final para resolver a situação, mesmo que o personagem principal não consiga o que quer. O importante é que ela gere impacto no leitor para tornar todo o enredo memorável. [1] X Fonte de pesquisa
- Faça as seguintes reflexões para decidir que tipo de conflito você vai usar: os personagens da história estão lutando contra a natureza? Uns contra os outros? Contra eles mesmos (uma batalha interna ou emocional)?
- Por exemplo: se o personagem principal ficar perdido em uma floresta perigosa, é porque a história se trata de pessoa versus natureza . Nesse caso, ele tem que encontrar algum abrigo que o proteja dos elementos.
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Reflita sobre a significância dos eventos da história. Determine por que eles são importantes e que lições o leitor tem que extrair deles. Que temas, ideias ou argumentos você quer passar? Não precisa falar desses detalhes diretamente ao leitor, mas mostre-os por meio de eventos, ações e diálogos. [2] X Fonte de pesquisa
- Escreva algo como "O meu avô me ensinou a sempre fazer o que é certo em qualquer situação. Agora que sou policial, entendo por que ele considerava a moral tão importante...".
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Faça uma reflexão sobre a relevância da história para o leitor. Por que ele tem que se interessar pelo enredo? Se conseguir responder a essa pergunta, revise a história e veja se a sequência das ações que criou para os personagens levaria o público a uma reação parecida com a do protagonista. [3] X Fonte Confiável University of North Carolina Writing Center Ir à fonte
- Por exemplo: "Por que o leitor tem que se importar com o que acontece a Nina e à vila?".
- "Porque as mudanças climáticas provocaram um aumento no nível do mar que inundou a região. Ou seja: se não aprendermos com os erros do passado, vamos ter o mesmo destino cruel".
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Use a primeira pessoa para apresentar ideias da perspectiva do narrador. Com a perspectiva em primeira pessoa, você vai poder contar a história de maneira mais próxima, já que o leitor vai estar envolvido nos eventos. Nesse caso, fale diretamente a ele — seja você o protagonista ou outra pessoa. Ainda assim, lembre-se de acompanhar sempre esse personagem e de usar apenas informações que ele teria.
- Por exemplo: "Eu entendi que todo o meu esforço e as horas de ensaio me trouxeram até esse momento, no palco, diante da plateia...".
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Use a terceira pessoa para contar a história de longe. Você pode usar outro personagem como narrador para mostrar a importância da história. Assim, fica mais fácil injetar a sua interpretação ao enredo, já que há certa distância entre o narrador e os personagens em si.
- Por exemplo: "Denise dobrou a carta, deu-lhe um beijo e repousou o papel sobre a mesa, ao lado da pilha de dinheiro. Ela sabia que todos teriam um milhão de dúvidas sobre o que aconteceu, mas também estava certa que a verdade viria à tona algum dia".
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Escreva a conclusão da história. A forma de escrever a conclusão depende do gênero. No entanto, todos os finais interessantes têm um traço em comum: deixam o leitor com caraminholas na cabeça. Ele tem que terminar a leitura pensando nos temas centrais do enredo e na importância deles. [4] X Fonte de pesquisa
- Se está escrevendo uma redação acadêmica ou pessoal, use o último (ou os dois últimos) parágrafo para concluir o enredo.
- Se está escrevendo um romance de ficção científica, conclua o enredo nos dois últimos capítulos.
- Não escreva finais batidos, pois o leitor vai ficar decepcionado. Por exemplo: evite "Uma luz ofuscante invadiu os meus olhos, então usei as mãos para proteger a visão. Naquele momento, senti-me envolver pelos meus lençóis macios e pelo conforto do travesseiro. Reabri os olhos e percebi que tudo fora apenas um sonho".
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Identifique as ligações mais gerais nos eventos da história. Pense em como cada evento leva a outro e cria um arco narrativo completo. Encare a história como uma jornada: o personagem começa em a , mas termina em b , em uma situação bastante diferente. Assim, vai ser mais fácil ver que o enredo tem uma forma única e, portanto, merece um final digno.Publicidade
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Use ações para mostrar (e não contar) o que é importante. Todo mundo sabe que histórias repletas de ação chamam a atenção de gente de todas as idades, sejam elas escritas ou visuais. Você pode usar essa estratégia para passar a importância do enredo ao público.
- Por exemplo: se a história terminar com a heroína salvando a vila do dragão, inclua uma cena em que um guerreiro dá a ela uma espada lendária. Dá para mostrar o quanto isso é importante até sem qualquer diálogo.
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Desenvolva o final com descrições e imagens sensoriais. Os detalhes sensoriais criam conexões emocionais entre o leitor (ou espectador) e a história — e os grandes enredos são cheios dessas imagens. [5] X Fonte de pesquisa No entanto, deixe-as mais para a parte final para pegar o público de surpresa. Por exemplo:
- "Toninho sabia que havia derrotado o monstro, cujo corpo sem vida caía no abismo à sua frente. Ainda assim, ele esperou e observou cada centímetro da criatura desaparecer, com uma expressão de calma e leveza no rosto. Só depois foi que o garoto voltou a si e foi embora".
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Crie metáforas para os personagens e seus objetivos. Dê dicas e deixas para o próprio leitor juntar as peças e interpretar a história. O público sempre prefere enredos que não sejam muito didáticos. Por outro lado, não escreva nada confuso a ponto de deixar as pessoas perplexas, ainda que inclua figuras de linguagem para não ser tão óbvio. Encontre um ponto de equilíbrio. Por exemplo:
- "Enquanto Sarah se despedia e acelerava a motocicleta, João sentia a companheira se tornar uma lembrança — que se afastava com um barulho ensurdecedor rua abaixo, até se tornar um mero ponto de luz; um resquício daquilo que ele gostara tanto de conhecer".
