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O diálogo é parte essencial de uma história; os escritores empenham-se para assegurar que as conversas em histórias, livros, peças e filmes soem tão naturais e autênticas quanto as da vida real. Os escritores geralmente usam diálogos para dar informações aos leitores de um modo interessante e engajado emocionalmente. Para escrever diálogos, entenda seus personagens, seja simples e honesto e leia em voz alta para certificar-se de que soa genuíno.

Método 1
Método 1 de 3:

Pesquisando diálogos

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  1. Ouça o modo como as pessoas falam umas com as outras, veja como é diferente o jeito de falar de acordo com cada interlocutor e use essas conversas e padrões no seu diálogo para que ele soe autêntico.
    • Desconsidere as partes da conversa que não ficam bem transcritas. Por exemplo, nem todos os "olás" e "tchaus" precisam ser escritos. Alguns dos seus diálogos podem começar no meio de uma conversa, como "E aí, fez tal coisa?" ou "Mas por que você fez isso?".
    • Carregue um caderno na bolsa para anotar todas as conversas interessantes que ouvir.
  2. Para ter uma boa ideia do equilíbrio necessário entre discurso realista e discurso literário, você precisará ler bons diálogos em livros e roteiros de cinema e teatro. Veja o que funciona ou não e tente descobrir o porquê. [1]
    • Alguns escritores que renderam ótimos diálogos são Nelson Rodrigues e João Guimarães Rosa (para citar somente dois, existem muitos!)
    • Ler e praticar a escrita de diálogos para filmes e peças de rádio é de grande ajuda para aprimorá-los.
  3. Você vai precisar entendê-los completamente antes de conseguir fazê-los falar. Saiba de antemão se o personagem é taciturno, monossilábico etc.
    • Aspectos como idade, gênero, grau de escolaridade, origem e tom de voz farão a maior diferença no modo de falar de um personagem. Uma senhora de Santa Catarina certamente não falará igual a um rapaz do Rio de Janeiro.
    • Dê a cada personagem uma voz distinta. Nem todos os personagens vão usar o mesmo vocabulário, tom ou modo de falar. Certifique-se de cada personagem soe de modo diferente.
  4. Eles podem não arruinar uma história completamente, mas com certeza podem desanimar o leitor a continuá-la e, como escritor, você quer evitar isso a todo custo. Diálogos formais funcionam ocasionalmente, mas apenas com tipos mais específicos de histórias.
    • Diálogos formais só funcionam em níveis óbvios e em um linguajar que ninguém use. Por exemplo: "Olá Joana, você parece triste hoje", disse Carlos. "Sim, Carlos, estou triste hoje. Você gostaria de saber por quê?"; "Sim Joana, eu gostaria de saber porque você está triste hoje"; "Eu estou triste porque meu cachorro está doente e isso me lembra da morte de meu pai, dois anos atrás, sob circunstâncias desconhecidas para mim."
    • Como o diálogo acima deveria ser: "Joana, tem alguma coisa errada?" perguntou Carlos. Joana deu de ombros, com o olhar fixo em algo fora da janela. "Meu cachorro tá doente. Eles não sabem qual é o problema.". "Isso é péssimo, mas... ele é velho. Talvez seja esse o problema."; As mãos dela se agarraram ao batente da janela — "Mas... é que... eu esperava que pelo menos o médico soubesse de algo."; "Você quer dizer o veterinário?" Carlos estranhou. "É. Tanto faz."
    • A razão para o segundo diálogo funcionar melhor é o fato de Joana não mencionar em nenhum momento que está pensando na morte do pai, mas há palavras que dão a dica sobre os pensamentos dela. O fato de ela trocar a palavra "veterinário" por "médico" é um indício bom o suficiente, além do ritmo fluir melhor.
    • Um exemplo de diálogo formal que funciona é "O Senhor dos Anéis"; eles não são sempre assim, especialmente quando os hobbits estão falando, mas podem se tornar bastante eloquentes e grandiosos (e nada realistas). Isso só funciona (e muita gente discorda disso) porque a história se passa em um ambiente medieval, como em "Beowulf".
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Método 2
Método 2 de 3:

