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"Sociopata" é a designação que se atribui ao portador do Transtorno de Personalidade Antissocial, um distúrbio caracterizado pelo menosprezo aos sentimentos alheios, incapacidade de sentir vergonha ou remorso, comportamento manipulador, egocentrismo desmedido e facilidade para mentir em nome dos próprios objetivos. São pessoas perigosas, nos casos mais graves, ou simplesmente um grande obstáculo para quem tem de lidar com elas. Desse modo, é importante averiguar a fundo as suspeitas de que o seu namorado ou aquele colega de trabalho intragável, por exemplo, são sociopatas. E, para identificá-los, é preciso prestar muita atenção ao que dizem e fazem.

Parte 1
Parte 1 de 2:

Interpretando os sinais

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  1. Muitos sociopatas cometem atos vis sem a menor pontada de remorso — atos que podem incluir agressões físicas e a humilhação pública de outras pessoas. Um genuíno sociopata não sente remorso ao ferir os sentimentos alheios, mentir, manipular e se comportar de modo inaceitável.
    • Quando faz algo errado, esse indivíduo provavelmente tentará afastar a culpa de si e transferi-la para outras pessoas.
    • Ele prejudicará quem quer que seja, a qualquer momento, se isso se alinhar aos objetivos dele. É por isso que costumam ser extremamente bem-sucedidos. No entanto, lembre-se de que a noção popular de que o sociopata prejudica os outros por diversão nem sempre é verdadeira: ele simplesmente age como quer, sem se preocupar com o efeito que isso causará a outrem.
    • Os portadores desse transtorno costumam tratar animais de maneira cruel sem manifestar qualquer traço de remorso.
  2. O sociopata não hesita em avançar na vida por meio de uma série de mentiras — de fato, dizer a verdade causa a ele muito mais desconforto. E, quando suas mentiras são descobertas, tenta acobertá-las criando novas mentiras ou negando o que dissera. Por outro lado, quando está prestes a ser apanhado por uma mentira de grandes proporções, ele vai confessar tudo dramaticamente numa tentativa de manter sua lealdade.
    • Por exemplo: ele talvez jure procurar tratamento e nunca venha a fazê-lo de fato, ou tente mudar por um curto período, apenas para retomar os antigos hábitos logo em seguida.
    • Sociopatas também amam mentir a respeito do próprio passado. Tente identificar inconsistências nas histórias dele, observar se alguém que o conhece discorda totalmente da versão dos fatos que ele apresenta ou revela sem querer informações que ele tenta ocultar.
    • Alguns deles lançam mão de grandes esforços para que os outros creiam em suas mentiras: por exemplo, sair de casa para "ir ao trabalho" todos os dias sem, contudo, ter um emprego.
    • Alguns são delirantes a ponto de tomar como verdade as mentiras que contam. Charles Manson uma vez disse: "Nunca matei ninguém! Não preciso matar ninguém!", referindo-se ao fato de que quem teria cometido o assassinato foram seus discípulos, não ele próprio.
  3. Sociopatas são capazes de vivenciar situações que seriam, para qualquer pessoa, extremamente comoventes sem demonstrar emoção alguma. Como não registram essas situações do mesmo modo que indivíduos normais, mal esboçam reação em circunstâncias perigosas ou amedrontadoras. Quando são pegos desprevenidos por notícias excelentes ou péssimas, reagem a elas com uma expressão vaga.
    • Se você reagiu com comoção ou pânico a um evento que parece não perturbar o provável sociopata, pode ser que ele não registre o evento do mesmo modo que você devido a uma reduzida capacidade de empatia — que é um dos sintomas do Transtorno de Personalidade Antissocial.
    • Tente se lembrar se a pessoa alguma vez já lhe pareceu nervosa, ansiosa, acima de tudo numa situação à qual essas seriam reações normais. Embora algumas pessoas sejam de um temperamento mais constante que outras, mesmo elas deixam escapar, vez ou outra, algum sinal de ansiedade.
    • Tente se lembrar, ainda, se há situações às quais ela reage com emoção despropositada, injustificada. Essa pode ser uma emoção afetada (e falsa) ou um mero mecanismo de defesa.
