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Escrever um roteiro para um curta-metragem, um filme ou uma série de TV é uma ótima forma de exercitar a criatividade. Comece com uma boa premissa e uma trama que coloque os seus personagens em aventuras transformadoras. Trabalhe duro e formate corretamente o texto. Em alguns meses, você terá um roteiro todinho seu!

Parte 1
Parte 1 de 5:

Criando um universo

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  1. Para bolar a ideia central do seu roteiro, comece se perguntando “E se?”. Busque inspiração no mundo em que você vive. Tente imaginar como a realidade seria afetada por um personagem ou acontecimento. Outra opção é partir de um tema mais amplo, como o amor, a família ou a amizade, para deixar o roteiro mais coeso. [1]
    • Por exemplo: “E se um adolescente viajasse no tempo e conhecesse os pais ainda jovens?” é a premissa central de De volta para o futuro , ao passo que Shrek se pergunta o que aconteceria se uma princesa fosse resgatada por um monstro em vez de um príncipe encantado.
    • Ande sempre com um caderninho para anotar as suas ideias.
  2. Os gêneros são importantes dispositivos narrativos que dizem aos leitores que tipo de história eles devem esperar. Preste atenção nos seus filmes e seriados favoritos e tente escrever um roteiro mais ou menos no mesmo estilo. [2]
    • Misture dois ou mais gêneros para criar uma obra única. Você pode, por exemplo, criar um faroeste no espaço ou um romance com elementos de horror.

    Escolhendo um gênero

    Caso goste de cenários faraônicos e explosões, que tal escrever um filme de ação ?

    Já se for mais chegado em assustar os outros, invista em um roteiro de horror .

    Arrisque uma drama ou uma comédia romântica se quiser contar a história de um relacionamento.

    A ficção científica , por sua vez, é perfeita para os fãs de efeitos especiais e para quem gosta de se perguntar o que vai acontecer no futuro.

  3. Lembre-se de que o cenário deve se encaixar bem na narrativa ou combinar com o tema do roteiro. Faça uma lista de, no mínimo, três ou quatro locais diferentes para as aventuras dos seus personagens. As mudanças de locação vão deixar o roteiro mais dinâmico. [3]
    • Caso um dos seus temas seja o isolamento, por exemplo, experimente usar uma casa abandonada como locação.
    • O gênero da história também vai influenciar a escolha do cenário. É praticamente impossível fazer uma aventura de faroeste em Nova York, por exemplo.
  4. O personagem principal precisa de um objetivo que ele deve tentar alcançar ao longo da história e de uma falha de caráter para se tornar um protagonista mais interessante. Faça dele um mentiroso ou um egoísta, por exemplo. Ao fim do roteiro, o personagem deve completar um arco e sofrer algum tipo de transformação. Pense bastante em que tipo de pessoa o seu protagonista vai ser no começo e em como os acontecimentos da história vão mudá-lo.
    • Não se esqueça de dar um nome memorável para o personagem!
  5. O antagonista serve para dificultar a vida do personagem principal. Ele deve ter uma personalidade parecida com a do protagonista, mas enxergar as coisas de um jeito diferente. Caso o seu herói queira salvar o mundo, por exemplo, crie um antagonista que ache que o mundo só pode ser salvo por meio da destruição. [4]
    • Em uma história de horror, o antagonista pode ser um monstro ou um assassino mascarado.
    • Já numa comédia romântica, o antagonista pode ser a pessoa que o personagem principal está tentando conquistar.
  6. Uma sinopse é um resuminho dos acontecimentos principais de um filme. Para escrever uma boa sinopse, seja bem descritivo. Assim, todo mundo vai ser capaz de entender a parte central da sua história. Não se esqueça de incluir o conflito da trama! [5]
    • O filme Um lugar silencioso poderia ser descrito da seguinte forma: “Uma família é atacada por monstros”. Porém, essa sinopse deixa todos os detalhes de fora. O ideal seria dizer: “Uma família precisa viver silenciosamente para não ser capturada por monstros com audição hipersensível”. Assim, todo mundo que ler a sinopse será capaz de entender os pontos centrais da história.
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Parte 2
Parte 2 de 5:

Fazendo um esboço

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  1. Escreva todos os acontecimentos a história em cartões individuais. Assim, você poderá reorganizá-los facilmente para descobrir o que funciona e o que não. Escreva todas as ideias que tiver, até mesmo as ruins. Você nunca sabe o que vai ficar melhor na versão final.
    • Você também pode anotar as ideias em um documento do Word ou instalar um software de edição de roteiros, como o WriterDuet ou o Final Draft, se não quiser usar cartões.
  2. Após anotar todas as suas ideias em cartõezinhos, distribua-as sobre a mesa ou o chão e coloque os acontecimentos em ordem cronológica dentro da história. Fique atento ao encadeamento da trama para ver se ela está fazendo sentido. Caso algum acontecimento pareça fora do lugar, separe os cartões referentes a ele e veja se consegue encaixá-los em outra parte da história. [6]
    • Coloque os acontecimentos futuros no começo da trama para fazer um filme complexo e cheio de reviravoltas, como A origem .
    DICA DE ESPECIALISTA

    "Como esboço, comece resumindo a trama do show ou filme, depois escreva uma descrição de cada ato. Finalmente, detalhe cada cena."

    Melessa Sargent

    Escritora
    Melessa Sargent é Presidente da Scriptwriters Network, uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais de entretenmento que ensinam sobre a arte e o negócio de escrever scripts para TV e novas mídias. A organização oferece um programa educacional amplo, desenvolvendo acesso e oportunidades através de alianças com profissionais da indústria e incentivando melhorias no ramo da escrita na indústria do entretenimento.
    Melessa Sargent
    Escritora
  3. Dê uma boa olhada no esboço e faça perguntas como: “Para que serve essa cena?” ou “Como essa cena faz a história avançar?”. Dê uma boa olhada nas cenas individuais e veja se elas realmente tem algum propósito ou se estão lá só para encher linguiça. Remova todas as partes que parecerem inúteis. [7]
    • Uma cena de um personagem fazendo compras, por exemplo, não acrescenta nada à história. Para a cena funcionar, o personagem deveria, por exemplo, encontrar alguém no mercado e conversar sobre algo relacionado ao ponto central da trama.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Melessa Sargent

    Escritora
    Melessa Sargent é Presidente da Scriptwriters Network, uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais de entretenmento que ensinam sobre a arte e o negócio de escrever scripts para TV e novas mídias. A organização oferece um programa educacional amplo, desenvolvendo acesso e oportunidades através de alianças com profissionais da indústria e incentivando melhorias no ramo da escrita na indústria do entretenimento.
    Melessa Sargent
    Escritora

    Pense sobre quantos atos você quer incluir. Melessa Sargent, Presidente da Screenwriters Network, diz: "Um roteiro para TV deve ter cinco atos caso seja destinado a uma rede com comerciais, como Globo, Record e SBT. Um roteiro sem comerciais, como Netflix ou Amazon, deve ser dividido em três atos. Nesse caso, inclui-se um teaser, que é considerado o primeiro ato. Roteiros para longa-metragens normalmente são divididos em três atos."

  4. Toda história deve ser separada em três atos: apresentação, confronto e resolução. A apresentação, ou o primeiro ato, começa no comecinho e termina quando o protagonista faz uma escolha que muda a vida dele para sempre. Durante o confronto, ou o segundo ato, o protagonista tenta alcançar um objetivo e entra em contato com o antagonista, o que leva ao clímax da história. A resolução, ou o terceiro ato, serve para mostrar o que aconteceu depois do clímax. [8]

    Dica: Os atos dos seriados televisivos costumam terminar logo antes dos comerciais. Assista a séries com roteiros parecidos com o que você está escrevendo e preste atenção no que acontece imediatamente antes dos intervalos.

