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Agora provavelmente é uma ótima hora para se tornar um desenvolvedor de jogos. O mercado está extremamente aberto a novatos e as pessoas jogam mais videogame do que nunca. Porém, se você não tiver um mínimo de conhecimento sobre a indústria, tudo pode ficar muito confuso. É como entrar em um labirinto sem mapa e bússola! Bem, permita que o wikiHow seja seu guia. Abaixo, discutiremos o que você terá de elaborar para criar um jogo completo. Daremos também algumas dicas básicas sobre como fazer isso bem e demonstraremos o que fazer para elevar o nível de sua carreira e de seu jogo. Comece no Passo 1 abaixo ou veja as seções listadas acima para conselhos mais específicos.

Parte 1
Parte 1 de 7:

Elaborando o gameplay

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  1. O que está tentando fazer com esse jogo? Que história está tentando contar? O que os jogadores deverão sentir ao final do jogo? Que tipo de experiência deseja transmitir? O que quer com esse projeto? Essas são algumas perguntas importantes que precisarão ser feitas antes do início do processo, pois as respostas fornecerão a luz ao final do túnel dessa jornada. Você precisa saber onde quer ir se quiser chegar lá eficientemente. [1]
  2. Diferentes públicos jogam de diferentes maneiras. O público também pode se sentir mais propenso a preferir diferentes tipos de jogos, sendo que ele também pode gostar de diversos padrões de conteúdo. Lembre-se: é aceitável querer fazer um jogo para um público muito específico, mas isso limitará os lucros gerados. Seja realista.
  3. Antes de chegar muito longe no processo, você precisa considerar quais tipos de dispositivos aceitarão seu jogo. Plataformas móveis estão, rapidamente, se tornando populares entre jogadores, mas PCs e consoles ainda são fortes (e provavelmente permanecerão assim). A programação envolvida, a interface e os controles mudarão drasticamente de acordo com a plataforma; portanto, é importante compreender aonde seu jogo irá.
  4. É um FPS? Um jogo de plataforma? Um RPG? Um jogo social? Há muitos aspectos de design que não são influenciados pelo gênero. É claro, você pode dizer “esquece os gêneros” e fazer qualquer coisa, mas tal “coisa” poderia ser difícil de divulgar, e exigirá muita criatividade e originalidade. Não é bem o jeito mais fácil de entrar no mundo dos games. [2]
    • Uma das coisas que terá de pensar sobre na hora de elaborar tendo em mente um gênero é como ficará o visual do UI. Diferentes tipos de jogos terão a UI mais ou menos visível, dependendo normalmente da complexidade dos controles.
    • Outra consideração é a seguinte: alguns gêneros se tornaram sinônimos de diálogo, enquanto que outros deixam inteiramente esse aspecto de lado. Seu diálogo precisará ser gravado? Você o fará através de textos? O quão interativo ele será? Planejar antecipadamente o diálogo é importante, pois você terá de desenvolver o próprio sistema e as falas.
    • Você precisará elaborar um sistema de combates para muitos tipos de jogos, ou encontrar um equivalente caso seu game não possua lutas. Pense nisso como a parte “jogável” de seu jogo. É, discutivelmente, uma das partes mais importantes do design do jogo. Ter uma base sobre a qual é possível trabalhar é muito útil.
  5. Como regra geral, você quer que seus jogadores sintam que têm escolha no que fazem. Porém, certos tipos de jogo ganharam fama por associarem mais escolhas dentro de suas histórias. Adicionar escolhas pode ser muito complexo, mas também é relativamente simples. Você só precisa decidir como fazê-lo.
    • Alguns jogos aparentam dar escolhas, por exemplo, mas acabam não fornecendo muitas opções. Isso pode ser bem feito ou mal feito.
    • Um exemplo de sistema de escolhas bem executado, por exemplo, seria a série Bioshock ou The Witcher 2. Um exemplo de sistema mal executado seria o Old Republic.
  6. O trabalho de elaboração sério começa a seguir: você precisa criar seu gameplay. Isso é um delineamento explicando como o jogo funciona. Normalmente acaba com o objetivo do jogador e os detalhes dos desafios que ele terá de ultrapassar. Um exemplo seria o primeiro jogo do Mário, onde o gameplay pareceria algo do tipo: correr, evitar obstáculos, atingir bandeira.
  7. Independentemente do tipo de jogo criado, você precisa dar ao jogador um bom motivo para ele querer atingir suas metas e progredir. O jogo precisa ser proporcionalmente recompensador para o nível de desafio que ele impõe.
  8. Você também precisa garantir que o jogo não seja muito difícil, ou ao menos não tão difícil ao ponto de ser impossível ou quase impossível. O jogo deve oferecer desafio, mas não ao ponto de induzir muitas pessoas a largarem o game. Isso normalmente exige testagens, mas é aceitável. É para isso que existem os betas. [3]
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Parte 2
Parte 2 de 7:

Elaborando os componentes

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  1. Há muitas maneiras diferentes de se fazer um tutorial e há diversas filosofias sobre a melhor maneira de tratá-lo. Você pode esconder o tutorial dentro da história sobre o personagem sendo treinado (a lá Fable) ou pode simplesmente ir exibindo instruções (a lá Mass Effect). Você pode tentar esconder o tutorial misturando-o no jogo ou exibi-lo completamente de uma vez só. Independentemente do que fizer, certifique-se de que ele pareça natural dentro do jogo.
  2. O mundo é o ambiente em que seu jogador se divertirá. O quanto ele é expansivo? O quanto é desafiador? Como indicará que uma área deve ser explorada? Que ela não deve ser explorada? Essas são coisas que devem ser levadas em consideração. [4]
  3. Essas são as regras internas do jogo. Você desejará decidir um sistema de regras e garantir que ele seja equilibrado e consistente. A melhor maneira de fazer isso é olhar o que outros jogos fizeram de certo ou errado nessa área. [5]
  4. Os níveis são pedaços individuais do jogo, os episódios pelos quais o jogador passará para chegar ao final da experiência. Os níveis devem ser engajadores e precisam conter a quantia certa de desafio. Eles devem ser fisicamente elaborados para fazerem sentido.
  5. Você precisará elaborar todo o conteúdo – como os itens com os quais o personagem pode interagir, os personagens em si, os itens do ambiente, etc.. Isso pode ser extremamente demorado – portanto, planeje-se antecipadamente! Tente encontrar maneiras inteligentes de reciclar coisas sem zê-las parecerem repetitivas.
  6. A interface inclui coisas como menu e IU (interface do usuário). Você quer que seja extremamente fácil navegar por ela e que o uso dela pareça natural. Inspire-se com seus jogos prediletos, mas lembre-se de que, geralmente, quanto mais simples, melhor. [6]
  7. Ter controles que pareçam naturais é vital para que os jogadores realmente admirem o jogo e aproveitem-no ao máximo. Lembre-se de manter a simplicidade e o padrão. Na dúvida, conforme-se a sistemas de controle padronizados.
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Parte 3
Parte 3 de 7:

Elaborando o visual

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  1. O visual do jogo deve combinar com o tipo de game elaborado. Gráficos coloridos e vibrantes, por exemplo, podem arruinar um jogo que deveria ter um tom sério. Você também quer evitar o estilo 8-bits se quiser elaborar um game cujo objetivo seja parecer moderno.
  2. Visuais atraentes são importantes dentro do mundo da criação de jogos. Os maus leques podem acabar com a felicidade do jogador. Leia um pouco sobre a teoria das cores e, como sempre, lembre-se de tomar o caminho simples quando estiver na dúvida.
  3. Você pode brincar com clichês para fazer com que o jogo fique fácil de navegar e de jogar. Use ícones comumente aceitos e dicas visuais para manter o jogador imerso no mundo. Você pode usar o visual para guiar os jogadores pelo mapa, ao criar áreas onde não seja desejável a presença deles. Por exemplo, crie áreas assustadoras e escuras quando quiser que o jogador não se aproxime, e gere áreas iluminadas e interessantes quando desejar chamar a atenção deles.
  4. Você não precisa criar o próximo Mass Effect para se tornar um criador de jogos de sucesso. Games de visual simples podem ser ótimos se o jogo em si for bom. Um excelente exemplo disso é Journey ou Bastion, jogos altamente premiados com gráficos descomplicados.
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Parte 4
Parte 4 de 7:

Trabalhando no som

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  1. Efeitos sonoros diretos são coisas como vozes, barulhos de arma e sons provocados pela interação com itens. Você desejará garantir a elaboração de todos esses sons, buscando deixá-los fazendo sentido dentro do game. Tente fazer o máximo de sons únicos possível, visto que o excesso de barulhos iguais pode deixar o jogo repetitivo (dando um péssimo caso de síndrome de “Then I Took na Arrow to The Knee”). [7]
  2. Os efeitos sonoros ambientes são barulhos de plano de fundo, normalmente ambientais. Eles são importantes por ajudarem a montar as cenas e por fazer com que os jogadores se sintam imersos no game. Não negligencie tais sons.
  3. Quando estiver elaborando o áudio, é uma boa ideia experimentar gravar o máximo de sons originais possível. Você pode usar uma biblioteca simples, mas as pessoas saberão o que você está fazendo e notarão. Isso será classificado como pouco profissional.
  4. A música também é importante para o jogo, e você nunca deve se esquecer dela. Algumas vezes, uma trilha sonora é o bastante para fazer o jogo se destacar, mesmo ele sendo desconhecido. Contrate alguém que conheça o que está fazendo e use sua trilha sonora para ajudar a criar uma experiência imersiva de gameplay.
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Parte 5
Parte 5 de 7:

Elaborando a história

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  1. Um conceito ruim é uma das coisas que podem arruinar o jogo desde cedo – portanto, é importante elaborar bem o conceito antes de desenvolver o resto. Pense bem no seu conceito e certifique-se de que ele seja complexo o bastante para gerar personagens, mundos e gameplays ricos.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Dan Klein

    Coach de Improviso
    Dan Klein é um especialista em improviso que estuda no Departamento de Teatro e Estudos de Performance da Stanford University, assim como na Stanford's Graduate School of Business. Dan ensina sobre improviso, criatividade e storytelling a estudantes e organizações do mundo todo há mais de 20 anos. Formou-se na Stanford University em 1991.
    Dan Klein
    Coach de Improviso

    Tente integrar a história do jogo ao gameplay. Dan Klein, professor de storytelling, teatro de improviso e game design, diz: "Na indústria dos games, os jogos mais belos e divertidos são aqueles em que a história está integrada à maneira de jogar."

  2. Trata-se da velocidade e da intensidade com as quais a trama do jogo se desenrola. Como um bom filme ou livro, você quer que o ritmo jogo seja estável. Você não quer começar com grande intensidade, por exemplo, e fazer com que o resto do jogo pareça comparativamente chato. Geralmente, o melhor ritmo é aquele que gradativamente vai subindo até chegar a um clímax intenso. O ritmo deve ter seus altos e seus momentos de descanso.
  3. Muitos dos melhores jogos usam técnicas clássicas de contação de histórias. Você deve estudá-las e ver se elas podem ajudá-lo a criar um jogo.
    • Estruturas em atos são comumente usadas em filmes, peças e livros para ajudar a determinar o ritmo da trama. Procure essas estruturas caso esteja incerto quanto ao seu ritmo.
    • O Monomito e a Jornada do Herói apresentam filosofias comuns de contar histórias, afirmando que a maioria das narrativas se conforma a um padrão geral. Você pode explorar esse padrão para ajudá-lo a brincar com a psicologia humana inerente. Journey é um dos melhores exemplos do uso do monomito em jogos, mas isso pode ser encontrado na maioria deles.
  4. Os percalços são os clichês. Alguns são melhores que outros e alguns podem ser úteis. Porém, você deve evitar ao máximo os clichês. Passe um tempo pesquisando sobre clichês para descobrir se você está desenvolvendo um clichê ambulante.
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Parte 6
Parte 6 de 7:

Elaborando os personagens

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  1. Você quer que os personagens sejam completos e ricos, visto que isso torna os jogadores mais engajados e investidos no game. Isso significa dar personalidades e falhas complexas aos personagens. Se precisar de ajuda imaginando e escrevendo personalidades complexas, tente alguns exercícios de desenvolvimento de personagens. Você pode elaborar o personagem de acordo com a cartilha de personalidade de Myers-Briggs ou a cartilha de alinhamento de personagem.
  2. Seus personagens devem mudar como pessoas durante o jogo. Isso os torna mais interessantes. Isso significa que eles normalmente devem começar com falhas enormes, ou uma personalidade geralmente pior do que aquela com a qual terminam.
  3. É realmente fácil fazer com que o personagem realize tudo aquilo que faríamos em determinadas situações. Mas esse tipo de escrita folgada normalmente é visível aos jogadores, pois ela parece extremamente pouco natural. Foque naquilo que seus personagens fariam e seu jogo ficará muito melhor.
  4. Jogos tendem a pecar no assunto diversidade, com personagens sendo, na maioria das vezes, mais branca, heterossexual e máscula do que as pessoas da vida real. Isso pode fazer com que o jogo pareça monótono e chato. Ao incluir diversidade ao jogo, você pode torná-lo mais interessante, aumentando a expectativa por trás dele ao diferenciá-lo dos outros.
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Parte 7
Parte 7 de 7:

Virando profissional

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  1. Você precisará de algumas habilidades para criar um jogo (habilidades que não podemos ensiná-lo por serem complexas demais). É preciso estudar se quiser aprender essas habilidades, mas é tecnicamente possível se tornar um autodidata. Você precisará compreender bem a matemática, visto que muitos jogos envolvem séries enormes de equações. Você precisará a aprender a linguagem de programação (normalmente C, C++ ou C# ). Há faculdades de desenvolvimento de jogos, mas a sua melhor escolha seria virar programador. Isso o dará um leque de habilidades mais diverso. Você pode trabalhar como programador caso não seja imediatamente contratado por uma empresa.
  2. Se quiser se destacar na indústria e trabalhar para grandes empresas, é uma boa ideia criar um jogo pequeno e viciante que exiba suas habilidades. Isso pode fazer com que alguém se interesse o bastante pra empregá-lo. Você apenas não quer colocar areia demais no seu caminhãozinho inicial.
  3. Você não precisa fazer o jogo ser lançado por uma grande empresa. Você não precisa ser reconhecido por ninguém além de seus jogadores, se assim desejar. O mercado independente de jogos está vivo e mandando muito bem. Agora é a hora certa de fazer esse tipo de jogo. Mantenha isso em mente caso queira procurar apoios oficiais.
  4. Se quiser fazer um ótimo jogo, ou um de qualquer tipo, você precisará ter dinheiro. Você precisa de MUITO dinheiro para fazer um jogo. Atualmente, a melhor maneira de obter o dinheiro é através do Kickstarter, que é uma das muitas plataformas de crowd-funding. Verifique alguns projetos que tiveram sucesso no passado para descobrir o que eles fizeram direito. Os melhores conselhos são: ter ótimos incentivos e se comunicar constantemente. No Brasil, há o site Catarse, que pode servir como fonte de dinheiro se bem utilizado.
  5. O Steam, da Valve, é uma loja digital de jogos e um dos canais de distribuição mais populares entre os usuários de PC. Ele também é um dos canais de distribuição mais amigáveis para jogos indies. Se estiver fazendo esse tipo de jogo, sua melhor aposta para o sucesso é colocá-lo no Steam. Atualmente, o Steam Greenlight é o canal em que você provavelmente quer chegar.
  6. Construa um website e um exército de contas em redes sociais para seu jogo. Atualize constantemente e permita que as pessoas se sintam envolvidas no processo. Comunique-se sempre que possível com pessoas que se interessaram no que você está fazendo. Permitir que as pessoas fiquem animadas com seu jogo é o segredo para o sucesso indie, visto que o interesse é o principal fator para chegar, por exemplo, ao Steam.
  7. A comunidade indie é muito ligada e muitos podem ajudá-lo na sua estrada para o sucesso. Se quiser ter sucesso, é uma boa ideia virar amigo dessas pessoas, ajudando-as em suas jornadas e promovendo os jogos delas. Elas o ajudarão a fazer a mesma coisa caso achem que você possui um bom trabalho.
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Dicas

  • Mantenha um pequeno caderno e uma caneta consigo, ou um app de anotações no telefone o tempo todo. Assim, você poderá anotar quaisquer boas ideias que surgirem durante a confecção do jogo.
  • Rascunhe algumas ideias.
  • Se jamais elaborou um jogo antes, sua ideia demorará de 10 a 100 vezes mais tempo do que o planejado para se desenvolver. Comece com muito pouco.
  • Dê umas pausas. Deixar a elaboração de lado por um tempo dará uma perspectiva renovada. Certifique-se apenas de voltar ao trabalho. A manhã seguinte não é para se arrepender de relações ou de ressacas. Algumas vezes, a manhã seguinte pode salvar um projeto caso você ache que todo o trabalho da noite anterior parece horrível por causa da falta de sono e de alimentação. Explicar ao chefe ou a si mesmo o péssimo trabalho não é fácil. Tire umas folgas e evite esse cenário.
  • O processo todo parecerá muito mais fácil se você for imaginativo e criativo. Tente elaborar novas ideias inventivas e permita que a criatividade flua – “será bom no longo prazo”.
  • Consiga algo jogável assim que possível no desenvolvimento e passe a trabalhar a partir desse ponto.
  • Não se concentre demais em evitar clichês. Eles se tornam clichês por funcionarem. Algumas vezes, você pode obter certo sucesso ao dar uma perspectiva nova a um clichê excessivamente utilizado.
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Materiais Necessários

  • Um criador de videogames. Há muitos tipos por aí, mas o RPG Maker XP ou VX, ou o Scratch – do laboratório de mídia do MIT – são bons para iniciantes. Eles contêm tudo o que você precisa logo no início, e permitem que gráficos, músicas e outros elementos pessoais sejam adicionados.

Sobre este guia wikiHow

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