    • Pesquisas demonstram que sociopatas não demonstram inquietação a imagens que são perturbadoras para a maioria das pessoas, nem quando recebem um aviso prévio de que serão sujeitos a um pequeno choque elétrico, enquanto que indivíduos normais expressam medo e ansiedade em tais situações. [1]
  4. Essas pessoas têm uma habilidade notável de fascinar os outros e realizar gestos grandiosos de benevolência para obter o que desejam. São pessoas que sabem exatamente como fazer os outros se sentirem especiais, sabem fazer as perguntas certas a respeito da vida delas, e que são geralmente percebidas como divertidas, cativantes, interessantes. Já uma pessoa genuinamente encantadora é capaz de fascinar qualquer pessoa, de crianças a idosos, mesmo sem o querer. Alguém que foi incrivelmente encantador e generoso à primeira vista mas cujo comportamento no presente o confunde pode ser sociopata.
    • Esse sujeito pode realizar esforços exacerbados para ajudar estranhos ou ser muito generoso com quem ele mal conhece. Por outro lado, é o completo oposto quando rodeado de familiares e amigos.
    • Pense no sociopata como um golpista que sempre tem motivos escusos: ele precisa saber conquistar as pessoas para extrair delas o que precisa. E para seguir adiante com seus objetivos, tem de se integrar a um determinado grupo de pessoas — tem, portanto, de saber como sorrir, como saudar as pessoas certas, como fazer com que se sintam confortáveis.
    • Apesar da personalidade atraente, muitos sociopatas têm disposições antissociais — isto é, podem ser frios e distantes na mesma medida em que atraem as pessoas. Ademais, as interações sociais deles carecem de autenticidade. Esse temperamento de extremos — ora insociável, ora carismático em exagero — é um indício de desintegração da psiquê e um enorme sinal de que algo está errado. Pode, também, ser uma maneira de ferir ou causar nas pessoas uma sensação de rejeição, do que ele se valerá para controlá-las. Fica sempre óbvio, nesses episódios, a falta de compaixão e de consideração pela vida alheia. Esses gestos não genuínos podem ser reveladores de um traço sociopático.
  5. Sociopatas entendem as fraquezas humanas e exploram-nas ao máximo. Quando estão determinados, podem induzir alguém a fazer qualquer coisa. Esses indivíduos tiram vantagem dos mais fracos e tendem a evitar pessoas de força comparável à deles: estão sempre à procura de gente triste, insegura e que está em busca de um sentido na vida, pois sabem ser esses os alvos mais fáceis. Afinal de contas, uma pessoa de carências não supridas pode ser mais facilmente explorada por meio dessas carências. Tente avaliar se a pessoa é excelente em persuadir os outros a fazerem o que ela quer.
    • O sociopata lentamente ganha domínio e controle sobre sua vítima sem que esta se dê conta. Ele gosta de estar no controle de todas as situações e evita o convívio com pessoas igualmente fortes. Voluntaria-se para fazer qualquer coisa a pretexto de ser útil, mas quer, na verdade, estar no controle. Ele tem um medo constante de acabar exposto.
    • Quando está perto de alguém forte, ele tem medo de ser pego: vai guardar certa distância e, respeitando essa distância, tentará estabelecer um ligeiro contato com essa pessoa, com vistas a descobrir se foi notado por ela. Por outro lado, gosta de explorar as pessoas mais fortes de que é capaz sem acabar desmascarado. E, se acaba desmascarado, recorre aos trunfos que tem na manga ou simplesmente foge — sempre alegando uma desculpa esfarrapada.
    • Muito desse domínio que o sociopata tem sobre a vítima é conquistado por meio de uma "guerra psicológica" cujo objetivo é torná-la dependente dele. Assim como um veneno, ele age enfraquecendo-a com o tempo. Imagina que, enquanto permanecer indetectado, ninguém poderá fazer nada contra ele.
    • Avalie se o suspeito se sente à vontade valendo-se da enganação e de mentiras descaradas para obter o que quer. Assim como o senso de empatia, também a integridade é nula ou deficiente no sociopata. Quem não o conhece bem, contudo, imagina que ele tem um caráter impecável.
