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Nem sempre é fácil superar certas tendências do estilo de apego desapegado-evitativo! Pessoas assim costumam dar mais valor a seus êxitos profissionais e pessoais do que a relacionamentos propriamente ditos. Na verdade, relações mais íntimas até acabam se tornando obstáculos para objetivos maiores após um tempo. Infelizmente, evitar ter intimidade pode gerar uma série de problemas em longo prazo. No entanto, tente ficar tranquilo: se você está lendo este artigo, é porque deu o primeiro passo para combater certas tendências de comportamento — o que já faz toda a diferença. Tenha paciência e, com o tempo, você vai ver bons resultados!

Método 1
Método 1 de 4:

Entendendo o problema

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    Entenda as características do estilo de apego desapegado-evitativo. Existem dois tipos de estilo de apego evitativo: desapegado-evitativo e ansioso-evitativo. O primeiro costuma surgir em função de dinâmicas familiares nocivas durante a infância. Uma pessoa que se encaixa nesse grupo pode: [1] [2] [3] [4]
    • Ter tido pais distantes ou indiferentes.
    • Ser independente além da conta.
    • Buscar isolamento.
    • Manter distância emocional.
    • Ser simpática em eventos sociais, mas evitar relacionamentos mais íntimos.
    • Definir limites inflexíveis.
    • Ter dificuldade de se abrir com os outros.
    • Tentar comunicar o que sente por meio de comentários sutis, reclamações ou mau humor.
    • Ficar muito irritada quando se sente desprezada.
    • Buscar relacionamentos, mas ficar desconfortável quando o nível de intimidade aumenta.
    • Ficar nervosa quando alguém demonstra afeto ou vulnerabilidade.
    • Racionalizar a ansiedade causada pela intimidade como "fulano é irritante, carente ou dramático".
    • Se sentir afobada e afastar pessoas carinhosas.
    • Viver conflitos internos sobre relacionamentos íntimos.

    Você sabia? Nem todas as pessoas que apresentam esse estilo de apego são frias e distantes o tempo todo. Elas podem se mostrar carinhosas de vez em quando, ainda que evitem ter intimidade emocional.

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    Entenda que esse estilo de apego nocivo não tem que durar para sempre. Embora as experiências da infância moldem as pessoas na idade adulta, todos continuam crescendo e evoluindo pelo resto da vida. Você pode muito bem adquirir novas habilidades e desenvolver mecanismos melhores para lidar com certas situações.
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    Evite fontes de informação pseudocientíficas. Apesar de os estilos de apego nocivos terem documentação científica, também existem muitas fontes de informação pseudocientíficas que são perda de tempo (e, em alguns casos, dinheiro). Busque fontes seguras e de confiança! Veja exemplos do que não usar:
    • Fontes que ofereçam previsões catastróficas.
    • Fontes que promovam terapias pseudocientíficas, como a terapia do apego.
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Método 2
Método 2 de 4:

Adquirindo habilidades sociais

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    Compartilhe o que você pensa e sente mesmo quando quiser reprimir tudo. Tente não se esquecer de que seu comportamento mais comum é reprimir pensamentos e emoções. Quando sentir essa vontade vindo, faça o contrário: compartilhe o que você está pensando ou sentindo. É bom começar em situações mais tranquilas, como na frente do espelho ou com seu bicho de estimação. Essa tática vai ficar mais fácil conforme o tempo passa. [5]
    • Por exemplo: se você estiver estressado por causa do trabalho, talvez sua primeira reação seja internalizar tudo — em vez de desabafar com sua namorada (ou seu namorado). [6] Quando ela perguntar o que houve, não diga "Eu tô cansado", e sim "Pra ser sincero, as coisas estão bem estranhas no trabalho. Tô trabalhando em um projeto grande, mas que não tá indo tão bem".
    • Fale sempre da sua perspectiva, como " Eu tô preocupado", " Eu tô cansado", etc.
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    Faça o possível para resolver todos os conflitos de forma direta e rápida. Sempre que você discordar de alguém, pode ser que sua reação seja usar o chamado "tratamento do silêncio" por alguns dias — ou mesmo fingir que não está magoado, quando na verdade está (e muito). Aos poucos, todo conflito que não é resolvido acaba gerando um ressentimento difícil de superar. Isto atrapalha toda a construção de intimidade, uma vez que abre espaço para ressentimento. [7]
    • Por exemplo: se você ainda estiver magoado por causa de um conflito antigo, converse com a pessoa. Diga algo como "Aquela discussão que tivemos mês passado, sobre pagar a faculdade dos meninos, ainda tá me incomodando. Podemos conversar a respeito?".
    • Sempre que você estiver no meio de uma discussão, pare e respire fundo por alguns segundos. Na sequência, diga "Como a gente pode resolver o problema? Não quero ficar remoendo nada".
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    Pergunte às pessoas o que elas sentem e ouça as respostas com atenção. As pessoas com personalidade desapegada-evitativa não são tão boas em "ler" o que os outros estão pensando e sentindo. [8] Sendo assim, crie o hábito de pedir para seus amigos e familiares se explicarem para você! Ouça com atenção e faça perguntas que ajudem a esclarecer ainda mais o que está acontecendo. [9]
    • Por exemplo: talvez você presuma que sua namorada (ou seu namorado) acha que comemorar o Dia dos Namorados é bobeira porque é isso que você pensa. Nesse caso, pergunte algo do tipo "Eu ignoro o Dia dos Namorados porque não ligo muito. Sempre achei que sua opinião era a mesma, mas nunca te perguntei. Você acha ruim não comemorarmos?".
    • Reformule e repita a resposta da pessoa para mostrar que você estava atento e, se necessário, tirar suas possíveis dúvidas. [10]
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    Valide o que as pessoas sentem quando elas ficarem emocionadas. Quem tem o estilo desapegado-evitativo costuma ficar um tanto desconcertado com demonstrações de emoção mais tocantes. Se for o seu caso, é bom você elaborar um plano de ação para esses momentos. As pessoas vão se sentir muito mais validadas — e, com sorte, até se acalmar. Veja exemplos do que falar a alguém que precisa:
    • "Tudo bem você ficar triste. Sei que isso é importante pra você."
    • "Eu tô vendo que você tá muito frustrada com essa situação. Ela é complicada."
    • "Parece que você tá com problemas, né?"
    • "Nossa, quanta empolgação! Fico feliz por você!"
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Método 3
Método 3 de 4:

Aumentando a intimidade em relacionamentos amorosos

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    Diga à pessoa que você está com dificuldade de expressar emoções. Abrir o coração é uma das coisas mais difíceis para quem tem o estilo desapegado-evitativo, já que faz a pessoa se sentir vulnerável e exposta. No entanto, as coisas podem melhorar bastante se você contar o que está sentindo à sua parceira (ou seu parceiro). Explique a ela que quer deixar essa parte da sua personalidade para trás e peça compreensão durante esse processo. [11]
    • Por exemplo: diga "Eu sei que sou muito fechado às vezes, e quero muito mudar esse meu jeito. Você consegue ter paciência enquanto eu estiver aprendendo a me abrir mais?"
    • Também dá para dizer "Eu tinha o hábito de esconder o que sentia das minhas namoradas no passado. Não quero ser assim com você. Tô fazendo de tudo pra mudar de comportamento".
    • Encarar essa questão como uma espécie de projeto pode ser um bom primeiro passo para quem tem o estilo desapegado-evitativo. Assim, você vai conseguir resolver a situação aos poucos sem perder o controle. [12]
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    Busque formas de demonstrar afeto pela pessoa todos os dias. Passe a enxergar o amor como uma ação, não um sentimento. Demonstre pelo menos um gesto amoroso por dia, mesmo que seja alguma coisa pequena. Veja exemplos:
    • Reserve um tempo para fazer uma coisa legal com a pessoa.
    • Pegue-a de surpresa de vez em quando.
    • Faça algo por ela.
    • Dê um presentinho, mesmo que seja uma flor que você colheu na rua.
    • Escreva um bilhetinho ou mensagem de amor para ela.
    • Faça elogios a ela.
    • Diga "Eu te amo".
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    Busque terapia de casal se você não conseguir resolver os problemas de intimidade com a pessoa. Buscar ajuda profissional pode ser difícil para quem tem o estilo desapegado-evitativo. Deixe seus preconceitos de lado! Um bom terapeuta poderia ajudar a resolver os problemas de comunicação entre você e sua parceira (ou seu parceiro). Muitos deles incorporam exercícios que aumentam a intimidade. Além do mais, sua parceira vai ficar feliz com essa iniciativa. [13]
    • Por exemplo: diga "Eu tô pensando em marcar uma consulta com um terapeuta de casal. Quero aprender a me abrir mais com você. O que acha?"
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Método 4
Método 4 de 4:

Limitando comportamentos que afastem as pessoas

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    Faça o possível para não se fechar quando uma pessoa expressar emoções. Pessoas com a personalidade desapegada-evitativa costumam enxergar emoções como sinal de fraqueza. Quando alguém que você conhece disser o que está sentindo ou ficar abalado por algum motivo, faça o possível para não se fechar e querer se afastar. É melhor lidar com a situação de uma vez. [14]
    • Por exemplo: imagine que você entrou no quarto e viu sua namorada chorando. Talvez sua primeira reação seja voltar para trás e sair de perto aos poucos, antes que ela se dê conta. Não seja assim! Pergunte o que aconteceu.
    • Lembre-se de que as emoções das pessoas têm valor e merecem atenção.
    • Até ficar sentado ao lado de uma pessoa que está mal é um jeito de mostrar que você se importa com ela.
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    Busque atividades ou projetos em que você precise colaborar com outras pessoas. Talvez você tenha dificuldade para abrir mão da sua autonomia — afinal, não gosta de depender dos outros e prefere fazer tudo sozinho. Mesmo assim, é bom aprender a deixar esse controle total de lado. Tente participar de projetos ou atividades que envolvam mais gente! Logo você vai enxergar o valor de coisas desse tipo. [15]
    • Por exemplo: tente participar de um projeto no trabalho em que você precise interagir com pelo menos um colega todos os dias.
    • Atividades como esportes em grupo também ajudam bastante.
    • Muitas vezes, evitar a convivência com as pessoas é um mecanismo de defesa que surge a partir da fobia social e do medo de rejeição. Por mais que a experiência seja desconfortável, tente entender por que você gosta de fazer tudo sozinho.
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    Cultive novas amizades e dedique-se mais às que você já tem. A maioria das pessoas com personalidade desapegada-evitativa dá mais valor ao trabalho, a projetos e hobbies do que a relacionamentos pessoais. E isso também vale para amizades! Pode ser que você tenha muitos conhecidos, mas poucos (ou nenhum) amigos próximos. Mande mensagem a eles e pergunte como estão, marque encontros para conversar sobre a vida, e assim por diante. Em seguida, pare e pense: você se sente feliz ou incomodado?
    • Se você não tem amigos próximos, tente fazer amizade com gente nova. [16] Comece a frequentar lugares onde há atividades em grupo!
    • Você é tímido? Então talvez seja mais fácil fazer amizade nas mídias sociais, em comunidades especializadas e até fóruns públicos. Até relacionamentos virtuais fazem um bem danado!
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    Aceite os convites das pessoas para atividades no dia a dia. Quando as pessoas chamarem você para certas atividades, pode ser que sua reação seja inventar alguma desculpa ou dizer "Quem sabe?", mesmo sabendo que a resposta de verdade é "Não, obrigado.". Isso acaba gerando um ciclo de autoisolamento que fica difícil de quebrar. Passe a aceitar a maioria dos convites que você receber e veja o que acontece! [17]
    • Você provavelmente vai gostar dessas atividades mais do que imagina. Tente pelo menos imaginar o quanto elas poderiam ser legais!
    • Por exemplo: você ficou desconfortável porque havia muitas pessoas por perto? Da próxima vez, opte por atividades mais tranquilas — como ir ao cinema ou beber em casa com alguém. Não existem regras específicas nesse sentido: o importante é ficar à vontade.
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    Explore a origem do seu comportamento com um terapeuta. A maioria das pessoas desenvolve tendências de comportamento desapegado-evitativo por causa de coisas que aconteceram no passado: traumas de infância, tratamento distante dos pais etc.
    • Fazer terapia individual é uma ótima forma de descobrir de onde vem sua personalidade evitativa, o que já ajuda bastante a pensar em maneiras de mudar seu comportamento. [18]
    • Busque um terapeuta que seja especializado na teoria do apego. Ele vai conseguir oferecer o melhor tratamento. [19]
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