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A dilatação vólvulo-gástrica (DVG) é uma condição gravíssima em cães, exigindo atenção veterinária urgente para aumentar as chances de recuperação do animal. Mesmo que considere pequena a possibilidade de que os sintomas que seu cachorro apresenta estejam relacionados a essa síndrome, fale com o seu veterinário, leve o pet para o consultório ou hospital e mantenha a calma.

Método 1
Método 1 de 3:

Identificando os sintomas da DVG

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  1. Isso já indica que a situação é grave e a saúde dele vai se deteriorar rapidamente; a torção do estômago, ao ocorrer na hora de dormir, fará que o cão faleça no início da manhã ou às vezes até antes, em cerca de duas horas após o surgimento de sintomas. Devido a isso, é vital entrar em contato com um veterinário de imediato quando notar os seguintes sintomas. [2]
    • Os sintomas principais são a distensão do abdômen e a ânsia de vômito, sem expelir nada, alarmando o dono, que deverá falar com um veterinário o quanto antes. Outros sinais também poderão surgir, como discutido nos passos abaixo.
  2. A barriga é a região embaixo da caixa torácica e que se estende até a pélvis; o estômago fica dentro do “domo” do diafragma, mas se for preenchido por ar, ele “volta” para a região abdominal, fazendo com que um volume apareça na barriga. [4]
    • Em algumas raças grandes, como São Bernardos e o dogue alemão, é difícil detectar o inchaço do estômago porque há bastante espaço para ele se expandir no diafragma. Com isso, é possível concluir que apenas a ausência de um volume não deve ser o suficiente para descartar a dilatação vólvulo-gástrica, mas é um bom indicativo de que a condição está presente.
    • Se houver alguma dúvida em relação ao tamanho da região abdominal, tire uma foto do animal de perfil, e repita a foto após cerca de 10 minutos para comparação. Se os retratos subsequentes indicarem que as paredes do corpo estão mais protuberantes, deve haver torção gástrica e a atenção veterinária é indispensável.
  3. Na maioria das vezes, o estômago incha devido ao preenchimento de gases ou espuma; ao colocar a mão em um dos lados da saliência e apertar levemente, a sensação será de que a área está dura e que não pode ser comprimida. [5]
    • Se você der um leve tapa na área inchada com o dedo, como se fosse um tambor, o som pode ser parecido com o do instrumento porque há ar preso dentro do estômago distendido.
  4. Quando o estômago vira, ele fica bloqueado, impedindo a escapada do conteúdo gástrico, bem como a entrada de saliva, alimentos e líquidos. Isso poderá fazer com que o animal expulse a saliva que não consegue deglutir.
  5. A distensão desencadeia receptores nas paredes estomacais, incentivando o animal a vomitar para expelir o conteúdo gástrico. No entanto, o estômago estará bloqueado, e mesmo que o cão faça o movimento de expelir conteúdo pela boca e tentar vomitar, apenas saliva será expulsa.
    • Esse é um sintoma grave que exige atenção veterinária o quanto antes.
  6. À medida que o estômago incha, ele pressione o diafragma e empurra outros órgãos abdominais para trás, levando ao surgimento de desconforto no local; é bem possível que o animal tente adotar uma posição estranha, corcunda e com as costas arqueadas.
    • Esse é um sinal geral de desconforto abdominal, e não de DVG, mas se for detectado junto a outros indícios, deverá acender o sinal de alerta.
  7. A dilatação estomacal será muito incômoda e causará náuseas. Ele não conseguirá encontrar uma posição confortável para ficar e permanecerá em constante movimento para tentar minimizá-la.
    • Há cães que ficam girando e olhando para a parte de trás do corpo, enquanto outros até “chutam” a própria barriga com a pata traseira.
  8. A dilatação vólvulo-gástrica causa distensão estomacal e é bastante dolorida; cada animal demonstra sua dor de forma diferente, porém há alguns sinais mais comuns, como:
    • Vocalizações excessivas (choramingar, rosnar ou gritar devido ao incômodo).
    • Dilatação das pupilas.
    • Expressão de preocupação
    • Alteração no comportamento, com aumento da agressividade.
  9. À medida que as toxinas se acumulam, o cão pode entrar em estado de choque, com batimentos fracos — o pulso femoral se localiza na parte interna da coxa, em paralelo ao osso. Pode ser uma manifestação difícil de se detectar devido à baixa pressão arterial dentro da veia, e a mínima pressão do dedo pode fazer com que você perca o pulso dele.
    • O ritmo cardíaco começa a subir e fica acima do normal: mais do que 100 batimentos por minuto em raças grandes e acima de 140 nas médias e pequenas.
    • As gengivas ficarão pálidas, enquanto a cor normal é rosa, como a gengiva humana. Apertá-las com a ponta do dedo e constatar que demoram para readquiram a cor — mais de dois segundos — indica colapso circulatório.
    • O cachorro também pode respirar de forma laboriosa, com dificuldade, ou mais rápido e de modo mais curto do que o normal (35 a 40 vezes por minuto).
  10. Se o tratamento não for realizado, a condição do cão vai piorar e ele terá dificuldade em caminhar, caindo com frequência. À medida que o abdômen incha, o retorno do sangue ao coração diminui devido à pressão do estômago, comprimindo as veias aorta e cava, como se alguém estivesse pisando e evitando o fluxo normal de ambas, causando um colapso circulatório no pet.
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Método 2
Método 2 de 3:

Buscando tratamento veterinário

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  1. Lembre-se de que a DVG pode ser fatal e de nada adianta tentar fazer o tratamento em casa; é vital que um veterinário preste assistência emergencial o quanto antes. [9]
    • Mesmo se estiver com dificuldades financeiras e a cirurgia não for viável, fale, em último caso, com um veterinário para que ele realize a eutanásia no cão. É uma decisão muito difícil, mas evitará que o animal sofra com as fortes dores da torção gástrica.
  2. Geralmente, a terapia intravenosa com fluidos precisa ser agressiva para promover a circulação e diluir toxinas sistêmicas. Quando o pet estiver estabilizado, o veterinário ministrará anestesia geral e laparotomia, reposicionando o estômago e uma fazendo uma incisão para liberação dos gases.
    • Uma lavagem é feita no estômago, seguida pelo corte de porções necrosadas do estômago, com pontos a serem feitos à parede do corpo para evitar futuros episódios de torção.
  3. Fale com o bichinho de forma calma se não houver como transportá-lo; nos primeiros estágios, tente caminhar de maneira lenta com ele para minimizar um pouco das cólicas estomacais, permanecendo sempre ao lado para acalmá-lo. Muitos veterinários atendem a domicílio, ainda que não possam sempre visitar o cachorro de imediato, mas é uma opção mais adequada quando estiver impossibilitado de transportar o amiguinho ao consultório. [10]
    • O uso de qualquer tipo de medicamento oral será ineficaz, já que ele não passará pela torção no esôfago para adentrar o estômago e ser absorvido.
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Método 3
Método 3 de 3:

Entendendo a DVG

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  1. No início, o estômago se enche de gases e sofre distensão e dilatação, torcendo e virando ao contrário, bloqueando o esfíncter esofágico, que é a entrada do estômago, e o piloro, a saída. As bactérias que produzem gases ficam presas no órgão, continuando a fermentar e aumentar o surgimento de gases, agravando a distensão estomacal.
    • Esta pressão de fora impede a circulação de sangue nas paredes estomacais. Sem a irrigação adequada, os tecidos necrosam. Toxinas são absorvidas pela corrente sanguínea e uma combinação de choque, toxicidade e insuficiência circulatória acontece, causando o óbito do cão se nenhuma medida de tratamento tiver sido realizada pelo veterinário.
    • A maioria dos cães adoece com rapidez, dentro de quatro a seis horas, mas é possível que ele faleça em até duas horas, o que faz com que o atendimento veterinário seja indispensável.
    • A dilatação vólvulo-gástrica é o termo oficial, mas geralmente o problema é descrito como distensão estomacal seguida de torção.
  2. Devido à anatomia, algumas raças possuem maior chance de terem esse tipo de problema, que são os de peito profundo, como dobermans, pastores alemães, dogues alemães, os setters irlandeses e Gordons, os galgos ingleses e os weimaraners. [11]
    • A chance de sofrerem torção gástrica é maior pelo “peito profundo” ou escavado e abdômen estreito, de modo que o estômago fique suspenso dentro do abdômen como uma rede entre árvores. O órgão adquire maior mobilidade dentro da barriga e pode acabar virando ao contrário quando esses dogs fazem atividades físicas logo após se alimentarem.
  3. É normal que pequenas quantidades de gases sejam produzidos durante a digestão, causando eructações ou “arrotos”; inclusive, alimentos como cereais ou leguminosas — milho e ervilhas são exemplos — vão produzir mais gases do que outros.
    • Como resultado da produção excessiva de gases na digestão, a distensão gástrica tem maior possibilidade de acontecer dentro de 90 minutos após a alimentação. Se o cão ficar rolando no chão ou correr, por exemplo, o peso do conteúdo estomacal pode fazer com que o órgão balance de um lado para o outro e, dependendo do impulso obtido, vire.
  4. Esse intervalo de tempo corresponde às duas horas logo após a alimentação; qualquer animal de raça com peito profundo, predisposta à DVG, não deve se exercitar dentro de 90 a 120 minutos depois de comer. [12]
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Dicas

  • Apesar da anatomia de cães de peito profundo deixá-lo predisposto à DVG, qualquer raça pode ser afetada pela condição. Dessa maneira, não permita que o cão realize exercícios físicos após se alimentar e espere algumas horas antes de realizar exercícios mais vigorosos.
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Referências

  1. Clinical signs taken from: Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher, Mosby. 1st edition p279
  2. Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher Mosby. 1st edition. p278
  3. Clinical signs taken from: Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher, Mosby. 1st edition p279
  4. Clinical signs taken from: Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher, Mosby. 1st edition p279
  5. Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher Mosby. 1st edition. p278
  6. Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher, Mosby. 1st edition p278
  7. Small Animal Surgery. Therese Welch Fossum. Publisher, Mosby. 1st edition. p 277

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