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O gênero do romance policial inclui vários subgêneros e textos diferentes, dentre os quais se destacam os contos ou as histórias de detetive. Nelas, o leitor acompanha um investigador que tenta resolver um crime ou desvendar um mistério. Muitos estudantes de cursos de Literatura ou Escrita Criativa se deparam com esses textos vez ou outra. Se você tem interesse em escrever, pode começar buscando inspiração e formulando um enredo interessante. Depois, inclua pistas e falsos indícios na história, além de uma reviravolta que deixe todos boquiabertos. Por fim, revise o material e mostre o resultado a algumas pessoas em busca de feedback. Descubra mais agora!

Parte 1
Parte 1 de 3:

Fazendo um brainstorming de ideias

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  1. Toda boa história de detetive começa com um crime estranho ou intrigante. Dê uma olhada nas notícias do Brasil e do mundo e busque crimes recentes ou mistérios já solucionados pela polícia ou por investigadores. Estenda essa busca ao passado, como em casos do chamado "arquivo morto", que nunca foram resolvidos de fato. [1]
    • Leia o caderno policial dos jornais, veja programas policialescos na televisão ou mergulhe na literatura consagrada sobre o tema.
    • Você pode usar como base um crime que aconteceu na vida de um conhecido seu.
    • Por exemplo: inspire-se no assassinato de uma pessoa que nunca foi resolvido ou no sequestro do herdeiro de uma grande empresa de tecnologia.
  2. O detetive da sua história vai estar no centro do mistério e, portanto, deve ser memorável, único e sagaz. Dê a ele traços como um senso de observação aguçado e a habilidade natural de extrair informações das pessoas. Ainda assim, ele também deve ter defeitos (como todo ser humano). [2]
    • Por exemplo: crie uma detetive mais velha que parece frágil e estabanada, mas na verdade é genial na resolução de crimes; ou pense em um investigador que é cego, mas usa os outros quatro sentidos para interpretar as cenas dos crimes.
  3. Pense em um personagem secundário que trabalhe com o detetive. Ele serve como uma ponte entre o protagonista e o leitor no caso de este não se identificar tanto com o grande gênio da história. Esse companheiro pode até não ser tão inteligente quanto o outro, mas ainda contribui com a sua perspectiva nas investigações e é de grande valia. [3]
    • Talvez o exemplo de parceiro mais famoso da ficção seja o dr. Watson, das aventuras de Sherlock Holmes. O dr. Watson não é tão sagaz quanto Holmes, mas ainda contribui com as investigações e atrai a empatia dos leitores.
  4. Toda história de detetive de qualidade traz um enredo bem ritmado que, geralmente, se estrutura em seis partes: introdução, incidente incitante, ação em ascensão, clímax, ação de queda e resolução. Veja um exemplo:
    • A introdução apresenta o local onde a história acontece, o personagem principal e o conflito central. Por exemplo: comece com uma detetive chamada dra. Astúcia e um assassinato na cidade onde ela vive.
    • O incidente incitante é o evento ou a decisão que muda o mundo do personagem principal. Por exemplo: talvez a dra. Astúcia decida assumir a investigação do assassinato após os outros investigadores falharem.
    • A ação em ascensão acontece quando o autor explora a relação entre o personagem principal e os demais agentes da história. Por exemplo: imagine que a dra. Astúcia entre em contato com o seu antigo mentor e faça uma visita a ele depois de anos.
    • O clímax é o ponto máximo da história, quando o personagem principal precisa tomar uma decisão impactante. Por exemplo: talvez a dra. Astúcia chegue à conclusão de que o seu mentor é o assassino.
    • A ação em queda é o ponto da história em que o personagem principal lida com os resultados da escolha que fez anteriormente. Por exemplo: a dra. Astúcia pode participar de uma troca de tiros intensa com o seu mentor ao tentar capturá-lo pelo assassinato.
    • A resolução põe um ponto final à história e revela ao leitor se o personagem principal alcançou ou não o seu objetivo. Por exemplo: pode ser que a dra. Astúcia confronte o seu mentor e descubra por que ele cometeu o assassinato; depois, ela o entrega às autoridades com mais um crime resolvido na ficha.
  5. A maneira mais legal de mergulhar no mundo das histórias de detetive é ler exemplos clássicos da literatura. Busque bons contos e livros nas bibliotecas locais e na internet. Pesquise obras de épocas variadas para ter uma noção de como o gênero evoluiu com o tempo e preste atenção às formas com que os autores criam suspense no enredo e nos personagens. Veja exemplos:
    • Mandrake: a Bíblia e a Bengala , de Rubem Fonseca.
    • Os assassinatos da Rua Morgue , de Edgar Allan Poe. [4]
    • As aventuras de Sherlock Holmes , de Sir Arthur Conan Doyle. [5]
    • Trilogia Millennium , de Stieg Larsson (obras mais longas, mas que valem a leitura).
    • Assassinato no Expresso do Oriente , de Agatha Christie.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Escrevendo uma primeira versão