  6. Na infância, é comum entre esses indivíduos torturar animais e pessoas indefesas, violência que é sempre infundada — e não um modo de se defender. Capaz de usar qualquer coisa como pretexto para se fazer de vítima, o sociopata sempre consegue distorcer as palavras alheias. Com muita frequência, reage de modo exagerado às menores ofensas. Quando é contestado a esse respeito, ele tenta atribuir a culpa a outrem, apelando à empatia e à consideração das pessoas normais para ser protegido por elas, numa tentativa de desviar a atenção de si. Essa transferência da culpa é, a um só tempo, uma cortina de fumaça para não ser desmascarado em uma tentativa de confundir a situação.
    • A capacidade de passar de estados de plena calma para repentinos surtos violentos e recuperar a calma logo em seguida pode ser a expressão de uma tendência à sociopatia.
  7. Sociopatas têm delírios de grandeza, acham-se os maiores seres humanos do planeta. São impenetráveis a qualquer tipo de crítica e têm uma autoestima inflada. Além do quê, têm um senso irreal de merecimento: acham-se dignos de bens incríveis criados por outras pessoas, sem nunca pensar no bem-estar delas. Eles não se importam com os outros; só querem usá-los. [2]
    • Muitos sociopatas fazem um julgamento insensato das próprias habilidades — consideram-se excelentes cantores ou dançarinos, por exemplo, quando sua competência nessas áreas é nula. Essas opiniões são delirantes (tidas como verdade pelo sociopata) ou apenas mentiras que ele conta para compor a falsa personalidade com que tira vantagem das pessoas.
    • Esse sujeito pode achar-se melhor do que todos em volta dele sem ter nenhuma prova de que é de fato superior.
    • E pode também ser um narcisista: é muito mais interessado em falar de si do que em ouvir o que os outros têm a dizer. Ele frequentemente usa as dificuldades e os sofrimentos alheios para atrair as atenções para si. Por fim, costuma passar um bom tempo a encarar a própria figura no espelho em vez de observar gente do mundo real. Trata-se de alguém que raramente se interessa pelos outros.
  8. É verdade que a loteria da amizade não é generosa com todo mundo, mas se deve ter cuidado com alguém aparentemente desprovido de amigos. Ele pode até ter um grupo de aduladores — gente que o acompanha e está sempre a receber ordens dele — e aproveitadores — que se associam a ele pelo que têm a ganhar —, mas é incapaz de estabelecer relações substanciais com outras pessoas. Se é esse o caso, pode haver algo errado com ele (a não ser que ele seja tímido ou tenha razões contundentes para não ter amigos). [3]
    • Isso também se aplica aos familiares: pode haver um problema com quem não tem contato com familiares ou nunca os menciona. Por óbvio, existem muitas razões para se evitar a família, como uma infância difícil.
    • Averigue se há por parte do possível sociopata uma desconexão com o próprio passado. Quem não tem amigos do colégio, da universidade ou de conjunturas pregressas pode muito bem ser portador do distúrbio. Fique atento se ele relata repetidas traições ao longo da vida para explicar a falta de amizades e o histórico de relacionamentos fracassados. Isso pode acontecer, na verdade, porque, uma vez desmascarado, o sociopata procura uma outra vítima mais oportuna e abandona a antiga. Seu único desejo é lançar as vidas alheias ao caos.
  9. O sociopata faz avanços rápidos e busca a intimidade quando conhece alguém, tudo isso para que este não tenha tempo de recuar, nem mudar de ideia. Passadas algumas semanas, ele passará a agir de modo muito intenso com essa pessoa, se há envolvimento romântico entre os dois. Cria-se assim na mente da vítima a ilusão de serem almas gêmeas, mas só porque ele sabe decifrar justamente o que ela gostaria de ouvir. É provável que o sociopata tenha percebido na pessoa uma carência não suprida, um sonho de estar num relacionamento íntimo, e usa isso como oportunidade para assumir uma identidade que apele a essa carência. Com o passar do tempo, ele vai querer ter a pessoa exclusivamente para si em vez de "dividi-la" com o mundo. [4]
    • Logo no início do namoro, o par romântico de uma pessoa sociopata nota como ela tenta separá-lo do grupo de amigos, os quais ela considera uma ameaça. Ela inventará desculpas para impedi-lo de conviver com eles: "eles não entendem você como eu", "não me aceitam", "estão apenas jogando você contra mim porque não vão com a minha cara". Na tentativa de obter sua proteção, o sociopata faz-se de vítima. Faz parecer que você é o único que pode salvá-lo e tem, portanto, a obrigação de devotar todo o seu tempo a ele, de dar ouvidos somente a ele.
