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A masturbação é uma expressão natural e inofensiva da própria sexualidade, sendo comum entre crianças de todas as idades. Entretanto, elas podem ter dificuldades em assimilar a necessidade de privacidade. Se a criança tem o hábito de fazer isso na frente de todo mundo ou em excesso, podem haver consequências sérias, principalmente se ela o faz em público. Antes de reagir, fique calmo e evite tirar conclusões precipitadas quanto a isso ser normal ou não; é importante não punir a criança, tampouco aplicar qualquer tipo de tratamento médico. Em vez disso, fale com ela gentilmente quando pegá-la no ato, estabeleça limites para educá-la, tenha conversas abertas sobre o assunto ao mesmo tempo em que encoraja um comportamento mais adequado.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Estabelecendo limites e lidando com a situação

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  1. Todo mundo precisa de algum tempo a sós; esses são os momentos em que a masturbação é totalmente aceita, inclusive para adolescentes e crianças. O problema começa quando a criança inventa de fazer isso na presença de um monte de gente, sendo o comportamento passível de orientação. Uma das medidas para remediá-lo é dar privacidade. [1]
    • Por exemplo, ignore se pegar seu filho se masturbando na cama antes de dormir, bem como se ele estiver no banheiro. Esses são momentos privados, nos quais ele deve ter total liberdade para se tocar sem ser castigado.
    • A masturbação não significa que seu filho está desenvolvendo uma vida sexual ativa com outras pessoas – trata-se de uma descoberta natural do próprio corpo.
    • Incentive-o a passar tempo privado em casa e, até que o comportamento em público passe, fique de olho sempre que ele estiver com outras crianças e adultos.
  2. Não convém ser indiscreto e chamar mais atenção ainda sobre o ocorrido. Em vez de falar claramente que ele não pode se tocar em público, distraia-o com algo mais apropriado. [2]
    • No caso de crianças pequenas, o ideal é fazer brincadeiras e jogos. Quando ele começar a se tocar, jogue algo como “quem piscar primeiro perde” ou “quem der risada primeiro, perde”.
    • Já para crianças maiores, você pode perguntar algo ou pedir um favor, como “Você pode pegar alguns guardanapos para mim, por favor?”.
    • Se a criança não parar, seja mais direto. Diga “Pare de fazer isso, por favor” e oriente-o a fazer outra coisa.
  3. Coisas como um cobertor ou ursinho de pelúcia funcionam bem para crianças menores, pois ocupam a cabeça e as mãos. Essa estratégia também é ótima para crianças ansiosas ou com problemas de desenvolvimento. [3]
    • Boas opções para crianças mais velhas incluem brinquedos tipo spinner , ou materiais como argila.
  4. Digamos que estejam na casa de um vizinho de rua e a criança começa a se masturbar na frente de todo mundo; se ele já tiver idade e discernimento suficientes para ir sozinho para casa, mande-o para lá e diga para fazer isso no próprio quarto ou no banheiro, e que conversarão mais tarde. [4]
    • Por outro lado, se a criança não tiver idade suficiente para isso, leve-a ao banheiro da casa de seu vizinho, instrua-a a fazer isso no banheiro e feche a porta.
  5. Se ele se masturba em público quando você está por perto, provavelmente faz isso quando você está longe também, como na escola. Converse com a criança e dê alternativas do que ela pode fazer para esperar até chegar em casa, e conte também com o professor. Pergunte como seu filho tem se comportado. [5]
    • Não pergunte diretamente sobre a masturbação, pois isso pode constranger a criança e chamar a atenção do professor para algo que talvez nem tenha ocorrido. Tente algo como “Oi, eu queria saber como o Fulaninho tem se comportado, se tem participado das aulas e como está o desempenho dele”.
    • No caso do professor falar sobre a masturbação em sala de aula, agradeça, diga que já está tentando orientá-lo sobre o assunto e peça para ser informado se essa situação ocorrer novamente.
  6. Creches, reforço escolar, contraturno e qualquer outra atividade de que ela participe fora do horário escolar também são ocasiões em que os profissionais envolvidos devem manter um diálogo com você. Pergunte sobre as atitudes dela e diga que está à disposição para ajudar com qualquer comportamento inadequado. [6]
    • Todos os responsáveis pelo desenvolvimento de seu filho devem estar conscientes e ter as mesmas informações sobre esse e qualquer outro problema comportamental dele.
  7. No geral, as crianças que se masturbam com frequência buscam uma sensação de prazer ou bem-estar. Uma boa estratégia para lidar com isso é oferecer várias atividades prazerosas para seu filho se sentir bem, preferencialmente que trabalhem a autoconfiança, habilitando-o a encontrar outras coisas que possam dar essas sensações. [7]
    • Elogie-o sempre, tenham bons momentos juntos e dê atenção positiva para ele.
    • Ofereça diversos hobbies e atividades que seu filho pode praticar para se divertir. Vocês também podem procurar juntos por algo que ele goste de fazer, algo que desenvolva um senso de autonomia e autoestima.
    • Mostre para a criança que ela é capaz, importante em sua vida e que sua casa é a casa dela. A autoconfiança é amplificada quando se tem um ambiente de apoio e acolhimento para viver.
Parte 2
Parte 2 de 3:

Conversando com seu filho

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  1. Não o confronte com braveza, sob o risco de seu filho se fechar e sentir vergonha. As crianças pequenas nunca sabem o que estão fazendo, ainda mais sobre o cunho sexual de mexer nos próprios genitais. Com isso em mente, seja compreensivo e carinhoso para que ele desenvolva uma sexualidade saudável no futuro. Isso o fará sentir-se à vontade para abordar conversas sobre sexo com você quando chegar a hora, em vez de perguntar para outra pessoa ou guardar segredos. [8]
    • Nunca faça a criança sentir vergonha ou culpa por se masturbar; simplesmente ensine que isso não deve ser feito em público e por quê.
  2. Ao mesmo tempo em que o melhor é conversar sobre o assunto assim que o comportamento acontecer, não é recomendável chamar a atenção dele em público. O ideal é dizer “pare”, ou distraí-lo com outras coisas. Quando chegarem em casa, converse com ele abertamente sobre ele se tocar na frente de todos e a razão de não poder fazer isso.
    • Diga algo como “Olhe Fulaninho, seu corpo é só seu e você pode se tocar se quiser, mas é importante que isso aconteça somente quando estiver sozinho no seu quarto ou no banheiro. As pessoas ficam incomodadas e constrangidas com isso, portanto faça isso com privacidade, entendeu?”.
    • Como dito anteriormente, não mencione o assunto na frente dos outros. A intenção não é humilhar ou constranger a criança na frente dos amigos, irmãos ou outros adultos.
  3. A vontade de mexer nos próprios genitais em si não é um problema, mas sim as situações em que isso pode acontecer. Em público, por exemplo, não pode. [9]
    • Compare a masturbação a outras coisas que a criança deve fazer no privado, como tomar banho ou ir ao banheiro.
  4. Não se prenda ao que ele não deve fazer. Prefira focar em coisas que ele pode fazer. Por exemplo: Ele pode se masturbar? A resposta é sim, mas quando estiver sozinho, seja no banheiro, seja no quarto. [10]
    • Além disso, ensine-o a limpar o que sujar, se for o caso.
    • Se o banheiro da casa está sempre ocupado, diga para ele usar o quarto, já que todos os membros da família devem poder usá-lo quando quiserem ou precisarem.
  5. Se ele já é uma criança mais velha, essa conversa pode suscitar outras perguntas relacionadas a sexo, e você deverá respondê-las abertamente, tanto sobre o sexo em si quanto sobre os valores de sua família. Já para crianças menores, o foco deve ser o órgão sexual e como ele funciona.
    • Lembre-se de ser mais brando sobre o assunto com os pequenos. Você pode ser honesto, mas com simplicidade. Por exemplo, diga “Mexer lá embaixo é normal, mas deve ser feito no privado. Na presença de outras pessoas ou na escola, não pode. Quer ir para o quarto agora para fazer isso?”.
    • Pense em alguém que seu filho ouviria. Algumas crianças se sentem mais à vontade para terem esse tipo de conversa com a mãe, outras preferem conversar com o pai. Em geral, elas tendem a preferir falar com aquele com quem são mais próximas.
  6. Se perceber que seu filho se masturba demais, ao ponto de causar lesões na genitália, ou se ele faz outras crianças se tocarem, ou ainda se suspeitar que alguém o ensinou a fazer isso, leve-o a um pediatra ou psicólogo. O abuso sexual é uma possibilidade e pode ser a origem de tudo.
    • Outro sinal de um possível excesso e talvez abuso recorrente é a ocorrência repetida de quadros de infecção urinária.
  7. Se vocês já conversaram e você deixou claro que ele não pode se tocar na frente dos outros, e sim no privado, e ele prefere continuar fazendo o contrário do que deve, comece a remover privilégios. Deixe claro que ele precisa aprender o que você está ensinando, que existem limites e ele ficará sem aquilo até que aprenda. Isso o ajudará a entender que não deve se masturbar na frente dos outros e resolverá a situação. [11]
    • Alguns exemplos seriam tirar o celular, a TV ou o videogame.
    • Diga algo como “Beltraninha, já conversamos sobre privacidade e se tocar em público. Você pode fazer isso no seu quarto, não na escola. Como você desobedeceu essa regra hoje, vai ficar sem o celular/tablet até amanhã”.
Parte 3
Parte 3 de 3:

Criando uma dinâmica mais positiva

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  1. Algumas crianças se masturbam por precisarem de carinho físico, embora esse desejo não seja sexual. Abrace-o sempre, sentem-se juntos para assistir TV, faça afagos com mais frequência. [12]
    • Se ele começar a se masturbar perto de você, mande-o para o quarto ou banheiro.
  2. Já que você está ensinando seu filho sobre limites, mostre que você também os tem e que deve respeitar a privacidade dele. Agora que ele já sabe que tem o espaço necessário para se tocar, não invada esse espaço sem se anunciar antes e encoraje-o a fazer o mesmo com os outros.
    • Respeitar o espaço da criança é a melhor maneira de ensiná-la a respeitar o seu espaço privado.
    • Uma boa ideia é fazerem juntos um cartão de “não perturbe” para pendurar na porta e mostrar que ela pode usá-lo quando precisar de privacidade.
  3. Essa é uma novidade tanto na sua vida quanto na de seu filho. Você deve ser firme ao ensinar, mas com carinho e apoio. Lembre a criança de que se masturbar no lugar certo é saudável, e que ela sempre pode conversar com você sobre dúvidas ou qualquer outra coisa. [13]
    • Esteja preparado para as dúvidas que surgirem. Afinal de contas, seria injusto prometer algo que você não pretende cumprir.
  4. Há crianças que recorrem à masturbação como meio de lidar com a tensão. Ensine ao seu filho recursos para se comunicar sobre o que sente, como dizer se está com raiva, ou triste. Explique que não há nada de errado em sentir-se assim, mas que há maneiras mais apropriadas para lidar com esses sentimentos. [14]
    • Para que dê certo, você mesmo deve aplicar essas estratégias em seu dia a dia, principalmente quando a criança estiver por perto. Mostre como lida com situações emocionalmente estressantes e ela aprenderá pelo exemplo.

Dicas

  • Não demonstre aborrecimento com o assunto, nem seja grosseiro quando abordá-lo. Isso assustará a criança e pode piorar o comportamento.
  • De acordo com pesquisas, até fetos dentro da barriga da mãe tocam os próprios órgãos genitais. É claro que isso não quer dizer que a criança esteja tomando a decisão sexual consciente de se masturbar.
  • Sempre deixe claro que ela pode contar com você para o que precisar.
  • Seja amoroso, ainda que rígido para lidar com a situação.

Avisos

  • Brigar e gritar com seu filho não fará com que ele pare de se masturbar em público. Na realidade, isso o ensinará a mentir e esconder as coisas de você.

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