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A síndrome do intestino irritável (SII) é uma condição médica que afeta o intestino grosso (cólon) e provoca dores abdominais, inchaço, gases, cólicas, prisão de ventre e diarreia. Embora tais sintomas sejam desconfortáveis, a SII não causa nenhum dano permanente ao cólon. A diarreia é um dos sintomas mais desagradáveis da síndrome, mas você poderá controlá-la se modificar sua dieta e estilo de vida e fizer uso dos medicamentos apropriados.

Método 1
Método 1 de 4:

Realizando mudanças na alimentação e no estilo de vida

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  1. A diarreia é resultado do excesso de água no intestino grosso, o que que ocorre quando os alimentos líquidos não digeridos atravessam o intestino delgado e o cólon muito rapidamente, impedindo que a água em excesso seja absorvido pela corrente sanguínea. As fibras solúveis funcionam como uma esponja e absorvem esses excessos no intestino, tornando as fezes mais firmes. [1]
    • Tente incluir pelo menos uma porção de algum alimento rico em fibras em cada refeição principal do dia.
    • Os alimentos ricos em fibras solúveis incluem: maçã, feijão, frutas vermelhas, figo, kiwi, legumes, manga, aveia, pêssego, ervilha, ameixa e batata doce.
  2. Evite o consumo da cafeína, ela estimula o sistema gastrointestinal, provocando fortes contrações e uma maior movimentação intestinal. Além disso, a cafeína apresenta um efeito diurético e pode agravar a desidratação causada pela diarreia. [2]
    • Opte por versões descafeinadas das suas bebidas favoritas, como café, chás e refrigerantes.
    • Beba bastante água para compensar a perda de líquidos causada pela diarreia — tente consumir de oito a dez copos por dia.
  3. Como as células intestinais absorvem o álcool, a toxicidade da substância faz com que elas percam a capacidade de absorver água. Isso ocorre porque o álcool reduz a movimentação do aparelho digestivo. [3]
    • Quando o intestino não absorve líquido suficiente para misturar com os alimentos, o excesso de água é deixado no cólon, levando à diarreia. Elimine completamente o álcool da sua dieta e observe se a SII melhora.
    • Caso ainda queira consumir alguma bebida alcoólica, opte por uma pequena taça de vinho tinto em vez de cervejas ou bebidas destiladas.
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    Considere seguir uma dieta livre de glúten. Seu médico pode recomendá-la como tratamento. A fibra insolúvel encontrada no glúten — que está no centeio, no trigo e na cevada — pode piorar os sintomas de síndrome do intestino irritável [4] . Por isso, uma dieta livre de glúten pode trazer muitos benefícios.
  5. Algumas pessoas têm dificuldade para absorver gorduras, e isso pode fazer com que o intestino delgado e o cólon eliminem mais líquidos do que o normal, causando a diarreia. [5]
    • Normalmente, o intestino grosso absorve a água dos alimentos líquidos não digeridos para poder tornar as fezes mais firmes. No entanto, caso o intestino delgado e o cólon eliminem mais água do que o normal, o último não conseguirá absorver todo o líquido dos alimentos não digeridos, causando diarreia.
    • Evite quaisquer alimentos gordurosos, como frituras, manteiga, bolos, queijos e outras comidas semelhantes.
  6. Os substitutos do açúcar, como o sorbitol, podem causar diarreia porque apresentam efeitos laxativos. [6]
    • O efeito laxativo do sorbitol ocorre porque a substância extrai água para o intestino grosso, estimulando o funcionamento intestinal.
    • Os adoçantes artificiais são muito utilizados em alimentos processados, como refrigerantes, bolos, biscoitos, refrescos em pó, enlatados, doces, balas, pudins, geleias e laticínios. Leia sempre o rótulo dos produtos antes de consumi-los.
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Método 2
Método 2 de 4:

Fazendo uso de medicamentos

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  1. O cloridato de loperamida é um remédio comumente recomendado para tratar a diarreia associada à síndrome do intestino irritável. Ele atua diminuindo as contrações musculares do intestino, reduzindo assim a velocidade com que o alimento atravessa o sistema digestivo. Isso propicia mais tempo para que as fezes endureçam e se solidifiquem.
    • Alguns medicamentos, incluindo a loperamida, também podem aumentar a pressão do canal retal, prevenindo possíveis vazamentos.
    • A dosagem inicial recomendada é de quatro miligramas de loperamida, além de dois miligramas adicionais após cada evacuação líquida, mas você nunca deve tomar mais de 16 miligramas a cada 24 horas.
  2. Esse é um grupo de medicamentos que controlam os espasmos intestinais, reduzindo a diarreia. Os dois principais tipos de medicamentos antiespasmódicos apresentam níveis de eficácia semelhantes no tratamento da diarreia causada pela síndrome do intestino irritável. [7]
    • Anticolinérgicos: Também chamados de antimuscarínicos, bloqueiam a atividade da acetilcolina (um neurotransmissor cuja função é estimular a contração dos músculos do estômago). O bloqueio permite que os músculos relaxem, aliviando os sintomas de cólicas musculares abdominais. Uma das drogas anticolinérgicas mais comumente usadas é a hiosciamina. Em adultos, a dose ideal recomendada é de dez miligramas do medicamento administrados três a quatro vezes por dia.
    • Relaxantes do músculos liso: Esses medicamentos atuam diretamente no músculo liso da parede intestinal, permitindo que ele relaxe e, portanto, aliviando a dor e prevenindo a diarreia. Um dos relaxantes para músculo liso mais utilizados é o citrato de alverina. A dose recomendada para adultos é de 60 a 120 miligramas, de uma a três vezes por dia.
    • Caso a diarreia não melhore com um dos tipos de antiespasmódico, tente o outro.
  3. Os analgésicos podem ser utilizados para aliviar as dores associadas às cólicas musculares abdominais, porque funcionam bloqueando o envio dos sinais de dor ao cérebro. Quando o sinal de dor não chega ao cérebro, a dor não pode ser interpretada ou sentida.
    • Analgésicos simples: os analgésicos simples não precisam de prescrição médica e podem aliviar dores leves a moderadas. Um exemplo é o paracetamol, também chamado de acetaminofeno. As doses recomendáveis de analgésicos simples variam de acordo com a faixa etária do paciente, mas para adultos o ideal são 500 miligramas a cada quatro a seis horas.
    • Analgésicos fortes: geralmente, os analgésicos mais fortes exigem prescrição médica e são utilizados no tratamento de dores moderadas a intensas. Os exemplos incluem a codeína e o tramadol. Lembre-se de seguir todas as recomendações médicas ao tomar analgésicos prescritos, já que essas substâncias podem causar dependência.
  4. Em alguns casos, os medicamentos antidepressivos podem ser utilizados no tratamento do problema porque bloqueiam a comunicação entre o trato gastrointestinal e o cérebro, reduzindo a hipersensibilidade visceral (a sensibilidade exagerada dos nervos do trato gastrointestinal).
    • Os antidepressivo tricíclicos (ADTs) e os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) são os grupos de medicamentos mais comumente prescritos para a síndrome do intestino irritável.
    • Converse com seu médico sobre as recomendações de dosagem, já que as doses ideais desses medicamentos variam de acordo com o fabricante.
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Método 3
Método 3 de 4:

Controlando o estresse

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  1. Sentir-se preocupado, ansioso, sobrecarregado ou tenso estimula os espasmos do cólon nas pessoas que sofrem com a síndrome do intestino irritável. As contrações do intestino grosso são controladas por vários nervos conectados ao cérebro, portanto, os altos níveis de estresse podem contribuir para o desconforto abdominal, cólicas e diarreia. [8]
    • Identifique as fontes do estresse. Comece entendendo o que causa o problema para poder evitá-lo. Na SII, até mesmo níveis leves de estresse e ansiedade podem causar irritação no cólon.
    • Assumir mais responsabilidades do que conseguimos suportar provoca um aumento nos níveis de estresse, portanto, conheça seus limites e aprenda a dizer não quando for necessário.
    • Encontrar meios de expressar os sentimentos pode ajudar a aliviar o estresse. Conversar com amigos, familiares e entes queridos de mente aberta sobre quaisquer questões ou problemas que você esteja enfrentando poderá ajudá-lo a reduzir o estresse acumulado.
    • Aprender habilidades eficazes de gestão de tempo também poderá ser um bom meio de prevenir o estresse desnecessário.
  2. A técnica vem apresentando um efeito positivo considerável nos pacientes com síndrome do intestino irritável. Esse tipo de hipnoterapia é aplicado em sete a doze sessões dirigidas ao trato gastrointestinal, em um protocolo desenvolvido inicialmente pelo médico e pesquisador inglês Peter Whorwell. [9] As sessões iniciam com o paciente relaxando e entrando em estado hipnótico. Em seguida, ele recebe sugestões específicas sobre o funcionamento do próprio gastrointestinal. A fase final da sessão de hipnose inclui visualizações que aumentam a sensação de confiança e bem-estar do paciente. [10]
    • Embora o procedimento venha apresentando resultados positivos, ainda há poucas evidências médicas que comprovem sua eficácia.
    • A hipnoterapia poderá funcionar em pacientes que não respondam a outras formas mais tradicionais de tratamento.
  3. A terapia psicodinâmica interpessoal oferece uma discussão detalhada a respeito dos sintomas e do estado emocional do paciente, e ele e o terapeuta explorarão juntos as conexões presentes entre os sintomas e quaisquer possíveis conflitos emocionais. Um dos objetivos dessa terapia é identificar e solucionar problemas de conflitos interpessoais que resultem no aumento do estresse e afetem negativamente a síndrome do intestino irritável. [11]
    • A terapia psicodinâmica interpessoal é mais comum no Reino Unido, onde as pesquisas de campo vêm confirmando uma ligação entre essa técnica e o alívio dos sintomas da SII.
    • Normalmente, essa terapia é uma opção de tratamento a longo prazo. Pesquisas demostram que os benefícios levam, pelo menos, dez sessões regulares de uma hora, agendadas ao longo de três meses, para aparecer.
  4. Estudos demonstram que os pacientes que usam a TCC para aprender estratégias comportamentais de controle do estresse apresentam uma melhora significativamente maior do que a dos pacientes tratados apenas com medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental combina atividades de relaxamento com exercícios cognitivos para alterar os sistemas de crenças e os agentes estressores interpessoais [12] .
    • Os pacientes aprendem a reconhecer os próprios padrões de comportamentos e reações inadequadas em diversas circunstâncias. Por exemplo, uma pessoa com SII pode acreditar que sua situação "nunca vai mudar", o que a leva a sentir ainda mais estresse e ansiedade. Na TCC, o paciente aprende a admitir a existência desse pensamento e a substituí-lo por outra crença mais positiva.
    • Essa técnica de terapia é tipicamente administrada em dez a doze sessões individuais, mas também pode ser realizada em grupo.
  5. Além disso, novos estudos científicos sugerem que o exercício físico pode auxiliar o processo digestivo. Ele aumenta a motilidade do cólon (ou seja, a passagem de resíduos e de outras secreções), o tempo de duração necessário para tal passagem e a transitividade dos gases intestinais. [13]
    • Adicione pelo menos três treinos de 20 a 60 minutos de duração na rotina semanal, com exercícios intensos a moderados. As opções incluem caminhada, ciclismo, corrida, natação ou trilhas.
    • Caso esteja levando uma vida sedentária, comece devagar. Encontre um companheiro de academia ou entre em um grupo de exercícios. Compartilhe seus objetivos de treino nas redes sociais, onde você poderá receber apoio e incentivo.
    • A atividade física auxilia no desenvolvimento da autoconfiança, reduzindo o estresse.
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Método 4
Método 4 de 4:

Compreendendo a SII e a diarreia

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  1. Ela é uma desordem que afeta o intestino grosso e costuma provocar dores abdominais, inchaço, gases, cólicas, prisão de ventre e diarreia. [14]
    • Os pacientes também podem apresentar um aumento da sensibilidade dos nervos do trato gastrointestinal (hipersensibilidade visceral). Essa condição poderá surgir após uma infecção gastrointestinal ou uma cirurgia que lesione ou danifique os nervos do intestino.
    • Isso resulta em uma menor tolerância às sensações intestinais, causando dor ou desconforto. Até mesmo a ingestão de pequenas quantidades de alimentos pode sobrecarregar o intestino e gerar desconforto.
    • Felizmente, ao contrário de outras doenças intestinais mais graves, a síndrome do intestino irritável não causa inflamações ou alterações no tecido intestinal. Em muitos casos, as pessoas que sofrem com a SII podem lidar com a doença controlando a alimentação, o estilo de vida e o estresse.
  2. Embora o sinal mais comum da condição seja a diarreia, a SII pode ser caracterizada por vários outros sintomas, que variam muito de pessoa para pessoa. Além disso, esses sinais podem desaparecer por completo durante algum tempo e retornarem depois com maior intensidade. [15]
    • Dor abdominal: a dor ou desconforto na região abdominal é uma das principais características clínicas da SII. A intensidade da dor pode variar bastante: desde leve o suficiente para ser ignorada até debilitante o bastante para interferir com as atividades diárias. O desconforto abdominal costuma surgir em episódios, na forma de cólicas ou de uma dor persistente.
    • Alteração dos hábitos intestinais: Esse é o sintoma mais consistente em pacientes com SII. O padrão mais comum é a prisão de ventre alternada com a diarreia.
    • Distensão e flatulência: Os pacientes se queixam com frequência desses sintomas desagradáveis, causados pelo aumento de gases.
    • Sintomas no trato gastrointestinal superior: azia, náuseas, vômitos e indigestão são sintomas relatados por 25% a 50% dos pacientes com SII.
    • Diarreia: Geralmente, a diarreia surge entre episódios de prisão de ventre (que podem durar desde algumas semanas a até alguns meses), mas ela também pode ser um sintoma predominante da condição. As fezes podem conter uma grande quantidade de muco, mas jamais apresentam vestígios de sangue (a menos que o paciente sofra com hemorroidas). Além disso, a diarreia noturna não ocorre em pacientes com SII.
  3. Ela pode ser um sintoma de várias outras condições além da síndrome do intestino irritável. Exclua todas as causas possíveis associadas ao problema antes de diagnosticar a SII, porque você precisará de um diagnóstico apropriado para poder receber o tratamento adequado. [16]
    • A causa mais comum da diarreia é a presença de um agente infeccioso, como a salmonella ou a shigella, que são formas de intoxicação alimentar. No entanto, essas infecções costumam vir acompanhadas de febre.
    • O hipertireoidismo, a síndrome de má absorção, a intolerância à lactose e a doença celíaca são outras condições que podem causar diarreia crônica.
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