  10. Antes de aprender com os erros, esses indivíduos repetem-nos de novo e de novo; isto é, não crescem, nem se desenvolvem no mesmo ritmo que outras pessoas. Tente identificar comportamentos imaturos subjacentes ao verniz de sujeito encantador, carismático. São estes alguns dos sinais para se ter em conta:
    • Egoísmo extremo: o sociopata quer tudo para ele, a qualquer custo, o que vem acompanhado de uma relutância em compartilhar o que ele tem com os outros.
    • Um ego enorme: uma obsessão por si próprio que o impede de se importar com outras pessoas.
    • Carência desmedida: ele quer que você esteja disponível para ele sempre que sua presença for exigida.
    • Incapacidade de gerir responsabilidades: o sociopata é alguém a quem não se pode incumbir nenhuma obrigação importante. Ele delega seu trabalho a outrem, toma para si o crédito dos outros ao mesmo tempo em que sempre tem uma desculpa para as próprias falhas — quando não evita completamente qualquer tipo de responsabilidade.
  11. Acostumado a mentir e enganar, o sociopata convence a vítima de que é ela a culpada pelos problemas que ele mesmo causou. No jargão médico, esse comportamento chama-se "projeção", que é uma das marcas mais inconfundíveis do transtorno de personalidade antissocial.
    • Geralmente, o portador do distúrbio tenta por nos ombros da outra pessoa um mal que ele mesmo fez. Se ele é um mentiroso e o acusa de mentir, pode ser que você esteja lidando com um sociopata.
    • Convencer as pessoas de que elas são loucas também é característico. O sociopata é capaz de levar suas vítimas às raias da loucura e depois convencê-las de que isso é uma falha que nada tem a ver com ele.
  12. O ego do sociopata é alimentado pelo desconforto de quem está sob o poder dele.
    • Se ele tenta intimidá-lo com olhares frios, vazios, desprovidos de qualquer remorso ou nervosismo, suspeite.
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Parte 2
Parte 2 de 2:

Livrando-se do sociopata

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  1. Quem lida com um sociopata tem de ser o mais maçante possível para não atiçar o constante desejo dele por estímulo. Os portadores dessa condição entediam-se facilmente quando não recebem nenhum tipo de entretenimento emocional. Permaneça calmo ao lidar com ele, não demonstre empolgação, não argumente. Sinta-se à vontade inclusive para ignorar as investidas dele! O silêncio é a melhor resposta. Outro detalhe importante é levá-lo a crer que você não tem nada que ele poderia querer: finja que perdeu seu dinheiro, que seus bens foram roubados etc. Não importa o que você tenha dado a ele no passado; encontre uma desculpa para — de uma maneira desprovida de qualquer emoção ou conflito — não supri-lo com essa mesma coisa.
  2. Se você tem a confirmação de que está a lidar com um completo psicopata, é melhor evitá-lo na medida do possível. Pode ser inviável livrar-se completamente de um colega de trabalho ou de alguém do seu grupo de amigos, mas tente passar ao largo dele sempre que puder. Lembre-se: se perceber sua tentativa de criar distanciamento, o sociopata pode tentar atraí-lo para a influência dele com ainda mais força, mas você deve se manter determinado no propósito de reduzir ao mínimo o convívio entre vocês.
    • Isso não significa que você deve ser abertamente rude ou hostil — o que, aliás, poderia colocá-lo em perigo.
    • Não diga à pessoa: "Sei que você é sociopata". Isso só vai fazê-la mais furiosa ou determinada a sobrepujá-lo. Seu objetivo não é anunciar que você percebeu as intenções dela, apenas se afastar o máximo possível sem ser rude.
  3. Ele tentará seduzi-lo com presentes, elogios, historias cuidadosamente arquitetadas para criar uma boa impressão a respeito dele. Mas, depois que se sabe que alguém tem sociopatia, não se pode voltar atrás. Você não deve se deixar atrair para o domínio dele pelo comportamento fascinante e as mentiras. Não o deixe convencê-lo a dar uma segunda chance.
