Se você acabou de descobrir que um conhecido seu é transgênero (ou "transexual", como muitos dizem), pode ser que não entenda muito do assunto — e talvez tenha medo de dizer ou fazer algo errado ou incômodo. Para começar, respeite a identidade da pessoa e use os mesmos termos e pronomes que ela usa para descrever a si mesma. Além disso, trate qualquer indivíduo transgênero da mesma forma que trata a todos: respeite sua privacidade, não faça perguntas pessoais demais, e peça desculpas quando cometer gafes.
Passos
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Use o pronome correto. Quando se referir a uma pessoa transgênero, chame-a pelo pronome correto, que ela mesma usa. Ele corresponde ao gênero com o qual ela se identifica, não ao sexo que lhe foi atribuído no nascimento. [1] X Fonte de pesquisa
- Mulheres transgêneros gostam de ser chamadas de ela .
- Homens transgêneros gostam de ser chamados de ele .
- Pessoas não-binárias, genderfluid ("gênero fluido", como traduzem alguns) e de gênero nulo usam pronomes variados, como ele , ela e afins.
- A palavra "sexo" costuma se referir ao sexo que foi atribuído à pessoa no nascimento, não à sua autoidentificação.
- Algumas pessoas usam vários pronomes, mas não significa necessariamente que qualquer um serve. Por exemplo: talvez alguém use ela e eles , mas não ele .
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Sempre chame a pessoa pelo nome que ela escolheu. A maioria das pessoas transgêneros prefere que os outros não falem seus nomes anteriores. Mesmo que você já conhecesse o indivíduo antes da transição, não fale disso durante suas conversas. [2] X Fonte de pesquisa
- Não pergunte o nome "anterior" da pessoa por curiosidade. Muitas pessoas trans referem-se a esses nomes como algo irrelevante e do passado.
- Quando for contar histórias da pessoa envolvendo o passado, use o nome atual dela — ou simplesmente não a chame pelo nome.
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Use termos adequados para o gênero da pessoa. Diga os honoríficos e os pronomes de tratamento (senhor, senhora etc.) de acordo com a identidade de gênero do indivíduo. Por exemplo: quando for falar de uma mulher trans, refira-se a ela como mulher ; se estiver em um contexto formal, chame-a de senhora . [3] X Fonte de pesquisa
- Dito isso, não exagere quando for tentar afirmar o gênero da pessoa. Evite usar determinados termos mais do que o normal: você não precisa, por exemplo, dizer a um colega de trabalho transgênero que ele está muito bonito todos os dias, nem sempre chamar sua colega de garota! . Isso tudo soa muito condescendente.
- Se for se referir a uma pessoa não-binária, genderfluid ou de gênero nulo, tente não usar qualquer pronome.
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Peça desculpas de cometer alguma gafe. Caso fale o nome ou o pronome errado ou algo do tipo, corrija-se de imediato. É melhor se desculpar logo de cara. Mantenha a calma: se se confundir, você provavelmente vai acabar cometendo o mesmo erro de novo. Respire fundo. [4] X Fonte de pesquisa
- Diga algo como "Perdão, eu quis dizer 'ele'. Desculpe-me".
- Se não conseguir pedir desculpas na hora, espere até a oportunidade perfeita, quando estiver a sós com a pessoa. Diga algo como "Queria pedir desculpas por usar o nome errado antes. Aquilo foi inaceitável e não vai acontecer de novo".
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Não exponha a pessoa. Algumas pessoas transgêneros ainda vivem "no armário" em determinados aspectos. Ou seja: nem todos sabem que elas são trans. Assim, pode ser que, na sua casa, ninguém saiba da identidade trans da pessoa e ainda usem o nome anterior dela — ou até mesmo que as pessoas que ela conhece hoje acreditam que ela é cisgênero.
- Não fale da transição da pessoa em público.
- Não comente sobre o assunto com as outras pessoas.
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Pense duas vezes antes de fazer perguntas pessoais. Você pode até ficar curioso para saber os detalhes da vida da pessoa, mas vai ser invasivo se questioná-la sobre o assunto. Só o aborde se o seu próprio amigo falar algo. Até então, evite interrogá-lo sobre questões como seu corpo e seu passado. [5] X Fonte de pesquisa
- A maioria das pessoas transgêneros não gosta que os outros lhes perguntem se elas fizeram ou querem fazer cirurgias de redesignação sexual.
