Este artigo foi coescrito por Lena Dicken, Psy.D
. A Dra. Lena Dicken é Psicóloga Clínica em Santa Monica, California. Com mais de oito anos de experiência, a Dra. Dicken é especialista em terapias para tratar ansiedade, depressão, períodos de transição na vida e dificuldades de relacionamento. Utiliza uma abordagem integrada que combina Psicodinâmica, Terapia Cognitivo Comportamental e técnicas de Mindfulness. A Dra. Dicken é formada em Medicina Integrada pela University of Hawaii em Manoa, é Mestra em Psicologia Terapêutica pela Argosy University Los Angeles e é Doutora em Psicologia Clínica pela Chicago School of Professional Psychology em Westwood. O trabalho da Dra. Dicken já foi destaque em GOOP, The Chalkboard Magazine e em inúmeros artigos e podcasts. É Psicóloga Licenciada no estado da Califórnia.
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Por que parece ser tão complicado parar de pensar em um ex-companheiro que abusava de você? Mesmo após tomar a decisão de terminar a relação, o trauma psicológico que acompanha a violência praticada contra você pode criar raízes profundas. [1] X Fonte de pesquisa Felizmente, você já teve a força de largar a pessoa, ou seja, a vontade para seguir em frente está em algum lugar de seu interior, mas de qualquer forma, não é preciso percorrer essa jornada sozinha. Leia este artigo para saber como se livrar das amarras de um relacionamento tóxico e parar de pensar em um indivíduo abusivo.
Passos
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Você não está sozinha nessa luta; muitas pessoas têm dificuldade em tirar um ex-parceiro abusivo da cabeça. Abandonar relacionamentos faz com que, naturalmente, os seres humanos passem por um intenso período de luto. Porém, ao tomar a decisão corajosa de se distanciar de alguém que é nocivo, você vai sofrer sentimentos normais de perda, ao mesmo tempo que tentará recuperar sua própria identidade. Esses indivíduos vão te moldar para que você acredite que a perspectiva e a experiência deles importa mais do que qualquer coisa. [2] X Fonte de pesquisa É natural que, após quebrar um ciclo vicioso, você tenha que lutar para validar sua própria importância.
- Como o ex provavelmente era manipulativo e tomava as decisões por você, é comum sentir que perdeu sua autoconfiança. Ansiedade e incerteza sobre ter que assumir as rédeas da sua vida outra vez serão normais.
- Pense em quem você era e como se sentia antes de começar a sofrer o abuso. Essa pessoa não sumiu e a violação não define quem você é. [3] X Fonte de pesquisa
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Dê a si mesma tempo para passar pelo luto e processar o que ocorreu. Depois de abandonar um parceiro que a agredia, é normal sentir, primeiro, negação, e depois mágoa, vergonha e medo. Felizmente, pessoas que já estiveram em seu lugar podem dizer que são emoções que não duram para sempre. Sim, o abuso pode impactar sua capacidade em confiar em seus próprios sentimentos, mas a mágoa enfrentada é válida. Não é algo que está em sua cabeça; você não mereceu o companheiro tóxico e nem causou que ele tivesse esse comportamento. [4] X Fonte de pesquisa
- Passe para um diário todos os seus sentimentos. Você pode fazer uma pergunta, como “Como me sinto hoje?” ou “Que tipo de vida eu quero ter?”
- Expulse emoções fortes realizando exercícios, chorando e até gritando, se você considerar que é o certo.
- Entre em um grupo de suporte ou converse com amigos e parentes sobre seus sentimentos.
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É normal sentir falta do ex, mas você tomou a decisão em abandoná-lo. Muitas pessoas, ao relembrarem namoros ou casamentos, acabam encarando esses períodos com nostalgia, mas pergunte a si própria: “Era uma relação saudável? Ou eu simplesmente estava presa ao ex?” Depois, faça uma lista com todos esses motivos e os objetivos que possui em seu futuro.
- Por exemplo: você sentia que pisava em ovos sempre que estava ao lado do ex? Parecia que não poderia ser quem você é de verdade?