    • Tenha em mente que é normal sentir que sua resolução de evitar a pessoa está fraquejando. Afinal de contas, o sociopata sabe exatamente como usar sua versão distorcida da realidade para instigar a dúvida em você.
    • Não ceda. O sociopata tentará induzi-lo a sentir pena dele falando de como se sente sozinho e do quão importante você é. Se ele é assim mentiroso e manipulador, não cabe a você sentir pena dele por nenhum motivo — exceto pelo distúrbio mental que o acomete.
  4. Quem se envolve com um sociopata tem de sair dessa situação com a maior rapidez e segurança possível. Quanto mais você esperar, mais as coisas piorarão e maiores suas chances de se dobrar à lógica do sociopata. Caso seja necessário terminar o relacionamento para se livrar da pessoa, diga isso a ela assim que puder — sem deixá-la saber que você está terminando tudo por desconfiar da sociopatia dela.
    • Ofereça uma desculpa vaga para diminuir a margem de manipulação do sociopata. É importante ser firme, pois você provavelmente terá de reiterar várias vezes seu desejo de terminar tudo.
    • Lembre-se: indiferença e sociopatia são duas coisas distintas. O comportamento insensível ou egoísta talvez o leve a crer que alguém é sociopata, mas pode ser tão somente um sinal de falta de caráter. O genuíno sociopata não se importa, em absoluto, com as opiniões e os sentimentos alheios.
    • Quando se tem um parceiro romântico verdadeiramente possessivo e manipulador , é desaconselhável terminar o namoro sozinho e em pessoa. Talvez seja necessário fazê-lo por telefone ou ir acompanhado de um amigo, sob o pretexto de ele ajudar a pegar os seus pertences. Quem sofre desse distúrbio nem sempre aceita ouvir não e, diante da sua tentativa de terminar tudo, pode recorrer a medidas desesperadas, quiçá violentas, para forçá-lo a mudar de ideia.
  5. Seria imprudente sair por aí bradando aos quatro ventos que alguém é sociopata (a não ser quando este oferece algum perigo às pessoas), mas convém avisar aqueles que integram o círculo próximo dele — e é essencial avisar a quem deseja envolver-se romanticamente com ele. Passando essa informação adiante a esmo, você eventualmente chamaria a atenção do sociopata e o enfureceria; entretanto, não tenha medo de prevenir potenciais vítimas.
    • É preciso analisar o problema caso a caso. Se estamos falando de alguém que é seu superior no trabalho, melhor seria não dizer nada. Mas você deve afastar-se o máximo possível.
  6. Como ser incapaz de tomar decisões sozinho e estar sempre à procura de orientação são características de que o sociopata se aproveita, a melhor vacina contra ele (e uma prevenção contra os que podem cruzar seu caminho no futuro) é saber quem você é, desenvolver suas próprias ideias, ter sua própria visão de mundo. Sociopatas mantêm distância de pessoas determinadas e que pensam com autonomia, pois sabem que é difícil controlá-las.
    • Aprender a pensar por si mesmo talvez leve uma vida, mas buscar informar-se a respeito dos acontecimentos atuais, analisar situações desde vários pontos de vista e conviver com pessoas de crenças opostas às suas pode ajudá-lo a se tornar um pensador autônomo.
    • Isso, em partes, tem a ver com confiança. Se você tem convicção em si mesmo, terá mais convicção em suas ideias, o que o torna muito mais apto a espantar quaisquer sociopatas que apareçam em seu caminho!
  7. Em vez disso, use a mente (como explicado acima) para reagir de maneira lógica e tranquila. Primeiramente, sociopatas podem forjar qualquer coisa — e você não ganhará nada tentando agradar alguém que não é nada daquilo que você pensa. Em segundo lugar, são inteligentes — o que pode ser uma fonte de angústia, já que é tão difícil encontrar o equilíbrio entre acompanhar (ou fingir que se acompanha) o ritmo da inteligência deles e contornar a esmagadora necessidade que eles têm de tornar a própria inteligência o centro de todas as coisas.