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  1. Comece a história contando ao leitor um pouco sobre o crime ou mistério central. Você pode descrever a vítima e mostrar o que aconteceu logo antes da tragédia ou partir já do detetive chegando à cena algumas horas depois. [6]
    • Por exemplo: comece com a dra. Astúcia indo até a cena do crime de moto; ou mostre a vítima fugindo do assassino, logo antes de cortar para a investigadora descobrindo o corpo dela.
  2. Você tem que mostrar os personagens mais importantes da história logo de cara. Para isso, inclua cenas em que o detetive e o seu parceiro começam a investigar o caso e descreva a vítima, além dos agentes secundários. [7]
    • Por exemplo: mostre a dra. Astúcia visitando o seu mentor para indicar que ele é importante na história.
    • Apresente também os possíveis suspeitos ou criminosos, criando um clima de suspense no leitor.
  3. Toda boa história de detetive inclui pistas que mostram que o protagonista está seguindo o caminho certo. Elas podem ter diversas formas: uma testemunha ocular do que ocorreu, um detalhe ínfimo na cena do crime e assim por diante. Você deve pensar em vários itens nesse sentido para deixar o leitor curioso e o clima de suspense no ar. [8]
    • Inclua também falsos indícios, ou seja, "pistas que despistam" o detetive ou o leitor. Isso é comum na forma de falsos suspeitos, por exemplo, quando o leitor acha que a pessoa errada tem culpa. Até um objeto ou uma sequência de eventos podem despistar!
  4. Inclua cenas em que o detetive comece a desvendar o mistério. Ele pode começar a ir atrás das pistas ou entrevistar as testemunhas do crime, além de consultar arquivos públicos e fichas criminais dos suspeitos. Isso tudo deixa o leitor a par do que está havendo na história. [9]
    • Por exemplo: você pode mostrar a dra. Astúcia e o seu parceiro lendo vários arquivos de casos do passado em busca de crimes parecidos. Nesse caso, talvez eles acabem se deparando com um assassinato que aconteceu em circunstâncias muito parecidas com as atuais!
  5. Deixe o leitor cada vez mais curioso com cenas em que o detetive tenha que partir para conflitos físicos ou perseguições frenéticas a outros personagens. Contudo, crie cenas que façam sentido na história e não estejam no texto só para chocar. Veja exemplos: [10]
    • Pode ser que a dra. Astúcia tenha que perseguir um suspeito a pé ou de carro; quem sabe ela não precisa arrombar a porta da casa de um possível criminoso?
    • Se a dra. Astúcia descobrir que o seu mentor é o assassino, imagine se ela tiver que correr atrás dele em um bosque escuro!
  6. Toda boa história de detetive tem pelo menos uma reviravolta que puxa o tapete do leitor (e do próprio protagonista). Geralmente, ela acontece no fim do enredo — isso quando o próprio final não é a reviravolta! O mais importante é que ela faça sentido e deixe um gosto bom na boca de quem ler. [11]
    • Não crie uma reviravolta óbvia ou impossível de acontecer. Ela deve pegar o leitor de surpresa, mas não a ponto de ele não conseguir juntar os pedaços do quebra-cabeças em uma segunda leitura.
    • Por exemplo: imagine uma reviravolta em que a dra. Astúcia descobre que o mentor mentiu para ela em relação à morte dos seus pais! Depois disso, pode ser que o leitor passe a questionar toda a relação entre esses dois personagens.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Revisando o texto

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  1. Agora que você terminou a primeira versão da história, é hora de ler o texto em voz alta! Preste atenção à linguagem e veja se todas as cenas têm sentido e contribuem com o enredo geral. Veja também se os personagens são únicos e memoráveis, principalmente o próprio detetive.
    • Aproveite para tentar encontrar erros de ortografia, gramática, pontuação e afins nessa leitura.
  2. Peça para amigos, familiares e colegas lerem a sua história de detetive. Pergunte se eles acharam o texto misterioso e interessante e se o protagonista é cativante e competente no seu trabalho. Por fim, descubra o que eles pensaram da reviravolta (se foram pegos de surpresa, se já imaginavam etc.).
    • Aceite críticas construtivas e aplique esse feedback à segunda versão do texto.
  3. Revise a história do início ao fim depois de receber feedback das pessoas. Veja se ela está com uma extensão adequada, nem muito curta e nem muito longa.
    • Muitos contos de detetive têm entre mil e pouco mais de sete mil palavras, enquanto romances mais longos passam bastante disso. Pense no que é melhor para o seu caso.
  4. Veja se o texto flui e é fácil de acompanhar do início ao fim, sem pontos difíceis de entender ou que não fazem sentido.
    • Leia a história em voz alta mais uma vez depois da revisão e veja se ela está mais clara.
  5. Pense em um título legal depois da revisão final. Escolha algo que capte a atenção das pessoas e as instigue a ler.
    • Você pode escolher títulos do tipo "Morte na Cidadezinha" ou "O Sumiço da Garota", mas algo como "Dra. Astúcia e a Cidadezinha" e "Dra. Astúcia e o Sumiço da Garota" são modelos ainda mais interessantes.
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