- Sempre que perceber que está sentindo a falta desse sujeito ou pensando em voltar para ele, analise como essas reflexões melhoram sua vida. “Será que pensar dessa maneira não está atrasando minha vida?” [5] X Fonte de pesquisa
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Sofrer qualquer tipo de abuso nunca é culpa da vítima. Sempre que começar a se sentir culpada, pergunte se você faria isso com um ente querido ou uma amiga na mesma situação. Pensamentos como “Se eu fosse uma pessoa mais amorosa...” ou “Se eu tivesse feito as coisas de outra forma...” são comuns, mas não representam a realidade. Você não fez nada de errado e a única pessoa culpada pelo abuso é o abusador. Faça as seguintes perguntas assim que notar que está se culpando pelo fim do relacionamento: [6] X Fonte de pesquisa
- “Quais provas tenho para embasar que a culpa foi minha?”
- “Quais provas tenho para rebater o pensamento de que tive culpa?”
- “Acreditar nisso vem de outra pessoa ou de fatos?”
- “Há outro pensamento que pode estar mais correto?”
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Seu futuro está cheio de esperança e você pode treinar seus pensamentos para que também tenham essa direção otimista. Reconheça que está raciocinando de maneira prejudicial e analise se você usa palavras como “sempre”, “nunca”, “deveria” ou “preciso”, que podem indicar que você está sendo muito rígida com si própria. Transforme esses pensamentos em uma frase de incentivo, lembrando-se de que você merece amor e tem um futuro incrível pela sua frente. [7] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte
- Algo intrusivo, como “Ele tinha razão. Eu não consigo fazer nada sozinha” pode ser transformado em uma afirmação: “Sou capaz de mais do que eu penso, mesmo se ainda tenho espaço para crescer.”
- Tente desafiar raciocínios pessimistas com um mantra positivo, como “Eu sou uma pessoa gentil e forte, e mereço respeito”.
- Concentre-se no que você aprendeu no passado e não no que faria de diferente. Por exemplo: “A partir de agora, não vou deixar ninguém me fazer sentir que não sou uma boa parceira.”
- Celebre mudanças positivas em sua vida fazendo declarações como “Eu separei um tempo apenas para mim, hoje, e preciso fazer as coisas que amo”.
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Não ter mais vínculos com o abusador tira uma parte do poder que ele possuía sobre você. É comum que esses indivíduos tentem fazer as pazes com pedidos de perdão e presentes, mas ao menos que o ex prometa procurar tratamento e fazer terapia, será muito difícil que o comportamento dele melhore. Permita a si própria ter um pouco de espaço para se recuperar e bloqueie essa pessoa no Whats e nas redes sociais. [8] X Fonte de pesquisa Também é recomendado apagar fotos antigas com ele, além de guardar ou doar objetos que tragam lembranças.
- Se for necessário manter contato com um indivíduo tóxico devido aos filhos, procure ter um terceiro o acompanhando, como uma amiga do peito, quando for se encontrar com o ex.
- Caso vocês precisem entrar em acordo pela guarda compartilhada, fale com seu advogado para saber quais são os seus direitos. [9] X Fonte de pesquisa
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Você precisa se sentir segura para que consiga parar de pensar em um ex que era nocivo. Tanto em abusos físicos quanto emocionais, você pode recorrer a meios judiciais e pedir uma medida protetiva. [10] X Fonte Confiável WomensLaw.org Ir à fonte Para ficar em segurança no trabalho, faculdade ou escola, fale com a diretoria e informe que o ex não pode entrar no lugar. Em casos extremos, a melhor opção pode ser mudar de cidade para começar “do zero” novamente. [11] X Fonte de pesquisaPublicidade
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Você não está sozinha, e outras pessoas podem te ajudar a se levantar de novo! O abuso pode fazer levar a uma destruição do seu senso de independência e de integridade, principalmente se o indivíduo a isolava de amigos e familiares. Ao se reaproximar deles, você poderá voltar a desenvolver esse sistema de suporte, que é importante e que você merece; quando se sentir sozinha, ligue para uma amiga ou fale com alguém que gostaria de conhecer melhor. [12] X Fonte Confiável HelpGuide Ir à fonte
- Caso sinta que não tem com quem conversar, você pode procurar recursos on-line para vítimas e sobreviventes de abuso, como o Dissipe e se Liberte , para mulheres e meninas que sofreram violência sexual, o Mapa do Acolhimento , para mulheres cis, trans e travestis, de baixa renda e a partir de 18 anos, a rede Mete a Colher , para mulheres que sofreram abusos de seus parceiros, e a Memórias Masculinas , voltada para homens que sofreram violação sexual.
