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Quando se ama um gato, pode ser difícil discipliná-lo. Mesmo quando se comportam de modo indesejado, gatos são tão fofos e graciosos que é difícil reunir forças para gritar com eles ou repreendê-los. E há aqueles gatos que nos deixam à beira da loucura, mas parecem resistir a qualquer tentativa de domesticação, a ponto de nos perguntarmos: "eu sou o dono do meu gato ou meu gato é dono de mim?". Mas, com a abordagem certa, é possível ensinar boas maneiras ao seu bichano.

Método 1
Método 1 de 3:

Preparando-se para disciplinar seu gato

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  1. Gatos são animais difíceis de se treinar. Os cães, que têm um desejo maior de servir aos donos, geralmente absorvem o condicionamento com mais facilidade. No entanto, é possível treinar gatos — basta entender como funciona a mente deles e como eles interagem com humanos. O processo requer paciência, já que captar o interesse dos felinos é muito difícil. [1]
  2. Cada gato tem seu estímulo preferido, algo que fará com que ele preste atenção em você. A esse estímulo, do qual depende o sucesso do treinamento, vamos dar o nome de recompensa. Encontre algum petisco de que seu gato goste muito, que seja o ponto fraco dele. O petisco favorito de alguns bichanos é atum; de outros, um pedaço de frango cozido etc.
    • Independentemente do petisco que você escolher, tenha-o sempre em mãos durante as sessões de treinamento e ofereça-o ao gato sempre que ele obedecer às suas ordens.
    • Nunca bata no gato se ele não obedecê-lo. Isso o deixaria ressentido com você e, portanto, menos inclinado a acatar suas ordens. [2]
  3. O primeiro passo para educar um gato é fazer com que ele o escute, e isso não vai acontecer sem um vínculo bem estabelecido entre vocês dois. Esta é a parte mais importante: procurar desenvolver um bom relacionamento com seu animal logo que começar a conviver com ele. Assim, ele vai respeitá-lo, querer agradá-lo e prestar atenção aos seus comandos.
    • Se você acaba de adquirir um gato, dê muita atenção a ele. Acaricie-o bastante se ele for do tipo que gosta de contato. Se não for, converse com ele, afague-o e ofereça petiscos às vezes. Desenvolver uma boa relação com um gatinho pode demorar de alguns dias até algumas semanas, dependendo do quão à vontade ele se sente no novo lar.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Pippa Elliott, MRCVS

    Veterinária
    A Dra. Elliott é uma veterinária com mais de 30 anos de experiência. Formou-se na University of Glasgow em 1987 e trabalhou como cirurgiã veterinária por 7 anos. Depois disso, a Dra. Elliott trabalhou como veterinária em uma clínica por mais de uma década.
    Pippa Elliott, MRCVS
    Veterinária

    A veterinária Pippa Elliott explica: "Demonstrar amor pelo seu gato significa respeitar todas as necessidades do animalzinho. Além de abrigo e alimentação , isso inclui brincar , deixá-lo subir em lugares altos , dar-lhe oportunidade de exercitar as garras ( arranhar! ) e caçar (nem que seja um brinquedo). Se seu gato tiver essas necessidades respeitadas, se comportará melhor."

  4. Embora seja importante corrigir maus comportamentos assim que eles surgem, tente entender melhor o temperamento do seu bichinho. Alguns fatores que variam de animal para animal podem influenciar no modo como ele reage às suas tentativas de treiná-lo. Seja paciente com filhotes, que às vezes se comportam de modo agitado, curioso ou ingênuo. Eles ainda não sabem discernir o certo do errado, mas eventualmente aprenderão a diferença.
    • Por outro lado, é mais fácil treinar um filhote do que um gato adulto. Se você é o único dono que ele teve ao longo da vida, provavelmente conseguirá exercer grande influência sobre o animal. [3]
  5. Se você ganhou ou adotou um felino adulto ou se precisa redisciplinar um que tem há muito tempo, leve em consideração que esse tipo de animal tem hábitos mais cristalizados. Normalmente, eles estão acostumados a obedecer a certas regras e apresentá-los a novas noções de certo e errado demanda muito mais trabalho.
    • No entanto, gatos adultos são mais tranquilos, compreensivos e não costumam ser tão rebeldes quanto os mais novos. [4]
  6. Antes de tentar discipliná-lo, tente imaginar que tipo de vida ele teve antes de chegar até você. Se ele veio de um criador e está habituado a ser bem tratado, respeitado e alimentado, é improvável que tenha algum trauma. Por outro lado, gatos que sofreram maus-tratos ou que viveram em centros de controle de zoonoses requerem um pouco mais de paciência e trabalho.
    • Gatos maltratados ou adotados, dependendo do tipo de experiência que tiveram com outros donos, talvez sintam uma apreensão maior diante de pessoas e ambientes estranhos. [5]
  7. As personalidades felinas são tão variadas e complexas quanto as humanas. Faça algumas perguntas a si mesmo para entender melhor o temperamento do seu animal: Que tipo de gato você tem? Você diria que seu gato é agitado? Ansioso para agradar o dono? Preguiçoso? Afetuoso? Entender a personalidade do gato vai ajudá-lo a decidir como reagir em certas circunstâncias.
    • Um gato que se assusta muito facilmente precisa ser treinado com mais delicadeza. Procure ganhar a confiança dele antes de tentar discipliná-lo.
    • Animais agressivos precisam ser avaliados por um psicólogo de animais, para que você não corra nenhum risco ao tentar treiná-los. [6]
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Método 2
Método 2 de 3:

Treinando seu gato

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  1. Para que seu bichinho não se meta em encrenca, permita que ele aja como o felino que é. Na natureza, gatos adoram correr, morder, arranhar e explorar — e gatos domésticos precisam ter acesso a formas seguras de exercitar esses instintos. Reprimi-los pode acarretar em distúrbios de comportamento que dificultam o treinamento do animal e diminuem a sua felicidade. Há vários modos de ajudar um gato a satisfazer suas necessidades felinas:
    • Providencie um arranhador para gatos. Instale um ou mais desses objetos na casa para que seu gato possa arranhá-los, evitando assim que ele arranhe sua mobília, as paredes e outras coisas que não deveria.
    • Compre brinquedos que seu gato possa mastigar e morder. Ratos de pelúcia, bolinhas e outros brinquedos que estimulam a mastigação ajudam o bichano a extravasar seus instintos sem que os donos dele se machuquem, além de impedirem que ele coma o que não deve.
    • Transforme um espaço da casa num "parquinho" ou num abrigo que o gato possa usar o dia todo. Gatos amam saltar, escalar e explorar. Portanto, compre um móvel para gatos ou prepare um lugar em que seu bichinho possa brincar sem estragar a casa. [7]
  2. É importante fazer com que o gato saiba quando ele faz algo de bom. Isso o ajuda a lembrar que certos comportamentos devem ser repetidos (como usar a caixa de areia apropriadamente, comer e beber sem fazer bagunça, arranhar o arranhador e não os móveis, brincar com os brinquedos e não com seus pertences) no futuro. A consistência também é importante: ofereça recompensas por bons comportamentos sempre que possível, a fim de que o gato tenha mais chances de associar causa e efeito. O petisco é a forma mais comum de recompensa, mas não exagere, uma vez que isso pode provocar obesidade.
    • Dar atenção também serve como recompensa. Fale com ele com um tom de voz suave, afague-o ou deixe-o ficar no seu colo para demonstrar que você valoriza bons comportamentos.
  3. Brincadeiras são um modo de indicar comportamentos desejáveis e de recompensar seu gato. Quando você estiver em casa, use algum brinquedo que force-o a interagir com você (muitos gatos adoram brincar com objetos felpudos ou brilhantes pendurados em hastes). Sempre que possível, passe algum tempo brincando com seu gato, que, além de se sentir amado, vai ter um ótimo pretexto para se exercitar!
    • A caneta laser é uma boa alternativa para os donos mais preguiçosos. Alguns gatos adoram perseguir a luz do laser, que você pode levar de um lado a outro da sala sem levantar do sofá. Alguns especialistas dizem que a caneta laser é uma brincadeira cruel, uma vez que o gato nunca chega a apanhar a presa, outros acreditam que ela estimula seu instinto de caçador. [8]
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Método 3
Método 3 de 3:

Disciplinando seu gato

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  1. Certos comportamentos precisam de correção — da mesma forma que é importante indicar como o gato deve agir, é importante indicar como ele não deve agir. Para que ele consiga reconhecer sempre quais atitudes são indesejáveis, seja consistente, repreendendo-o com o mesmo tom de voz toda vez. Evite gritar com o animal, uma vez que isso apenas o deixaria apavorado. Fale de forma severa, deixando bem claro que você desaprova o que o gato acaba de fazer.
    • Para surtir o melhor efeito, chame o gato pelo nome: "que feio, Mingau!". Use um tom de reprovação, mas sem levantar a voz. Isso é suficiente para que o bichano saiba que fez algo de errado. [9]
  2. Quando o gato se comportar mal, você pode interrompê-lo de duas formas. A primeira é isolá-lo. Se ele gosta de beliscar o jantar da família, por exemplo, coloque-o no seu quarto na hora do jantar. Ele certamente vai miar e choramingar, mas isso vai ensiná-lo a não repetir o erro.
    • Outro modo de desencorajar comportamentos indesejados é apertar levemente a sobra de pele do pescoço do gato. Quando seu gato estiver muito irritado ou agressivo, aperte de leve a pele do pescoço dele e diga "não". Se ele continuar se comportando mal, deixe-o em outro cômodo da casa e repita o "não" outra vez.
    • Nunca apanhe um gato pelo pescoço. Além de ser perigoso para o animal, ele pode reagir com um arranhão ou uma mordida — e ferimentos causados por gatos podem causar infecções perigosas. [10]
  3. Para desencorajar comportamentos indesejáveis, use um borrifador para espirrar água no momento em que o gato fizer alguma coisa errada (como escalar prateleiras ou morder flores). Tente ser furtivo, espirrando a água quando ele estiver de costas para você ou olhando para outro lado, a fim de que ele associe a punição ao comportamento errado e não a você.
    • Segundo alguns especialistas, nenhum método de condicionamento por aversão funciona em gatos. Contudo, a depender do temperamento do seu gato, esse tipo de treinamento pode apresentar resultados. [11]
  4. Deixe algumas arapucas prontas para o caso de seu gato aprontar alguma travessura. Se o seu bicho tem o hábito de arranhar o rolo de papel higiênico, por exemplo, equilibre sobre ele uma garrafa plástica vazia. Assim que o gato tentar brincar com o rolo, a garrafa vai cair e assustá-lo. Se o gato gosta de subir na mesa de jantar, espalhe nela papel-alumínio ou fita dupla-face — isso fará com que ele associe o ato de subir na mesa a uma sensação desagradável. Sustos e sensações ruins ajudam a disciplinar animais de estimação. [12]
    • Tapetes de adestramento liberam pequenas cargas elétricas nas patas de cães e gatos, e podem ser usados como alternativa ao papel-alumínio ou à fita dupla-face.
  5. Independentemente do tipo de punição que você escolha, seja firme. Você pode até achar seu gato o bichinho mais fofo do mundo, mas é importante demonstrar a ele que você não tolera mau comportamento. Além disso, seja consistente: a cada vez que ele fizer algo reprovável, castigue-o imediatamente para que ele associe a punição ao mau comportamento. Se a punição for deixada para depois, o gato não saberá por que está sofrendo o castigo e passará a ter medo de você.
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Dicas

  • Não grite e nem seja rude. Seu tom de voz pode amedrontar seu gato, mesmo que ele não entenda o que você está dizendo.
  • Não provoque o gato. Quando ele estiver dormindo ou escondido, deixe-o em paz. Forçá-lo a fazer o que não quer pode causar confrontos desnecessários.
  • Não atire objetos e nem bata no seu animal de estimação. Isso o deixará com medo e com raiva, além de enfraquecer o vínculo entre vocês dois.
  • Se o seu gato se comporta de modo agressivo, leve-o a um psicólogo de animais ou a um veterinário.
  • Não apanhe um gato agressivo, pois ele pode mordê-lo. Mordidas de gato podem causar infecções perigosas. Se você for mordido, consulte um médico imediatamente.
  • Não seja muito severo com seu gato — isso pode ser considerado como maus-tratos.
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Referências

  1. https://www.aspca.org/pet-care/virtual-pet-behaviorist/cat-behavior/training-your-cat
  2. https://www.aspca.org/pet-care/virtual-pet-behaviorist/cat-behavior/training-your-cat
  3. Canine and Feline Behavior for Veterinary Technicians and Nurses . Editado por Julie Shaw e Debbie Martin. John Wiley & Sons, Inc. 2015. (Sem tradução para o português.)
  4. Canine and Feline Behavior for Veterinary Technicians and Nurses. Editado por Julie Shaw e Debbie Martin. John Wiley & Sons, Inc. 2015. (Sem tradução para o português.)
  5. Canine and Feline Behavior for Veterinary Technicians and Nurses . Editado por Julie Shaw e Debbie Martin. John Wiley & Sons, Inc. 2015. (Sem tradução para o português.)
  6. http://www.vet.cornell.edu/fhc/health_information/brochure_aggression.cfm
  7. http://www.sdhumane.org/site/DocServer/BT_Cat-Cat_Play_Aggression.pdf?docID=622
  8. http://www.sdhumane.org/site/DocServer/BT_Cat-Cat_Play_Aggression.pdf?docID=622
  9. G.M. Landsberg, W. L. Hunthausen and L. J. Ackerman. Behavior Problems of the Dog and Cat 3: Behavior Problems of the Dog and Cat . Elsevier. 2013. (Sem tradução para o português.)

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