DICA DE ESPECIALISTAConsultora de Diversidade, Equidade e InclusãoLily Zheng é uma Consultora de Diversidade, Equidade e Inclusão, além de Coach Executiva, que trabalha com organizações do mundo todo para criar espaços de trabalho inovadores e mais inclusivos para todos. Lily é autora de Gender Ambiguity in the Workplace: Transgender and Gender-Diverse Discrimination (2018) e The Ethical Sellout: Maintaining Your Integrity in the Age of Compromise (2019). Lily recebeu seu título de Mestra em Sociologia pela Stanford University.O nosso especialista concorda: Não faça perguntas pessoais sobre os procedimentos médicos ou relacionamentos familiares, e não fofoque sobre o assunto com outras pessoas. Se o transgênero falar abertamente sobre o assunto por vontade própria, tudo bem fazer perguntas, mas sempre sem parecer um interrogatório.
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Não dê pitacos quanto à forma de a pessoa se portar. Você pode até querer ajudar ou incentivar esse seu conhecido, mas o melhor a fazer é deixar que ele mesmo expresse o próprio gênero. Não fale da aparência física dele — dizendo, por exemplo, se ele passaria ou não em um "teste" de autenticidade. [6] X Fonte de pesquisa
- Não fale que a pessoa consegue (ou não) "convencer". Nunca diga coisas como "Eu nunca perceberia que você é transgênero". Caso contrário, vai estar insinuando que há algo errado em ser trans.
- Não dê conselhos sem que a pessoa peça. Por exemplo: nunca diga que ela "convenceria mais" se mudasse seu jeito de se vestir ou fizesse terapia hormonal.
- Pode até parecer um elogio, mas muitas pessoas transgêneros não gostam de ser chamadas de "corajosas" por assumirem sua identidade.
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Trate-a como um ser humano antes de mais nada. O gênero pode até ser parte importante da identidade de uma pessoa, mas não é tão relevante quando se tratam de relacionamentos. Trate a pessoa como trataria qualquer um. [7] X Fonte de pesquisa
- Não faça referências desnecessárias à transição da pessoa. Se quiser, ela mesma vai falar sobre o assunto.
- Encontre pontos e assuntos em comum — hobbies, lugares onde já viveram ou interesses mútuos — para conversar com a pessoa.
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Reconheça os privilégios das pessoas cisgêneros. Quem não se identifica como transgênero ou não-binário é "cisgênero". Essas pessoas raramente têm que se preocupar com o assunto e, assim, quase nunca são rejeitadas pelas famílias, em entrevistas de emprego, em situações sociais etc., nem sofrem violência física por causa da sua identidade. Embora algumas pessoas transgêneros não passem por esses problemas, a grande maioria passa.
- Pessoas transgêneros vivem sob risco constante de sofrer violência física. [8] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Devido a esses ataques físicos e à própria rejeição da família, a comunidade trans apresenta altas taxas de suicídio. [9] X Fonte de pesquisa
- Entenda que, por ser cisgênero, você não enfrenta muitos dos problemas que as pessoas trans enfrentam.
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Rebata ou denuncie as declarações transfóbicas que ouvir ou presenciar. Seja um bom aliado da causa: se ouvir alguém falar mal de um conhecido seu (ou até mesmo de um anônimo), defenda-o e diga que respeita a pessoa e que ninguém tem o direito de insultá-la; se ouvir alguém usar algum xingamento ou fazer uma piada sobre a questão, diga que se sente pessoalmente ofendido etc. [10] X Fonte de pesquisa
- Diga algo como "Não chame minha amiga de 'traveco'. Você sabe que ela é transgênero. Olhe para o espelho antes de começar a criticar as pessoas por causa do gênero".
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Doe recursos ou participe de ações voluntárias relacionadas a causas trans. Seu tempo e seu dinheiro podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas trans (que conhece ou não).
- Muitas pessoas transgêneros jovens são expulsas de casa pelas suas famílias; se possível, faça doações a abrigos para a comunidade LGBTQ.
- Defenda o tratamento justo de presos transgêneros, que, muitas vezes, são postos em presídios errados de acordo com o sexo que lhes foi atribuído.
- Doe dinheiro para causas como a cirurgia de redesignação sexual, a terapia hormonal e outros tratamentos essenciais para o bem-estar da população trans. [11] X Fonte de pesquisa
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Referências
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/transfaq
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/transfaq
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/transfaq
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/transfaq
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/allies
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/allies
- ↑ https://www.glaad.org/transgender/allies
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4986045/
- ↑ http://williamsinstitute.law.ucla.edu/research/suicide-attempts-among-transgender-and-gender-non-conforming-adults/