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Desenvolver estabilidade em sua vida o ajudará a se “descolar” de um ex tóxico. É normal se sentir “sem chão” após o término de um relacionamento. Voltar a focar no bem-estar de seu corpo e de sua saúde pode dar uma sensação de controle e melhorar a autoconfiança; comece dormindo pelo tempo necessário todos os dias e retome as atividades físicas. Defina um horário para acordar e ir dormir todos os dias, além de fazer ao menos meia hora de exercícios diários. [13] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte
- Adote uma alimentação saudável, com frutas e legumes frescos, diminuindo a ingestão de alimentos processados.
- Faça atividades que exijam atenção plena, como meditação ou exercícios respiratórios.
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Reconecte-se com o que você ama para reconstruir sua autoestima. Quais os hobbies que você mais gostava de antes do relacionamento? Há algo que gostaria de experimentar? Aproveite essa chance de se inventar outra vez, seja através do voluntariado em sua comunidade ou de aprender mais sobre a culinária vegetariana, e explore novas oportunidades para crescer. [14] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte Não sabe bem onde começar? Veja as ideias abaixo:
- Adote um estilo de vida ativo e dê uma “injeção” em sua autoconfiança aprendendo algo novo, como artes marciais, dança ou yoga, por exemplo. [15] X Fonte de pesquisa
- Expresse suas emoções e exercite sua criatividade com a fotografia, a pintura e a escrita.
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Aguardar um pouco antes de voltar a procurar um novo amor pode ajudar a formar relações mais saudáveis no futuro. As situações de abuso e de término com uma pessoa próxima não são processadas de um dia para o outro; já “pular” para um novo relacionamento pode dificultar com que consiga ter um “fechamento” com o ex. Pare e analise os seus sentimentos, identificando o que precisa em uma relação futura e em seu parceiro. [16] X Fonte de pesquisa
- Aprenda quais são os sinais de uma união sadia , que incluem respeito, confiança, honestidade e empatia.
- Ao sair com alguém ainda relativamente desconhecido, é importante confiar em seus instintos. Você não deve se sentir desconfortável ou sob pressão em qualquer relação feliz.
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Um profissional da saúde capacitado para combater problemas emocionais poderá ajudar na recuperação. Não há nada de errado em procurar apoio especializado, e tenha certeza: há muitas pessoas que podem e querem te auxiliar na recuperação. Se quiser, consulte um clínico geral para obter uma boa indicação de um psicólogo ou terapeuta; caso tenha convênio médico, verifique se há algum profissional especializado em tratamento de vítimas de abuso.
- Muitos profissionais da área dão uma consulta inicial gratuita, de modo que você possa avaliar se ficou confortável em discutir o assunto com ele e sentiu firmeza e segurança no especialista.
- Caso não possa pagar a terapia, acesse este artigo , do g1, para se informar sobre o local mais próximo para buscar tratamento gratuito ou por valor reduzido.
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Referências
- ↑ https://www.ingentaconnect.com/content/springer/vav/1999/00000014/00000001/art00004
- ↑ https://trauma-vancouver.com/2016/09/03/abusive-relationship/
- ↑ https://www.loveisrespect.org/resources/why-am-i-struggling-to-move-on-after-abuse/
- ↑ https://twsh.org/wp-content/uploads/2015/08/Stages-of-Leaving-an-Abusive-Relationship.pdf
- ↑ https://www.rewire.org/romanticizing-past-relationships-ruin/
- ↑ https://www.genesisshelter.org/shame-domestic-violence/
- ↑ https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/adult-health/in-depth/self-esteem/art-20045374
- ↑ https://twsh.org/wp-content/uploads/2015/08/Stages-of-Leaving-an-Abusive-Relationship.pdf
- ↑ https://www.courts.ca.gov/1189.htm
- ↑ https://www.womenslaw.org/laws/ca/restraining-orders/domestic-violence-restraining-orders/steps-getting-dvro
- ↑ https://www.loveisrespect.org/resources/why-am-i-struggling-to-move-on-after-abuse/
- ↑ https://www.helpguide.org/articles/grief/dealing-with-a-breakup-or-divorce.htm
- ↑ https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/adult-health/in-depth/self-esteem/art-20045374
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6051550/
- ↑ https://www.womensaid.org.uk/the-survivors-handbook/surviving-after-abuse/
- ↑ https://www.loveisrespect.org/resources/dating-after-abuse/
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