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Você está pensando em criar um personagem original para um conto, um romance, uma história em quadrinhos ou outro projeto criativo? Ter ideias de personagens únicos e verossímeis pode ser difícil, mas há algumas técnicas que facilitam o processo. Primeiro, pegue uma folha de papel e faça um esboço inicial, destrinchando os detalhes da personalidade aos poucos. Na hora de desenhar para valer, crie versões diferentes até ficar satisfeito com o resultado.

Método 1
Método 1 de 3:

Criando uma primeira versão em papel

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  1. Inclua o nome, a idade, o local onde nasceu, onde mora e outros detalhes pessoais básicos, como espécie, sexo ou gênero. Pense em tudo o que conseguir no momento, mas não se preocupe se deixar para completar depois. [1]
    • Por exemplo: "Alice, 25, nasceu em casa, mora em uma cidadezinha do interior, bruxa, humana, mulher, tem poderes mágicos".
    • Se você ainda tem dúvidas quanto a algum detalhe, deixe um espaço para ele e volte depois, quando tiver certeza. Nem sempre é fácil entender o próprio personagem.

    Dica: você pode criar essa ficha por conta própria ou usar um modelo baixado da internet.

  2. Todo personagem precisa ter uma função na história de que faz parte. Pense em como a sua criação vai contribuir com o enredo. Você pode mudar de ideia quanto a isso no futuro, mas pelo menos tenha um ponto de partida. [2]
    • O personagem pode ser herói, vilão, femme fatale , velho sábio, Dom Juan e assim por diante. Por exemplo: crie uma mulher que use a própria beleza para disfarçar o quanto é perigosa.
    • O personagem pode muito bem ter mais de uma função. Por exemplo: crie um homem que conquiste várias mulheres durante uma missão secreta arriscada; nesse caso, ele vai ser tanto herói quanto um Dom Juan.

    Dica: dê a sua cara a um arquétipo de personagem comum, como "escolhido", "herói", "anti-herói", "vilão", "mentor", "cuidador", "órfão", "sedutora", "amante", "inocente" ou "lobo solitário". Pense em qual desses tipos a sua criação mais se encaixa e adapte-a ao seu gosto.

  3. Tente pensar na aparência física do personagem. Depois, descreva os traços básicos dele, incluindo o estilo de se vestir e a forma de se mexer. Aqui, você pode ser tão detalhado quanto quiser (ou deixar para incrementar o texto adiante). [3]
    • Por exemplo: "Alice é baixa, curvilínea e tem pele clara. Seus cabelos são pretos e cacheados, e seus olhos são cinzas com toques de amarelo. Ela gosta de usar preto, azul real e roxo escuro, e suas peças favoritas são vestidos. Suas mãos têm cicatrizes causadas por acidentes de alquimia, e ela traz uma marca semelhante no busto. Alice se orgulha da sua ancestralidade bruxa e sempre faz questão de falar das suas origens".
  4. Descreva em detalhes o passado do personagem e como ele chegou ao ponto onde está agora, incluindo tudo o que aconteceu nesse entremeio. [4]
    • Por exemplo: "Alice sempre viveu em uma cidade pequena, e sempre soube que era a bruxa mais talentosa da família. Seus pais a ensinaram as tradições familiares e optaram por educá-la em casa — e, por esse motivo, ela nunca teve contato com a sociedade moderna. Sendo assim, Alice se dedicou bastante a aprender novos feitiços (a ponto de irritar as pessoas!) e acabou adquirindo um senso de autoconfiança elevado demais , pois acha que é imbatível. Agora, seus pais desapareceram e ela precisa descobrir o que aconteceu, mas sem deixar que a sua petulância extrema atrapalhe a jornada".
  5. Pense em cinco a dez traços que sejam importantes para o personagem. Inclua talentos, como cantar, correr rápido, lançar feitiços, e liste também as conquistas que ele já alcançou. [5]
    • Pense no tipo de atitude do personagem. Por exemplo: ele é otimista? Pessimista? Realista?
    • Por exemplo: imagine que os traços de Alice são "esforçada, determinada, inteligente, criativa, simpática e leal"; seus talentos são "preparar poções, lançar feitiços e cantar"; e, por fim, suas conquistas incluem "preparou a primeira poção mágica aos cinco anos de idade, venceu um concurso de bruxaria contra as amigas, vai receber o livro de feitiços da família como herança".