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Parte 3
Parte 3 de 5:

Formatando o roteiro

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  1. Insira o título em caixa alta bem no centro da página e pule uma linha. Em seguida, escreva “um roteiro de”. Pule mais uma linha e escreva o seu nome. Insira as suas informações de contato, como o seu e-mail e o seu telefone, na margem inferior esquerda. [9]
    • Caso o roteiro seja baseado em outro filme ou em alguma outra história, inclua “Baseado na história de” e o nome dos autores originais na capa.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Melessa Sargent

    Escritora
    Melessa Sargent é Presidente da Scriptwriters Network, uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais de entretenmento que ensinam sobre a arte e o negócio de escrever scripts para TV e novas mídias. A organização oferece um programa educacional amplo, desenvolvendo acesso e oportunidades através de alianças com profissionais da indústria e incentivando melhorias no ramo da escrita na indústria do entretenimento.
    Melessa Sargent
    Escritora

    Tente usar um programa de escrita de roteiros para facilitar a formatação do seu texto. Melessa Sargent, Presidente da Screenwriters Network, diz: "Um software de escrita ajuda muito, especialmente se você nunca trabalhou com esse gênero antes. Recomendamos o Final Draft porque é um programa sempre atualizado e com ótimo atendimento ao usuário. A equipe responsável pelo Final Draft também é muito respeitada na indústria."

  2. As fontes padrão para roteiros são as variações da família Courier, que deixam o texto bem mais fácil de ler. Coloque a fonte em 12 pontos. O tamanho é considerado padrão pela indústria cinematográfica e é o mais usado por outros roteiristas. [10]
    • Vá com calma na hora de usar elementos como negrito ou sublinhado para não distrair o leitor.

    Dica: os softwares de edição de roteiros, como o Celtx, o Final Draft e o WriterDuet, formatam o texto automaticamente, de forma que você não precisa se preocupar em mudar nada.

  3. Os cabeçalhos devem ficar alinhados à esquerda, a 4 cm da margem. O texto deve ser escrito em caixa alta para ficar bem visível. Escreva INT. ou EXT. para que o leitor saiba se a cena se passa em um espaço interno ou externo. Em seguida, insira o nome do local e a hora do dia em que a cena está se desenrolando. [11]
    • Um cabeçalho deve ficar mais ou menos assim: INT. SALA DE AULA - DIA.
    • Os cabeçalhos devem ocupar apenas uma linha.
    • Caso queira especificar um cômodo dentro de uma locação, escreva o cabeçalho da seguinte forma: INT. CASA DE JOÃO - COZINHA - DIA.
  4. Os blocos de texto devem ficar alinhados à esquerda e ser redigidos em frases simples que descrevam as ações dos personagens e deem uma boa ideia do que está acontecendo. Mantenha o texto curto e direto para não assustar o leitor. [12]
    • Evite dizer o que os personagens estão pensando. No geral, o roteirista não deve incluir no texto nada que não possa ser mostrado na tela. Logo, em vez de dizer: “João pensa em puxar a alavanca, mas não tem certeza de que deveria”, escreva algo como: “A mão de João treme perto da alavanca. Ele range os dentes e franze o cenho.”
    • Ao apresentar um personagem pela primeira vez, escreva o nome dele em caixa alta. Das próximas vezes que mencioná-lo, escreva normalmente.
  5. Quando um personagem for começar a falar, ajuste a margem para 10 cm com relação ao lado esquerdo da página. Insira o nome do personagem em caixa alta para que o leitor e o ator consigam identificar facilmente a fala. Ao escrever o diálogo, centralize-o a 7 cm da margem esquerda. [13]
    • Para explicitar como um personagem está se sentindo, insira uma rubrica entre parênteses logo após o nome do personagem. Diga, por exemplo, que ele está (animado) ou (tenso). A rubrica deve ficar a 8 cm da margem esquerda da página.
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Parte 4
Parte 4 de 5:

Escrevendo a primeira versão

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  1. Escolha uma data entre oito e 12 semanas após o dia em que você começou a escrever. Esse prazo costuma ser o mais usado pela indústria cinematográfica. Marque o dia em que o roteiro deve ficar pronto em um calendário ou no celular para que você não se esqueça de que tem um trabalho a fazer. [14]
    • Conte para os outros que está escrevendo um roteiro e peça para eles cobrarem você.
  2. Na primeira versão, o objetivo é colocar no papel tudo que vier à cabeça, acompanhando de perto o esboço inicial. Não se preocupe com a gramática nem com errinhos de digitação. O importante é escrever. Tente completar entre uma e duas páginas por dia para finalizar o roteiro em 60 a 90 dias. [15]
    • Escolha um horário fixo para escrever todos os dias. Assim, você corre menos risco de se distrair.
    • Desligue o celular e a internet para se concentrar totalmente no roteiro.
    DICA DE ESPECIALISTA

    "Roteiros de longas têm entre 95 e 110 páginas. Shows de TV de meia hora têm roteiros de 30-35 páginas, enquanto os de uma, 60-65 páginas."

