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Para quem vive um relacionamento com uma pessoa com o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), parece que qualquer discussão pequena pode "explodir" em questão de segundos. Se é o seu caso, não se preocupe: entender como sua parceira (ou seu parceiro) pensa e o que as reações emocionais dela querem dizer vai ajudar você a controlar essas situações e ter conversas calmas e sensatas. Para saber mais do assunto de modo geral, leia as dicas deste artigo!

O que você precisa saber

  • Quando você for discutir com uma pessoa que tem TDAH, reitere as palavras dela e memorize informações importantes para refletir depois.
  • Se o clima começar a esquentar, faça uma pausa de cinco a dez minutos para esfriar a cabeça e se recompor (e a pessoa também). Retome o diálogo quando os dois se acalmarem.
  • Aprenda a deixar certas coisas passarem para evitar discussões desnecessárias.
Método 1
Método 1 de 3:

Regras básicas para discussões

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  1. Às vezes, pessoas com TDAH têm dificuldade para expressar o que querem dizer. Se você não souber o que sua parceira está tentando falar — talvez por causa do tom de voz, por exemplo —, faça uma paráfrase da afirmação. Esta é a chance que ela tem para evitar um mal-entendido e, se necessário, reforçar alguma ideia. [1]
    • Imagine que sua parceira diz "Não acredito que você foi para a casa do Hugo sem mim". Nesse caso, responda com "Parece que você ficou magoada porque eu encontrei o Hugo sozinho, e você queria ter ido comigo. É isso?".
  2. Pode parecer estranho pegar um caderninho e fazer anotações durante uma discussão, mas isso vai poupar bastante tempo no futuro. Quando você e sua parceira se desentenderem, observe os fatos essenciais ou acordos a que conseguirem chegar. Como pessoas com TDAH costumam ter dificuldade para memorizar detalhes, isso é uma verdadeira mão na roda. [2] Veja exemplos:
    • O que causou a discussão: "Discutimos porque eu falei para a Jéssica que ela se esqueceu de lavar a louça que usou. Ela ficou irritada com meu tom de cobrança."
    • Como a situação foi resolvida: "Reforçamos a ideia de cada um lavar o que usa, mas combinamos que podemos ajudar um ao outro nos dias mais corridos."
    • Próximos passos: "Ver como cada um está no final de cada dia para saber se alguém precisa de ajuda."
  3. As coisas que são importantes para sua parceira não são necessariamente importantes para você. Sempre que tiver dificuldade para entender por que ela está magoada ou irritada, pense nos valores por trás da discussão. [3]
    • Por exemplo: imagine que vocês discutiram sobre cozinhar. Sua parceira quer começar a pedir o jantar para poupar tempo, enquanto você prefere economizar e comprar os ingredientes para fazer tudo em casa. Como ela valoriza mais o tempo do que o dinheiro, faz sentido ficar tão tocada pelo assunto.
    • Vocês podem chegar a um acordo, como pedir delivery no jantar a cada duas semanas.
  4. As emoções ficam à flor da pele durante discussões, principalmente para pessoas com TDAH (que têm dificuldade para controlar o que sentem. Se um de vocês começar a ficar frustrado e levantar a voz, sugira uma trégua de cinco a dez minutos. Reforce que quer retomar o assunto depois desse tempo, mas faça o possível para as coisas não piorarem. [4]
    • Diga algo como "A conversa está ficando improdutiva. Vou dar uma votla no quarteirão para pensar. Continuamos quando eu voltar, pode ser."
  5. Pessoas com TDAH ficam frustradas facilmente. [5] Para impedir que as coisas piorem, busque sinais de que é melhor sua parceira dar um tempo: respiração pesada, narinas abertas, punhos fechados e afins. Quando você notar essas coisas, acalme-a e pergunte se ela precisa de um intervalo.
    • Diga algo como "Percebi que você está ficando irritada. Quer parar por cinco minutos?".
    • Isso dá à sua parceira a chance de se acalmar e pensar no que quer dizer a seguir.
  6. Se você está com uma pessoa que tem TDAH, precisa entender que pode lidar com coisas que ficam fora do controle dela. Antes de tocar em certos assuntos, reflita: será que eles valem o estresse emocional? Se não, então é melhor deixar para lá por ora. [6]
    • Por exemplo: imagine que sua parceira vive deixando roupas sujas espalhadas pelo quarto. Se você sabe que ela teve uma semana corrida e provavelmente se esqueceu de recolher tudo, não vale a pena discutir por isso.
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Método 2
Método 2 de 3:

Por que discussões saem do controle

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  1. Pode ser que você note que sua parceira tem uma personalidade reativa e, por isso, perca a calma mais rápido que você. Pessoas com TDAH costumam se apoiar em emoções, e não na razão, o que piora qualquer conversa tensa. É possível que esse seja o motivo para sua parceira ficar na defensiva automaticamente.
    • Imagine que você falou com sua esposa sobre estender as roupas, que é uma das tarefas atribuídas a ela. Ainda que você toque no assunto casualmente, existe a possibilidade de ela dizer, aos berros, que está ocupada. Isso acontece porque se sentiu atacada e achou que precisava se defender.
  2. Problemas de memória estão entre os sintomas de TDAH que algumas pessoas apresentam. Isso gera dificuldade para elas se lembrarem de detalhes, sobretudo em momentos muito emocionais (como discussões). Pode ser que sua parceira não consiga se lembrar exatamente do que aconteceu antes ou durante o "quebra-quebra".
  3. Muitas pessoas com TDAH buscam constantemente formas de estimular o cérebro. Arranjar discussão com seus parceiros é uma dessas estratégias. É claro que tudo acontece de maneira subconsciente (ou seja, não é de propósito), mas sua parceira pode arranjar discussões desnecessárias "à toa". [7]
    • Vale reforçar: sua parceira não vai fazer isso de propósito ou porque gosta da sensação. É que o estímulo da discussão pode "ativar" a mente dela, aumentando a secreção de serotonina.
  4. Muitas pessoas com TDAH afirmam que pensam mais rápido que conseguem falar. Durante discussões, elas podem ter dificuldade para organizar os pensamentos e formar pontos coerentes. Por consequência, isso as deixa frustradas e ainda mais irritadas.
    • É por isso que é tão importante dar um tempo durante as discussões, já que ele serve para sua parceira se recompor mentalmente antes de retomar o assunto.
  5. Sua parceira já fez algum comentário maldoso no calor do momento? Por mais que não seja desculpa, muitas pessoas com TDAH têm dificuldade para controlar os próprios impulsos, ainda mais quando as emoções estão à flor da pele. É bem possível que sua parceira fale algo pesado sem pensar a respeito. [8]
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Método 3
Método 3 de 3:

Apoiando sua parceira com TDAH

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  1. A coisa mais importante a fazer é entender as limitações do TDAH e, assim, ter expectativas realistas com relação à sua parceira. Isto não quer dizer que você vai perdoar todos os erros dela automaticamente, e sim que corre menos risco de ficar irritado em certas ocasiões. O TDAH é um diagnóstico complexo, e os sintomas da sua parceira podem ser diferentes dos das outras pessoas. Faça uma boa pesquisa sobre o assunto, mas pergunte a ela sobre a própria experiência. Quanto mais você se informar, mais vai saber lidar bem com as discussões. [9] Veja alguns sintomas comuns em adultos:
    • Dificuldade para gerenciar o tempo.
    • Falta de atenção a detalhes.
    • Limiar de atenção curto.
    • Dificuldade para organizar tarefas.
    • Hábito de falar ou se mexer sem parar.
  2. Apoiar sua parceira com TDAH pode até dar a você a sensação de que está recompensando comportamentos básicos, mas cada ação conta. Quando você identificar que ela está se esforçando para cumprir seus acordos de convivência, dê os parabéns pelo esforço. Isso mostra que o que ela faz não passa despercebido, podendo ser um incentivo para melhorar ainda mais. Por exemplo: [10]
    • "Vi que você conseguiu recolher suas roupas! Obrigado por se atentar a isso esta semana."
    • "Estou vendo o quanto você se esforça para me deixar falar sem me interromper. Fico muito grato."
  3. Viver um relacionamento com uma pessoa que tem TDAH pode parecer um pouco a dinâmica de um pai ou uma mãe com um filho. Para fugir disso, peça para sua parceira fazer as coisas — sem dar ordens. Ela vai ficar menos na defensiva, enquanto você não vai sentir que precisa dar "bronca" em uma pessoa já adulta. Por exemplo: [11]
    • "Você tem tempo para me ajudar a arrumar o escritório esta semana? Seria muito bom se conseguíssemos."
    • "Você se importa de tirar o lixo hoje à tarde?"
  4. Muitas pessoas com TDAH ficam distraídas facilmente. Se você for falar sobre algo importante com a sua parceira, como quando ela precisa terminar determinada tarefa doméstica, faça contato visual e peça atenção total. Caso ela esteja ocupada ou distraída, deixe para falar em outro momento. [12]
    • Encostar no braço ou nas costas da sua parceira é uma boa tática para capturar a atenção dela.
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