    Dica: pense também em uma peculiaridade que mostre quem é o personagem de verdade ao leitor. Por exemplo: talvez Alice tenha o hábito de gesticular com as mãos sempre que está falando porque é acostumada a lançar feitiços.

  6. Não adianta tentar criar um personagem perfeito: ele não vai ficar nada interessante. Todo mundo tem defeitos, inclusive na ficção. Pense em traços negativos da personalidade, imperfeições físicas ou erros que a pessoa tenha cometido e descreva esses itens na ficha.
    • Por exemplo: pode ser que os defeitos de Alice sejam o excesso de autoconfiança, a ingenuidade e o comportamento impulsivo; em termos físicos, talvez ela tenha cicatrizes aparentes, não consiga correr rápido e não tenha muita força braçal; quanto aos erros, pode ser que ela tenha confiado em quem não devia no passado.
  7. Todo mundo tem medo de alguma coisa — o que, no caso dos habitantes da ficção, os torna mais humanos e deixa a história como um todo mais interessante. Pense no que dá medo no seu personagem e inclua esse detalhe na ficha.
    • Por exemplo: talvez Alice tenha medo de perder os pais para sempre, fique insegura com a ideia de ter que sair da sua cidade e assim por diante.
  8. Todo personagem precisa ter uma motivação (que, no geral, está ligada a um desejo). É isso que conduz o enredo. Pense no que o seu personagem mais quer na vida e explique em detalhes na ficha. [6]
    • É mais fácil pensar na motivação do personagem se você já sabe que história quer contar. Qual é o conflito central do enredo? O que falta na vida do protagonista? Reflita bem.
    • Por exemplo: talvez a motivação da história de Alice seja encontrar os pais; por outro lado, pode ser que ela queira provar que é uma bruxa competente.
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Método 2
Método 2 de 3:

Destrinchando o personagem

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  1. Monte uma lista de perguntas que você faria ao personagem se pudesse conversar com ele (ou baixe uma pronta da internet). Pense em respostas de acordo com a história, a personalidade e os objetivos dele. [7]
    • Faça perguntas do tipo: "Você tem um animal de estimação?", "Como é a sua relação com a família?", "Onde se vê em cinco anos?", "Qual é a sua lembrança mais antiga?", "Qual é o seu emprego dos sonhos?", "Quem é o seu confidente mais próximo?" e "O que tem no seu quarto?".
    • Por exemplo: talvez Alice diria que o seu prato favorito é sopa de tomate porque isso a lembra da horta do sítio dos avós dela; e pode ser que ela tenha um gato preto e outro bege como espíritos familiares.
  2. Determine se ele tem sotaque ou alguma forma específica de falar que remeta à sua personalidade ou história de vida. Depois, use palavras e estruturas de frases que reflitam a educação que ele teve e o lugar que ocupa na sociedade. Isso dá uma visão mais clara ao leitor. [8]
    • Por exemplo: e se Alice usasse palavras de um vocabulário mais antiquado e até rimasse de vez em quando por causa da experiência que tem com magia e bruxaria? Pode ser que ela fale coisas do tipo "A penumbra tomou a floresta mais cedo, mas não há motivo para ter medo".
  3. Dá para descobrir muito de uma pessoa observando-a no cotidiano, em atividades como cozinhar, comer, limpar, dirigir ou conversar. Explore como o personagem age nesses momentos e, assim, pense no desenvolvimento interno dele. Veja dois exemplos: [9]
    • Pode ser que Alice arrume a casa e prepare o café da manhã com feitiços. Depois, pense na dificuldade que ela teria para fazer compras em uma loja sem ter que recorrer à magia. Quer dizer que ela não é tão independente quanto imaginava!
    • Talvez Alice queira pegar um livro de magia emprestado na biblioteca. Ela pode ficar corada ao falar com o bibliotecário e evitar fazer contato visual, o que indica timidez.
  4. Se pessoas reais têm opiniões, as fictícias também merecem ter. Pense nos assuntos que o seu personagem considera mais relevantes e, depois, decida qual é o posicionamento dele na hora de fazer todo o desenvolvimento. [10]
    • Por exemplo: e se Alice acreditar que os bruxos e as bruxas devem viver longe das pessoas que não têm poderes? Ela vai ter dificuldade de se relacionar com gente diferente e pode até ter conflitos com outros membros da comunidade.
  5. Mostre o personagem interagindo com familiares, amigos e o antagonista. Deixe claras as diferenças e semelhanças entre ele e cada outra pessoa — até mesmo para você entender melhor a sua própria criação. [11]
    • Por exemplo: imagine que a melhor amiga de Alice se chama Telma. Você pode pensar em uma cena na qual Alice e Telma deem de cara com uma bruxa machucada na floresta. Alice quer parar e ajudar, mas Telma diz que não há tempo. E se Telma fosse tentar achar mais alguém, mas abandonasse a missão no meio do caminho? Isso mostraria que ela não é confiável, ao passo que Alice é solidária.
  6. A história não vai ser nada interessante se o personagem não enfrentar problemas e obstáculos durante a jornada. Pense em tudo o que pode atrapalhar a busca dele e desenvolva-o melhor. Inclusive, isso vai aumentar a torcida do leitor pelo sucesso no fim das contas. [12]
    • Por exemplo: pode ser que Alice quase encontre os pais, mas os perca de novo por pouco. Ou quem sabe ela não descobre que Telma está ajudando a pessoa que sequestrou a família dela?
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Método 3
Método 3 de 3:

Desenhando o personagem

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  1. Só comece a desenhar o personagem quando tiver uma ideia clara de quem ele é. Para isso, monte uma ficha ou um conceito básico em papel e pense pelo menos na função dele na história e nos seus traços físicos mais importantes. [13]
    • A ficha básica da personagem Alice poderia trazer "Bruxa baixa, de cabelos escuros e vestido preto, que é a heroína da história".
    • A da personagem Telma, por sua vez, poderia indicar "Bruxa alta, de cabelos ruivos, calça jeans e camiseta vermelha, que é a verdadeira vilã da história ".
  2. A postura física diz muito a respeito da personalidade e dos objetivos de um personagem. Pense no que você quer representar e em uma silhueta básica para formar o contorno geral depois. [14]
    • Pode ser que Alice ande sempre com a postura correta, com a mão na cintura e o queixo erguido.
    • Telma, por sua vez, pode andar sempre corcunda, olhando para baixo e com os braços cruzados (como se quisesse esconder algo).
  3. Crie alguns esboços simples do personagem, tentando sempre incorporar detalhes e ângulos diferentes. Depois, dê uma boa olhada em cada um até decidir qual é o melhor. [15]
    • Esses esboços vão facilitar a sua vida na hora de desenhar o personagem final.
    • Não se preocupe se você errar. Por enquanto, são apenas esboços.

    Dica: desenhe o personagem de ângulos diferentes para formar uma imagem mais completa. [16]

  4. O que o personagem usa diz muito a respeito dele. Isso vale para o estilo e as cores de cada peça de roupa e os acessórios. Monte um look completo e coeso. [17]
    • Por exemplo: e se Alice usasse vestidos esvoaçantes por achar que isso reflete a ascendência mágica dela? E se ela gostasse de roupas escuras porque se sente misteriosa? Em termos de acessórios, pode ser que ela ande sempre com um pingente que tem a foto da sua avó dentro.
    • Telma, por sua vez, pode optar por um estilo mais moderno porque não se encaixa nas tradições. Além disso, talvez ela escolha cores claras porque faz as pessoas acharem que ela é boazinha e feliz (apesar de não ser). No que tange a acessórios, pode ser que ela ande sempre com uma bolsa feita dos pelos de um animal de estimação que tinha quando era criança.
  5. Depois de você pensar na postura e nos traços físicos básicos do personagem, finalmente é hora de desenhar. Faça tudo no computador ou em uma folha de papel, com o maior número possível de detalhes. [18]
    • Você também tem a opção de usar um aplicativo de desenho.
    • Não se preocupe: você pode fazer o desenho só para entender melhor o personagem, não para mostrar a ninguém.
    • Se você está criando um personagem de história em quadrinhos ou outra obra ilustrada, treine o desenho até aperfeiçoar a técnica. Não desista!
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Dicas

  • Você provavelmente vai notar algumas semelhanças entre o seu personagem e outros, que já existem. Tenha cuidado para não plagiar ninguém.
  • Não crie um personagem que seja bom em tudo o que faz! Ele tem que ter talentos e defeitos.
  • Estude personagens que chamem a sua atenção na hora de criar o seu próprio.
  • Finja que você é o personagem por um tempo e tente entendê-lo melhor.
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Avisos

  • Não copie a criação de nenhuma outra pessoa, nem baseie o seu personagem em algum que já existe. Isso é considerado plágio e pode ter consequências legais sérias.
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