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Pode ser difícil determinar se seu ligamento cruzado anterior (LCA) sofreu ou não uma lesão parcial, principalmente porque esse tipo de acidente não apresenta os mesmos sinais que uma lesão total. Por sorte, ainda há algumas formas de chegar ao diagnóstico por conta própria antes de consultar um médico. Você só precisa saber a quais sintomas precisa se atentar, entender como o LCA funciona e, por fim, ir ao médico para receber a confirmação do quadro.

Método 1
Método 1 de 3:

Reconhecendo os sintomas e fatores de risco

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  1. A maioria das pessoas ouve uma espécie de estalo quando lesiona o LCA. Se for o seu caso, é possível que você tenha sofrido pelo menos uma lesão parcial. Consulte um médico para confirmar o diagnóstico. [1]
    • Por mais que você esteja sentindo dor, tente se lembrar do som exato que seu joelho fez. Descrever esse som vai ajudar o médico a chegar a um diagnóstico mais preciso.
  2. Machucar o joelho costuma ser doloroso, seja em uma lesão parcial do LCA ou um estiramento simples. Você provavelmente vai sentir um incômodo que se espalha ou aumenta quando tentar fazer qualquer atividade física.
    • Os receptores de dor do joelho são ativados quando alguém sofre uma lesão parcial do LCA. Isto pode causar dores moderadas ou fortes.
  3. O inchaço é a forma que o corpo tem para reparar estruturas internas sempre que sofre uma lesão. Se você notar que seus joelhos incharam depois do acidente, provavelmente quer dizer que sofreu uma lesão parcial. [2]
    • Observe também se seus joelhos incham depois que você faz atividades físicas. Mesmo que isso não tenha ficado óbvio logo após o acidente, qualquer inchaço durante a prática de exercícios é sinal de lesão nos joelhos.
  4. Além do inchaço, seu joelho vai ficar avermelhado e quente. A temperatura do seu corpo vai subir no local lesionado como forma de evitar infecções, uma vez que bactérias não costumam sobreviver em ambientes de alta temperatura. [3]
  5. Se você sofreu uma lesão parcial do LCA, decerto vai ter dificuldade para mexer o joelho de lado a lado e para frente e para trás. Isso acontece porque o ligamento foi afetado, o que dificulta a movimentação. [4]
    • Mesmo se você conseguir caminhar, seu joelho provavelmente vai ficar fraco.
  6. Lesões do LCA quase sempre acontecem durante movimentos. Por exemplo: pode ser que você tenha mudado de direção de forma brusca durante um jogo de basquete ou pousado de um jeito desengonçado após um pulo. Se você achar que sofreu uma lesão parcial, é importante entender em que situações esse tipo de ocorrido é mais comum. Veja mais exemplos: [5]
    • Mudanças de direção bruscas.
    • Interromper movimentos de repente.
    • Sentir uma força ou pressão forte no joelho, como durante uma colisão com alguém em um jogo de futebol.
    • Pular e pousar de forma incorreta ou desengonçada.
    • Reduzir a velocidade de repente após correr.
  7. Apesar de qualquer pessoa estar suscetível a lesões no LCA, alguns fatores ou atividades geram certa predisposição para acidentes. [6] Veja exemplos:
    • Quem pratica atividades esportivas que envolvem o uso ativo das pernas. Esportes que incluem contato físico também aumentam as chances.
    • Quem tem fadiga muscular. A fadiga muscular também deixa as pessoas mais suscetíveis a lesões da LCA. Como os músculos trabalham em conjunto com os ossos, ligamentos e tendões, usá-los além da conta aumenta o risco. Por exmeplo: um jogador de futebol cansado teria mais chances de se lesionar do que um jogador que acabou de entrar na partida.
    • Quem tem quadros de saúde que enfraqueçam os músculos ou ossos. Por exemplo: pessoas obesas, com ossos fracos e frágeis ou problemas no desenvolvimento da cartilagem.
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Método 2
Método 2 de 3:

Fazendo exames físicos

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  1. Por mais que este artigo ajude você a determinar se sofreu uma lesão, ainda é importante buscar um diagnóstico oficial. Imagine só você achar que está bem, mas piorar a situação sem querer!
    • Marque uma consulta assim que possível após a lesão. Se você conseguir, vá ao pronto-socorro imediatamente.
  2. [7] Quando o LCA sofre uma lesão, ela é caracterizada como uma entorse — afinal, trata-se de um ligamento, e não de um osso (apesar de a dor ser tão forte quanto). O termo "entorse" se refere a mais que o mero alongamento excessivo do ligamento: é uma classificação usada para fazer referência ao tipo de lesão. Existem três níveis:
    • Uma entorse de grau 1 envolve lesões leves no ligamento — quando ele se alonga, mas não se rasga. Nesse caso, o LCA ainda consegue sustentar a articulação do joelho e manter a perna estável.
    • Uma entorse de grau 2 acontece quando o ligamento se alonga além da capacidade máxima, a ponto de ficar "frouxo". É aqui que se usa o termo "lesão parcial do LCA". Isso pode significar que parte do ligamento se rasgou, mas a maioria dele continua intacta (o que nem sempre exige cirurgia)... Ou que um dos feixes dele se rasgou, mas o outro não (o que provavelmente exige cirurgia).
    • Uma entorse de grau 3 deixa a articulação do jolho instável, indicando que o ligamento se rasgou por completo.
  3. Somente um médico pode fazer o teste de Lachman, muito utilizado para confirmar lesões parciais do LCA — uma vez que mostra o estado do ligamento até quando os outros ligamentos e tendões não sofreram nenhum dano. O médico vai fazer o seguinte: [9]
    • Pedir para você se deitar em uma mesa. A primeira coisa que ele deve fazer é examinar seu joelho que não está lesionado para ver o quanto você consegue mexer a canela para frente quando o flexiona. O LCA impede que a canela se mexa muito para frente. Em seguida, o médico vai fazer o mesmo exame com o joelho lesionado. Se a canela desse lado se mexer além do normal, mas ainda houver resistência, quer dizer que houve uma lesão parcial. Caso não haja resistência, ele sofreu uma lesão total.
  4. Esse teste determina quanta pressão seu joelho lesionado aguenta antes de ficar instável. O médico vai afastar sua perna lesionada do corpo — a chamada abdução de quadril. [10] Em seguida, ele vai:
    • Estender sua perna ao mesmo tempo que a gira para fora e pressiona a parte externa do joelho para dentro. Isso vai mostrar quão bem o LCA está funcionando, uma vez que o movimento envolve somente o ligamento.
    • O médico vai flexionar sua perna lentamente, sempre fazendo pressão. Quando seu joelho estiver dobrado em 20 a 40°, ele vai examinar o osso da canela. Caso o osso se projete para frente, quer dizer que o LCA sofreu uma lesão parcial.
    • Em caso de lesão parcial, no qual a maioria do LCA esteja intacta nos dois feixes, o resultado do movimento (e do teste) vai ser negativo.
  5. Embora o LCA não apareça no raio-X, o médico pode buscar outros indícios claros de que ele sofreu uma lesão parcial. É necessário fazer uma radiografia dos dois joelhos para detectar sinais de fraturas, desalinhamento de estruturas ósseas, estreitamento dos espaços entre articulações etc. [12]
    • Todos esses exemplos estão associados a lesões parciais do LCA.
  6. Ao contrário do raio-X, a ressonância magnética ajuda o médico a examinar as estruturas de tecido mole no joelho (incluindo o LCA). Ele também vai examinar o menisco e outros ligamentos da área para confirmar que não há nada de errado.
    • Pode ser também que o médico peça uma imagens no plano coronal oblíquo se não souber a extensão da lesão. Junto à ressonância magnética, essa imagem dá uma visão melhor do joelho.
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Método 3
Método 3 de 3:

Tratando uma lesão parcial do LCA

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  1. Se o médico confirmar uma lesão parcial no LCA, ele provavelmente vai colocar um gesso ou uma joelheira na região enquanto ela se recupera. Por sorte, a maioria das lesões do tipo não exige cirurgia — mas você precisa proteger o joelho de novas lesões. O melhor jeito de fazer isso é estabilizar a área de acordo com as orientações do médico.
    • Pode ser também que o médico oriente você a usar muletas. Elas ajudam a diminuir a pressão e o peso no joelho enquanto ele se recupera.
  2. Seu joelho vai precisar do máximo de repouso enquanto estiver se recuperando. Por isso, não coloque nenhum peso nele. Sempre que possível, sente-se com a região elevada acima do quadril para ela começar a se recuperar.
    • Quando você for se deitar, eleve o joelho e a perna acima do coração e do peito.
  3. Você precisa colocar uma compressa fria na região do LCA todos os dias para controlar a dor e o inchaço causados pela lesão parcial. Na falta da compressa, embrulhe alguns cubos de gelo em uma toalha e ponha na região — sem contato direto com a sua pele. Conte de 15 a 20 minutos para sentir bem os efeitos. [14]
    • Sessões com menos de 15 minutos não ajudam tanto a controlar o inchaço e a dor, ao passo que sessões com mais de 20 minutos podem gerar queimaduras na sua pele.
  4. Se seu LCA estiver completamente lesionado — ou a lesão parcial for drástica —, você vai precisar fazer cirurgia no joelho. Nesse caso, prepare-se para substituir o ligamento através de um enxerto. O enxerto mais comum é o do tendão da patela ou do isquiotibial, embora também seja possível obter doações de outras pessoas.
    • Converse com o médico para saber qual é a melhor opção no seu caso.
  5. Converse com o médico sobre a ideia de fazer fisioterapia. Depois que seu joelho se recuperar, você vai ter que começar a reabilitá-lo para evitar que o problema volte a acontecer. Consulte um fisioterapeuta que ajude a aumentar sua amplitude de movimento e proponha exercícios de força e estabilidade. [12]
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Dicas

  • Para diminuir suas chances de sofrer uma lesão parcial no LCA, faça exercícios de musculação que restaurem a força do joelho.
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Avisos

  • Vá ao pronto-socorro imediatamente se você achar que sofreu uma lesão parcial ou total no LCA.
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Referências

  1. https://www.mdorthospecialists.com/blog/unsure-if-you-have-a-torn-acl
  2. Tjoumakaris FP, Donegan DJ, and Sekiya JK. Partial Tears of the Anterior Cruciate Ligament: Diagnosis and Treatment. Am J Orthop. 2011; 40(2):92-97.
  3. Duthon VB, Barea C, Abrassart S, Fasel JH, Fritschy D, Menetrey J. Anatomy of the anterior cruciate ligament. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2006; 14(3):204-213.
  4. Steckel H, Starman JS, Baums MH, Klinger HM, Schultz W, Fu FH. Anatomy of the anterior cruciate ligament double bundle structure: a macroscopic evaluation. Scand J Med Sci Sports. 2007;17(4):387-392.
  5. Tjoumakaris FP, Donegan DJ, and Sekiya JK. Partial Tears of the Anterior Cruciate Ligament: Diagnosis and Treatment. Am J Orthop. 2011; 40(2):92-97.
  6. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/acl-injury/basics/treatment/con-20030106
  7. https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/acl-injury-or-tear
  8. Tjoumakaris FP, Donegan DJ, and Sekiya JK. Partial Tears of the Anterior Cruciate Ligament: Diagnosis and Treatment. Am J Orthop. 2011; 40(2):92-97.
  9. Duthon VB, Barea C, Abrassart S, Fasel JH, Fritschy D, Menetrey J. Anatomy of the anterior cruciate ligament. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2006; 14(3):204-213.
  1. Steckel H, Starman JS, Baums MH, Klinger HM, Schultz W, Fu FH. Anatomy of the anterior cruciate ligament double bundle structure: a macroscopic evaluation. Scand J Med Sci Sports. 2007;17(4):387-392.
  2. Steckel H, Starman JS, Baums MH, Klinger HM, Schultz W, Fu FH. Anatomy of the anterior cruciate ligament double bundle structure: a macroscopic evaluation. Scand J Med Sci Sports. 2007;17(4):387-392.
  3. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/acl-injury/basics/treatment/con-20030106

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