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Pense em imagens vívidas. Assim como as ações e descrições sensoriais, as imagens ajudam muito a contar histórias mais impactantes. Pense nas imagens mentais que você quer "pregar" na cabeça do leitor — algo que capture a essência do enredo — e deixe-as para o finalzinho.
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Explore um tema específico a fundo. Você pode abordar vários temas, ainda mais se o texto for longo, como um livro ou uma novela. No entanto, também é legal se concentrar em um tema específico com imagens e ações de personagens para dar uma estrutura única ao enredo, sobretudo com histórias que têm final aberto.
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Repita certos momentos. Assim como dá para destacar um tema específico, você pode pensar em uma ação, um evento ou um momento emocional da história que tenha mais peso e "ecoá-lo" ao longo do enredo (repetindo o momento, relembrando-o etc.).
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Volte ao início. Assim como nos passos anteriores, você pode retomar o início da história para dar a ela um impacto maior no final. Essa é a chamada "narrativa moldura" e vem muito a calhar na construção do enredo. [6] X Fonte de pesquisa
- Por exemplo: se a história começa com uma pessoa olhando para um último pedaço de bolo, mas se recusando a comê-lo, termine-a com essa mesma pessoa olhando para o confeito (mesmo que seja outro bolo). Caso tenha superado um quadro de anorexia, ela pode comer o doce para simbolizar a conquista.
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Revise os eventos da história e a ligação entre eles. Lembre-se de que nem toda ação tem a mesma importância ou ligação com as demais. Use várias delas para explorar temas e mensagens diferentes no enredo e nos personagens — desde que sejam relevantes para o final. Entretanto, entenda ainda que até os protagonistas fracassam de vez em quando.
- Por exemplo: em A Odisseia , de Homero, Odisseu tenta inúmeras vezes voltar para casa, mas quase sempre fracassa devido aos obstáculos do caminho. Cada fracasso deixa a história mais interessante, mas o que ele descobre de si mesmo no final é o mais importante de tudo (já que toda a sua penúria tem um significado maior).
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Reflita sobre o que acontece depois de cada cena. Às vezes, os autores ficam tão envoltos com a história que estão escrevendo que acabam se esquecendo de que até os mundos de fantasia precisam seguir certas regras lógicas, como as leis da física. É por isso que você tem que pensar em um final que seja condizente com determinada situação. [7] X Fonte de pesquisa
- O final tem que ser condizente com o que aconteceu antes.
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Reflita por que os eventos acontecem em determinada ordem. Releia a sequência de eventos ou ações da história e, depois, reflita se determinadas ações são ou não realistas de acordo com o fluxo do enredo.
- Por exemplo: se o personagem encontrar uma passagem secreta para um mundo de fantasia enquanto procura seu cachorro, retome a história do cãozinho no final. Deixe o protagonista explorar o mundo que encontrou, mas não se esqueça do que o levou a encontrar a tal passagem.
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Pense em variações e surpresas para o enredo. Ninguém gosta de histórias formulaicas demais e que não trazem nada de novo. Pense no que aconteceria se os personagens fizessem determinada coisa ou vivessem um evento x — e inclua surpresas. Veja se você incluiu esses itens ao longo de todo o enredo.
- Por exemplo: o leitor pode ficar entediado se o personagem só acordar, ir à escola, voltar para casa e se deitar para dormir. Pense em algo novo e surpreendente que possa acontecer, como ele encontrar uma caixa misteriosa na porta de casa com o seu nome.
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Reflita sobre aonde a história leva o leitor. Pense no que você já criou em termos de eventos, provas ou detalhes do enredo. Depois, pense também no que está faltando, nos problemas que ainda não resolveu e nas dúvidas que restam. O final pode incitar o público a refletir sobre algo e, na maioria das vezes, provoca mais perguntas do que ele tinha antes.
- Por exemplo: quais são os novos conflitos que os heróis têm que enfrentar depois de derrotar o monstro? Por quanto tempo o mundo deles vai ficar em paz?
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Distancie-se do texto por um tempo. Independentemente da natureza do enredo (ficcional ou não), releia-o da perspectiva do leitor e pense no que tem e no que não teria lógica. Enquanto escritor, pode ser que você ache que determinado evento faz todo sentido, mas que o leitor não tenha a mesma impressão. Por isso, é bom ter certa distância do texto para pensar nele de forma mais crítica.Publicidade
Dicas
- Esquematize a história antes de começar a escrevê-la. Use esse recurso para mapear todo o processo sem se perder no caminho. Essa estratégia é a única forma de ver toda a estrutura do enredo de uma vez e, assim, pode ajudar você a pensar no final.
- Peça para uma pessoa de sua confiança ler a história e dar uma opinião sobre o seu trabalho.
- Preste atenção às regras do gênero que você está escrevendo. Por exemplo: um texto de ficção tem certas características que contos de terror não têm, assim como roteiros de stand-up comedy trazem elementos diferentes de revistas de viagens.
- Revise o texto até mandar parar! Depois de decidir qual é o fim da história, releia-a várias vezes para encontrar e corrigir os pontos em que o leitor possa ficar confuso.
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Referências
- ↑ http://www.literarydevices.com/conflict/
- ↑ https://www.wwnorton.com/college/english/write/fieldguide/writing_guides.asp# BLUE03
- ↑ http://writingcenter.unc.edu/handouts/conclusions/
- ↑ http://writingcommons.org/process/organize/paper-structure/397-how-to-write-a-compelling-conclusion
- ↑ http://time.com/3584611/write-better-tips-from-harvard/
- ↑ http://www.nwp.org/cs/public/print/resource/142
- ↑ http://www.creative-writing-now.com/story-endings.html
Sobre este guia wikiHow
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