    Melessa Sargent

    Escritora
    Melessa Sargent é Presidente da Scriptwriters Network, uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais de entretenmento que ensinam sobre a arte e o negócio de escrever scripts para TV e novas mídias. A organização oferece um programa educacional amplo, desenvolvendo acesso e oportunidades através de alianças com profissionais da indústria e incentivando melhorias no ramo da escrita na indústria do entretenimento.
    Melessa Sargent
    Escritora
  3. Sempre que escrever uma fala de um personagem, leia-a em voz alta. Veja se as palavras estão fluindo e se o diálogo não está confuso. Caso esbarre em algum trecho mais problemático, sublinhe-o ou realce-o e deixe para revisá-lo na edição. [16]
    • Cada personagem deve ter um jeito de falar bem distinto. Do contrário, os leitores vão ter dificuldade para saber quem é quem durante os diálogos.
  4. Cada página equivale a mais ou menos um minuto de filme. Os filmes convencionais costumam ter entre uma hora e meia e duas horas e, portanto, têm roteiros que variam entre 90 a 120 páginas.
    • Caso esteja escrevendo um roteiro para a TV, tente alcançar entre 30 e 40 páginas para uma sitcom de meia hora ou 60 a 70 páginas para um drama de uma hora.
    • Um curta-metragem deve ter um roteiro com dez páginas ou menos.
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Parte 5
Parte 5 de 5:

Revisando o roteiro

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  1. Você já vai ter passado tempo demais trabalhando no seu roteiro. Salve o arquivo e tire algumas semaninhas para pensar em outra coisa. Assim, quando você voltar ao texto para editá-lo, será como se você o estivesse lendo pela primeira vez. [17]
    • Comece a trabalhar em outro roteiro nesse meio tempo se tiver alguma outra ideia que queira desenvolver.
  2. Abra o roteiro e leia-o do começo ao fim. Fique atento a partes confusas ou em que os personagens façam coisas que não ajudem a história a avançar. Tome nota desses pedaços à mão para se lembrar bem deles mais tarde. [18]
    • Experimente ler o roteiro em voz alta, como se estivesse atuando. Diga as falas do jeito que você acha que elas devem ser ditas. Assim, você conseguirá ver mais facilmente quais trechos e diálogos não estão bons.

    Dicas: Imprima o roteiro, se puder, para fazer suas anotações diretamente nas folhas.

  3. Peça para a sua mãe, o seu pai ou um amigo dar uma lida no seu roteiro e dizer que acha. Explique exatamente o tipo de retorno que você quer para que eles saibam no que prestar atenção. Quando eles terminarem de ler, pergunte se acharam que alguma parte da trama não está fazendo sentido. [19]
  4. Comece editando a história e os personagens para resolver os problemas maiores. A cada releitura, vá tornando as suas edições mais específicas, arrumando desde os diálogos e as sequências mais confusas até os errinhos de gramática e digitação.
    • Abra um documento novo para cada versão do roteiro. Assim, você poderá copiar e colar partes boas do arquivo antigo no novo.
    • Não fique procurando pelo em ovo. Do contrário, você nunca vai conseguir terminar o seu roteiro.
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Dicas

  • Não existem regras fixas a respeito de como escrever um roteiro. Caso ache que a sua história deva ser contada de outra forma, experimente!
  • Leia os roteiros dos seus filmes preferidos para ver como eles são escritos. Basta fazer uma busca rápida para encontrar vários roteiros em PDF na internet.
  • Leia livros como Manual de roteiro , de Syd Field, ou Manual de roteiro: ou Manuel, o primo pobre dos manuais de cinema e TV , de Leandro Saraiva e Newton Cannito, para buscar inspiração e aprender mais a respeito de como formatar as suas histórias.
  • As peças de teatro e os documentários têm roteiros um pouco diferentes dos usados para filmes e seriados de ficção.
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