Escrevendo diálogos

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  1. Use "ele disse" ou "ela respondeu" em vez de termos chiques como "ele protestou" ou "ela exclamou." Você não quer tirar a atenção do diálogo entre os personagens com palavras ou frases incomuns. A palavra "disse" é discreta o suficiente para não distrair o leitor.
    • Ocasionalmente você pode quebrar o ritmo do "disse" ou "respondeu", quando for apropriado. Por exemplo, você poderia usar "interrompeu", "gritou", "sussurrou", mas apenas se fizer sentido na história — e só de vez em quando.
  2. Eles devem fornecer informações ao leitor ou espectador. Diálogos são ótimos recursos para mostrar como um personagem se desenvolveu e informar o leitor de coisas que ele não poderia saber.
    • Não faça conversas fiadas sobre o tempo ou como o personagem Fulano tem passado, mesmo que seja algo natural em uma conversa. Agora, um jeito que dá pra incluir esse tipo de papo é para criar a tensão. Por exemplo, um personagem precisa muito de uma informação sobre outro personagem, mas o interlocutor dele fica enrolando e insiste nesse ritual do papo furado. Isso fará com que o seu personagem e o seu leitor roam as unhas de ansiedade!
    • Todos os seus diálogos devem ter um propósito. Quando estiver escrevendo um, pergunte-se "O que isso acrescenta à história?", "O que eu estou tentando mostrar ao leitor sobre o personagem ou sobre a trama?". Se você não souber responder essas simples questões, risque esse trecho.
  3. Isso é algo que todo mundo tende a fazer. Você pensa "Quer jeito melhor de passar a informação para o leitor do que fazer os personagens discutirem isso detalhadamente?", mas pare agora! Informações e histórico dos personagens devem ser distribuídos ao longo da trama!
    • Um exemplo do que não fazer: Joana olhou para Carlos e disse "Oh Carlos, lembra que meu pai morreu de causas misteriosas e que minha família foi despejada pela minha tia malvada Ana?"; "Lembro sim Joana, você tinha apenas 12 anos e teve que abandonar a escola para ajudar sua família!".
    • Uma versão melhor dessa conversa seria: Jane virou para Carlos, seus lábios quase sorrindo: "Falei com tia Ana hoje." Carlos se lembrou — "Não foi ela que despejou sua família? O que ela queria?"; "Vai saber, mas ela me deu pistas sobre a morte do meu pai."; "Pistas?" Carlos ergueu uma sobrancelha. "Parece que ela não acredita que a morte dele foi natural".
  4. Conversas, especialmente em histórias, são assuntos em camadas. Geralmente tem mais de uma coisa acontecendo, tente captar as sutilezas de cada situação.
    • Existem várias formas de falar as coisas. Se você quer que o seu personagem diga algo como "Eu preciso de você", tente fazer com ele diga a mesma coisa, sem usar essas palavras especificamente. Por exemplo: "Carlos ligou o carro. Joana repousou a mão em seu braço; ela mordia o lábio." — "Carlos, eu... você realmente tem que ir tão cedo?" ela perguntou, retirando a mão. "Nós nem sabemos o que vamos fazer ainda."
    • Não faça seus personagens falarem tudo que se passa na cabeça deles ou tudo que estão sentindo. Isso dará informação demais e não dará espaço para o suspense.
  5. Você quer que o seu diálogo seja interessante, para manter seu leitor engajado na trama. Isso significa pular as conversas vazias de ponto de ônibus, sobre o tempo e o passado, e incluir mais conversas com conteúdo importante, como Joana confrontando a sorrateira tia Ana.
    • Faça seus personagens discutirem ou falarem coisas surpreendentes. Os diálogos devem ser interessantes. Se todos concordam ou fazem questões simples e as respondem, o diálogo pode ficar entediante.
    • Intercale a conversa com ação. Quando as pessoas conversam elas ficam mexendo nas coisas, dão risada, lavam os pratos, tropeçam etc. Adicionar esses elementos aos diálogos os deixará mais reais.
    • Por exemplo: "Você não acha que um homem forte e saudável como o seu pai teria simplesmente adoecido e morrido, não é?" disse tia Ana com uma risada. Joana se agarrou ao resto de sua paciência, dizendo "Às vezes as pessoas ficam doentes". "E às vezes elas têm uma ajudinha externa." Tia Ana foi tão convencida que Joana quis alcançá-la pelo telefone e estraçalhar seu pescoço. "Se alguém o matou, tia Ana, você sabe quem foi?"; "Ah, eu tenho uma ideia, mas vou deixar você adivinhar."
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Método 3
Método 3 de 3:

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  1. Isso lhe dará uma chance de ouvir como ele soa. Você pode fazer mudanças de acordo com o que ouve ou lê. Deixe passar um tempo antes de lê-lo ou seu cérebro lerá o que você quer ler, não o que está no papel.
    • Peça para um amigo confiável ou parente ler o diálogo e dar sua opinião. Olhos diferentes podem falar melhor se ele soa natural ou se precisa melhorar.
  2. Isso vai fazer seu trabalho parecer profissional aos olhos dos leitores. Poucas coisas irritam tanto (especialmente editores e agentes) quanto o excesso de pontuação, principalmente em diálogos.
    • Tem que ter uma vírgula depois do fim do diálogo e as últimas aspas. Por exemplo: "Olá. Eu sou Joana", disse Joana.
    • Se incluir ação no meio do diálogo, você terá que usar letra maiúscula no começo da segunda parte do diálogo, ou não. Por exemplo: "Eu não acredito que ele matou meu pai." Joana disse, seus olhos transbordando com lágrimas. "Ele jamais faria isso." ou "Eu não acredito que ele matou meu pai," disse Joana, seus olhos transbordando com lágrimas, "porque ele jamais faria isso".
    • Se não houver o disse , apenas a ação, então um ponto final deverá ser usado no lugar da vírgula, nas últimas aspas. Por exemplo: "Adeus, tia Ana." Joana bateu o telefone ao desligar.
  3. Às vezes, menos é mais. Quando as pessoas conversam, elas não são exageradamente prolixas. Elas falam de modo simples e curto.
    • Por exemplo, em vez de "Eu não acredito que em todos esses anos, foi o tio João que pôs venenos no coquetel do meu pai para matá-lo," disse Joana", você poderia escrever "Eu não acredito que tio João matou meu pai!"
  4. Cada personagem deve ter sua própria voz, mas um sotaque ou voz arrastada demais pode se tornar irritante para os leitores. Além disso, se você trabalhar em um dialeto que não conhece, pode acabar sendo extremamente ofensivo para os falantes nativos.
    • Estabeleça as origens dos personagens de outras formas. Por exemplo, use termos regionais como "biscoito" ao invés de "bolacha" para definir a geografia. Não se esqueça de usar termos corretos para cada localização, como "mexerica" para São Paulo e "bergamota" para o Paraná.
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Dicas

  • Acesse fontes que vão te ajudar a escrever diálogos excelentes. Faça uma aula de redação, ou veja livros e sites feitos especificamente para ajudar escritores a melhorarem suas habilidades de contar histórias através do diálogo.
  • Procure por grupos de escritores e aulas de roteiro e escrita literária em sua região e pela internet. Trabalhar em grupo e ter a opinião de colegas de oficina pode ser muito enriquecedor.
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Avisos

  • Não se prenda muito ao diálogo quando você estiver escrevendo seu primeiro rascunho. Não ficará muito bom e não tem problema, pois você voltará a esse ponto em outros rascunhos e o melhorará.
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