    • Desse modo, não adianta nem temê-lo, nem tentar fazer frente a ele, tampouco tentar superá-lo. O caminho para se livrar da manipulação que ele tenta exercer é se aceitar como é, ser grato por aquilo que o torna digno e valoroso. Ao contrário do que se imagina, a maioria dos sociopatas não é constituída por assassinos, sádicos, monstros, mas apenas gente que deve ser tratada com muito cuidado. Nenhum deles escolheu essa condição, do mesmo modo que você não escolheu ser vítima das artimanhas deles. No entanto, quando opta pela falta de firmeza, está facilitando o trabalho deles — portanto, a escolha é sua. Estude os meios pelos quais humanos manipulam e destratam uns aos outros, e você poderá se armar com estratégias para neutralizar esses comportamentos e levar sua vida adiante.
    • Isso não significa que a pessoa gostará de ver você resistindo a ser enredado por ela. Pelo contrário: deixará de gastar energia tentando manipulá-lo porque saberá que você é capaz de arrancar a máscara dele todas as vezes. Isso seria entediante, e nenhum sociopata gosta do tédio.
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Dicas

  • Se alguém parece "bom demais para ser verdade", provavelmente o é. Esse é um aspecto comum em muitos distúrbios do DSM: sociopatia, borderline e narcisismo, por exemplo.
  • Alguns cientistas creem que sociopatas têm danos no córtex pré-frontal, que administra emoções, moralidade etc.
  • O sociopata tende a atribuir as próprias falhas à vítima. Antes de admitir um erro, ataca quem se prejudicou com ele, que é outro fator comum em muitos transtornos do DSM.
  • Sabendo que precisam ocultar os atributos indesejáveis, muitos portadores dessa condição acabam tornando-se ótimos atores e se adaptam à vida normal; ou seja, a maioria das informações deste artigo aplica-se a sociopatas pouco inteligentes, jovens e não funcionais (aqueles que não se importam em esconder o comportamento cruel e antissocial).
  • Segundo pesquisadores da área, um grande número de sociopatas é vítima de abuso infantil.
  • Em muitos casos, a sociopatia é atávica: logo, observar a família da pessoa pode ser a chave do mistério.
  • Manifestar emoções de maneira exagerada é uma característica comum na infância da pessoa sociopata, que observa como os outros reagem às mais diversas situações e simplesmente imita as reações deles. Esses exagerados arremedos de emoções levam muitos a crer que se trata de uma criança sensível, especial. Observe se ela expressa emoções com um certo atraso, só depois de analisar a situação à qual está exposta — esse pode ser um sinal de sociopatia.
  • Faça um registro escrito das suas interações com a pessoa: dia, hora e uma descrição. Essas notas podem ser muito úteis mais adiante se for necessário lembrar-se de algo que foi dito, analisar a série de acontecimentos etc. — e imprescindíveis caso você precise requerer uma ordem de restrição.
  • O sociopata faz constantes declarações de amor ao par romântico sem, no entanto, oferecer evidências reais desse amor. Esse é um modo que ele encontra de avaliar o julgamento que a outra pessoa faz dele, sobretudo quando ele suspeita dela.
  • Seja cauteloso. Não tente se manter por perto de um possível sociopata apenas para avaliar os limites da crueldade dele, ainda mais se há violência envolvida. Se ele passar por uma situação-limite com você por perto, você descobrirá da pior maneira possível se os atos dele são deliberados ou compulsivos.
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Avisos

  • Não o deixe saber que ele foi decifrado. O resultado disso pode variar de um sociopata para outro, mas o melhor a fazer é fingir que você não percebeu nada.
  • Nem todo sociopata é violento, mas é desaconselhável manter amizades e laços estreitos com pessoas assim.
  • Como não é tão governado por emoções, o sociopata pode usar suas emoções contra você. E a melhor maneira de combater um inimigo é valendo-se das mesmas armas que ele: antes de lidar com um sociopata, esqueça as emoções na soleira da porta, ou ele as usará para controlá-lo.
  • Não custa reforçar: não se entregue aos encantos dele.
  • Sociopatas são excelentes mentirosos porque não têm consciência. Eles justificam suas ações de todas as maneiras possíveis para que as pessoas não percebam seu verdadeiro caráter.
  • Traços de sociopatia podem ser confundidos com transtornos como o autismo, e vice-versa. A diferença é que sociopatas são desprovidos de consciência, ao passo que autistas se importam com os outros, mas acabam se comportando com inadequação por não saberem como agir.
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