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A doença da mancha branca, também conhecida como íctio, é um parasita com o qual a maioria dos fãs de peixes tropicais terá de lidar em algum momento. A doença é responsável por mais mortes de peixes do que qualquer outra. Ela é mais comum em peixes de aquário por causa do contato próximo com outros peixes e do estresse envolvido em viver em tal ambiente, em oposição às águas abertas. O íctio pode ser encontrado nos peixes tropicais de água doce e salgada, e o tratamento é diferente para cada ecossistema e seus habitantes.

Parte 1
Parte 1 de 5:

Entendendo como o íctio funciona

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  1. Essa doença funciona da mesma maneira nos dois tipos de peixe, mas tem ciclos de vida e curas diferentes. Nos dois tipos de água, o protozoário parasita se prende ao peixe para dar continuidade a seu ciclo de vida. Na natureza, o íctio é um problema menor, pois poucos parasitas conseguem encontrar um hospedeiro. Quando o encontram, eles acabam caindo do peixe, que pode nadar para longe e se recuperar. No entanto, em um tanque fechado, os parasitas podem facilmente se prender aos peixes, multiplicando-se e infestando, o que acaba levando à morte de um aquário inteiro.
    • Na água doce, o íctio é conhecido como "ictiofitiríase".
    • Na água salgada, ele é conhecido como Cryptocaryon irritans , e costuma ser confundido com outros parasitas que produzem manchas brancas. O íctio marinho pode demorar mais do que o de água doce para se replicar, mas só tem de 12 a 18 horas para encontrar um hospedeiro antes de morrer. Já o íctio de água doce pode resistir até 48 horas sem um hospedeiro.
  2. Como o íctio é bem comum, a maioria dos peixes desenvolveu uma boa imunidade contra ele. No entanto, o estresse pode suprimir o sistema imunológico, e é aí que o íctio é mais prevalente. O estresse pode ser causado por:
    • Temperatura incorreta ou má qualidade da água;
    • Outros moradores do aquário;
    • Novos moradores no aquário;
    • Dieta incorreta;
    • O manuseio e o transporte dos peixes;
    • Sua casa, principalmente se ela for propensa a sons altos, portas que se agitam ou batem, ou muito trânsito perto do aquário.
  3. Os sintomas podem ser vistos na aparência do seu peixe e na maneira como ele age. O mais óbvio é o aparecimento de manchinhas brancas que lembram grãos de sal e que dão nome à doença. [1] Os sintomas comuns da doença são:
    • Manchas brancas no corpo e nas guelras do peixe: as manchas podem até se juntar e formar áreas brancas. Às vezes, o íctio se concentra apenas nas guelras.
    • Excesso de coceira: o peixe pode se esfregar bastante contra as plantas ou as pedras do aquário na tentativa de se livrar dos parasitas ou porque a doença está causando irritação.
    • Barbatanas retraídas: o peixe fica o tempo todo com as barbatanas dobradas contra o corpo em vez de deixá-las se abrirem e descansarem livremente ao lado do corpo dele. [2]
    • Dificuldades para respirar: se o peixe estiver buscando ar na superfície da água ou nadando perto do filtro do aquário, ele provavelmente está sentindo falta de ar. O íctio nas guelras dele dificulta a absorção do oxigênio da água.
    • Perda do apetite: se o peixe não estiver comendo ou estiver cuspindo a comida, esse pode ser um sintoma de estresse e doença.
    • Comportamento recluso: os animais muitas vezes se escondem quando estão doentes, e qualquer mudança no comportamento normal costuma ser um sintoma de estresse ou doença. O peixe pode se esconder na decoração ou ficar menos ativo do que o normal.
  4. O íctio só pode ser morto quando não está preso ao peixe, ou seja, quando o parasita maduro cai da pele do animal para se replicar. Sempre que ele está preso ao peixe, está protegido dos produtos químicos, e o tratamento é ineficaz. O ciclo de vida do íctio tem vários estágios:
    • Estágio trofonte: é quando o parasita está visível no peixe. Ele se enterra embaixo da cobertura de muco do animal, formando um cisto que o protege dos produtos químicos, de modo que os tratamentos não funcionam. Em um aquário típico com temperatura de 24 a 27 °C, o estágio trofonte ou de alimentação dura alguns dias até que o cisto desenvolvido caia do peixe.
    • Estágio tomonte ou tomito: nesse estágio, o tratamento é possível. O parasita, ou tomonte, flutuará por várias horas na água até se prender a uma planta ou outra superfície. Depois de preso, ele começará a se dividir ou replicar rapidamente dentro do cisto. Em alguns dias, o cisto se abrirá e novos organismos começarão a nadar em busca de um novo hospedeiro. O tomonte de água doce pode se replicar em apenas oito horas, enquanto o de água salgada pode levar de três a 28 dias para se replicar.
    • Estágio teronte: os terontes de água doce precisam encontrar um hospedeiro ou peixe dentro de 48 horas, ou morrerão. Já os de água salgada só têm de 12 a 18 horas. Por isso, uma maneira de garantir que um aquário está livre do íctio é deixá-lo sem peixes por uma ou duas semanas.
  5. As temperaturas mais altas aceleram o ciclo de vida do parasita. Em um aquário mais quente, o ciclo levará cerca de dois dias para ser completado. Já em aquários mais frios, o mesmo ciclo pode levar semanas.
    • Nunca aumente demais a temperatura do seu aquário. Essa atitude pode estressar os peixes, e alguns não toleram temperaturas mais altas.
    • A maioria dos peixes tropicais pode suportar temperaturas de até 30 °C. Sempre consulte um especialista em peixes tropicais ou aprenda sobre seus peixes para descobrir quais temperaturas eles podem suportar.
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Parte 2
Parte 2 de 5:

Tratamentos fáceis para o íctio

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  1. Lentamente, aumente a temperatura 1 °C por hora até chegar ao valor correto e mantenha essa temperatura por pelo menos 10 dias. As temperaturas altas aceleram o ciclo de vida do íctio e também pode impedir os tomontes de se reproduzirem.
    • Antes, veja se os peixes podem lidar com essas temperaturas mais altas.
    • Se eles puderem suportar temperaturas de mais de 30 °C, eleve para 32 °C durante três a quatro dias e depois reduza novamente a 30 °C por mais dez dias.
    • Veja se seu tanque está recebendo oxigênio ou aeração suficiente, já que a água retém menos oxigênio quando está mais quente.
    • Ao mesmo tempo, você pode tratar a água com sal ou remédios todos os dias.
    • Veja se seus peixes podem lidar com o aumento de temperatura. Observe a reação deles a um aquecimento gradual do aquário ou leia para saber quanto eles podem tolerar.
  2. Como o íctio inibe a capacidade do peixe de respirar e absorver oxigênio, aumentar a aeração pode ajudar a melhorar o sistema imunológico do animal e evitar que ele sufoque até a morte. Há várias maneiras de aumentar a oxigenação do tanque:
    • Diminua o nível da água para que, quando a água filtrada chegar à superfície, ela crie mais oxigênio.
    • Coloque mais oxigenadores no aquário ou mova-os para mais perto da superfície da água.
    • Use os aeradores redondos para fazer correntes de bolhas maiores. [3]
    • Use as bombas não só para aumentar a oxigenação, mas também para melhorar o movimento da água no aquário. [4]
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Parte 3
Parte 3 de 5:

Tratamentos intermediários

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  1. Dissolva 1 colher de chá de sal para cada 4 l de água em um pouco da água do aquário separada e acrescente a mistura ao tanque. Deixe o sal no aquário de água doce por 10 dias. O sal perturba a regulação de fluidos do íctio e também ajuda a desenvolver a cobertura natural mucosa dos seus peixes, protegendo-os dos parasitas. Combine o sal ao calor para matar o íctio de modo ainda mais eficaz.
    • Use sais para aquários feitos especialmente para os peixes, não o sal de cozinha, que tem iodo.
    • Nunca use medicamentos junto com o sal e o calor, já que o sal e a medicação podem reagir e diminuir o oxigênio dentro do tanque.
    • Troque 25% da água do aquário a cada poucos dias e acrescente apenas a quantidade correta de sal à água que foi retirada. Ao terminar o tratamento, faça trocas parciais da água, mas não coloque mais sal.
  2. Trocar parte da água todos os dias pode ajudar a remover alguns trofontes e tomitos do aquário, e também acrescentar oxigênio à água. Use água tratada para que o cloro a mais não estresse seus peixes ou mexa com as feridas deles.
    • Se as trocas de água estressarem seus peixes, diminua a quantidade de água trocada ou a frequência das trocas.
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Parte 4
Parte 4 de 5:

Tratamentos avançados

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  1. Há muitos produtos disponíveis na loja de animais local que podem ajudar a tratar o íctio. Siga sempre as instruções do rótulo do medicamento para saber quais as doses corretas e se o produto pode ser usado no seu tipo de peixe, especialmente se você tiver invertebrados, como caracóis, camarão e amêijoas.
    • Sempre faça uma troca de água e aspire o cascalho antes de administrar o medicamento. Este é mais eficaz em um tanque limpo, sem outros orgânicos ou nitratos dissolvidos para interferir.
    • Remova o carbono do filtro, pois ele pode neutralizar ou prender medicamentos adicionados ao tanque.
  2. Como o íctio de água salgada dura bem mais na fase tomito, o cobre muitas vezes é acrescentado ao tanque por 14 a 25 dias e funciona da mesma maneira que o sal para destruir o íctio. Usar o cobre, porém, exige que você coloque a dosagem exata e correta e verifique os níveis com atenção diariamente usando um kit de teste de íons de cobre. [5]
    • Sempre siga as instruções do produto.
    • Tire o carbono do filtro, já que ele pode neutralizar ou prender medicamentos acrescentados ao tanque.
    • O cobre se combina às pedras com base de carbonato de cálcio ou carbonato de magnésio, à areia e ao cascalho, portanto só o use em tanques vazios.
    • Esse mineral é muito tóxico para os invertebrados, os corais e as plantas. Separe esses elementos e trate-os com outros métodos seguros.
  3. Esses métodos podem ser alternativas perigosas. Alguns até causam mal aos peixes, e precisam ser monitorados constantemente para que os níveis não cheguem a um ponto capaz de matar os animais. Sempre leia a embalagem desses medicamentos e use proteções, como óculos de segurança e luvas, ao manuseá-los. Alguns deles são:
    • Verde malaquita: semelhante à quimioterapia em humanos, ele danifica as habilidades de todas as células de produzir energia, o que é vital para os processos metabólicos. Esse produto químico não diferencia a célula de um peixe da de um parasita do íctio.
    • Metanal: o metanal mata os micro-organismos reagindo com as proteínas e os ácidos nucleicos da célula, o que altera a função e a estrutura dela e é muitas vezes usado para preservar espécies biológicas. Ele pode danificar o sistema de filtros, diminuir os níveis de oxigênio e matar os invertebrados ou os peixes mais fracos.
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Parte 5
Parte 5 de 5:

Prevenindo o íctio

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  1. Antes de comprar os habitantes do aquário, é sempre melhor observar cada peixe na loja para ver se há sintomas da doença. Mesmo que o peixe desejado não pareça exibir sintomas de íctio, ele ainda foi exposto e pode levar o parasita para o seu aquário de casa.
    • Alguns peixes têm sistemas imunológicos muito bons e podem agir apenas como transmissores da doença. Introduzindo um desses transmissores, você estará expondo seus peixes atuais ao parasita, e o sistema imunológico deles pode ou não ser tão forte quanto o do novo peixe.
  2. Monte um aquário separado e menor para poder observar os novos peixes e ver se eles estão com sintomas da doença. Se houver alguma doença presente, o tratamento será bem mais fácil, mas sempre use as doses completas do medicamento. Não pense que um aquário menor significa usar menos produto.
    • Ao acrescentar novos peixes a um aquário de quarentena ou a qualquer aquário, nunca acrescente a água na qual ele estava ao seu aquário principal. Assim, você diminui as chances de transferir tomitos a seu tanque.
  3. Essa medida previne a introdução de doenças a outros aquários. Da mesma maneira, use esponjas e outras ferramentas de limpeza diferentes para cada tanque.
    • Se não puder comprar várias redes, esponjas e ferramentas de limpeza, deixe cada item secar completamente antes de usá-lo em outro tanque. O íctio não sobrevive em ambientes secos.
  4. As plantas em aquários com peixes transmitem mais doenças do que aquelas cultivadas e vendidas separadamente. Como alternativa, você pode deixá-las em quarentena por dez dias em um aquário sem peixes e tratá-las com medicamentos que afetem o íctio para ter a certeza de que elas não estão infectadas.
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Dicas

  • Troque ou jogue fora a areia, o cascalho, as pedras e outras decorações do aquário ao tratar o íctio. Ele tende a se prender às superfícies para se replicar. Lave e seque esses itens para matar o parasita.
  • Depois de terminar o tratamento com sais ou medicação e eliminar todos os sintomas de íctio, troque a água devagar até ter a certeza de que o medicamento saiu. A exposição prolongada aos produtos químicos pode ser estressante e prejudicial para os peixes.
  • Se quiser mesmo cuidar dos seus peixes, compre um microscópio e colete uma amostra do muco para identificar a doença da mancha branca. Há outros parasitas que podem causar coceira, retração das nadadeiras e outros sintomas, e eles podem não ser afetados pelos tratamentos para o íctio. Para obter os melhores resultados, identifique o parasita antes do tratamento.
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