A micose na virilha é uma infecção causada por fungos (dermatófitos), conhecida no âmbito médico como tinea cruris. No entanto, os sintomas também podem surgir após infecções bacterianas (por estafilococos) que geralmente afetam a virilha, a parte interna das coxas ou nádegas, já que são áreas cobertas por roupas mais apertadas, sendo mais comum em homens de meia-idade. A pele úmida é um ambiente perfeito para o desenvolvimento de fungos e bactérias; por sorte, a maioria dos casos de tinea cruris pode ser tratada em casa, com remédios de venda livre. Porém, também é possível obter um medicamento mais potente através de uma receita médica, em especial para casos moderados e graves, que duram mais do que duas semanas.
Passos
-
Identifique os sintomas da tinea cruris. As nádegas, a virilha e a parte interna das coxas são as áreas que geralmente são atacadas pelos fungos, já que estão mais suscetíveis à umidade, facilitando a propagação das bactérias e fungos. Apesar de ser possível realizar o tratamento caseiro, é importante consultar um dermatologista para obter um diagnóstico correto, além de realizar exames para determinar a causa do problema (fungo ou bactéria), porque o método de tratamento pode ser alterado. As manifestações da micose na virilha são: [1] X Fonte de pesquisa Hay RJ, Moore M. Mycology. In: Champion RH, Burton JL, Burns DA, Breathnach SM, editors. Textbook of dermatology. 6th edition. United Kingdom: Blackwell Science; 1998. p. 1277–1376.
- Coceira, vermelhidão e pele escamosa, em formato de anel ou meia-lua.
- Sensação de queimação.
- Dor (na maioria dos casos, uma infecção bacteriana).
- Aparecimento de bolhas na borda da região afetada.
-
Lave a virilha de duas a três vezes por dia utilizando um sabão antifúngico. Manter o local limpo evita que os fungos e bactérias, os causadores do problema, se espalhem. Aplique também sabão antifúngico durante todo o tratamento. [2] X Fonte de pesquisa
- Os sabonetes podem ser comprados sem receita médica. Algumas opções são: Nizoral (cetoconazol) ou Caspacil (selênio de sulfeto). [3] X Fonte de pesquisa Você perceberá que alguns são xampus anticaspa; no entanto, os fungos dermatológicos causam caspa, ou seja, tais produtos possuem propriedades antifúngicas. [4] X Fonte de pesquisa
-
Mantenha o local seco. O excesso de umidade transforma a pele em um excelente ambiente para desenvolvimento de bactérias e fungos que causam a micose. Seque bem a virilha após lavar o local e, ao perceber a região está com muito suor durante o dia, seque-a. [5] X Fonte de pesquisa Após exercitar-se, troque de roupa e lave-a entre usos para evitar o aparecimento de micose.
- Roupas íntimas mais folgadas e de algodão reduzem a transpiração, além de secarem o suor mais rapidamente. [6] X Fonte de pesquisa
- Troque a toalha todos os dias enquanto trata a micose na virilha, não compartilhando-as com ninguém.
- Peça para que o médico recomende um talco que possa ser aplicado no local, mantendo-o seco.
-
Espalhe um creme antifúngico sobre a região. Existem muitos cremes antifúngicos de venda livre que auxiliam no tratamento da micose na virilha. Aplique-os sempre que lavar e secar o local, espalhando além das bordas da erupção cutânea. [7] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte
- Escolha medicamentos com terbinafina, miconazol ou clotrimazol. Alguns dos produtos com esses ingredientes ativos são: Lamsil, Nitrato de Miconazol e Canesten. [8] X Fonte de pesquisa Sempre siga as instruções da bula e entre em contato com um médico se os sintomas não melhorarem após duas semanas.
- Outra opção é aplicar uma camada de pomada de óxido de zinco sobre os outros produtos. [9] X Fonte de pesquisa A pele será protegida de componentes irritantes e da umidade. [10] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte
- Sempre lave bem as mãos após cada aplicação ou ao entrar em contato com a região infectada.
-
Não aplique produtos químicos sobre o local. Detergentes fortes, alvejante e até mesmo amaciantes podem causar maior irritação e exacerbar a micose. [11] X Fonte de pesquisa Tente evitar tais produtos, bem como os que possuem elementos químicos fortes e que podem entrar em contato com a região inflamada durante o tratamento.
-
Use uma solução com sal e alumínio. O cloreto de alumínio 10% ou acetato de alumínio são antitranspirantes eficazes, pois “entopem” as glândulas sudoríparas. Para preparar a mistura em casa, faça o seguinte: [12] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte :
- Misture 20 vezes mais água do que a solução de alumínio e sal. Aplique-a no local contaminado e deixe durante seis a oito horas. É melhor que a aplicação seja feita à noite, quando as glândulas sudoríparas estão menos ativas. Retire a solução quando achar que suará novamente e repita o processo até que as lesões sequem e comecem a desaparecer.
-
Use uma compressa medicada para tratar bolhas. Os fungos responsáveis pela micose na virilha podem, em certos casos, levar ao aparecimento de bolhas em várias partes da pele. É possível realizar o tratamento caseiro, com compressas medicadas e o Líquido de Burow, secando as bolhas e aliviando o desconforto para que você possa voltar a aplicar cremes antifúngicos. [13] X Fonte de pesquisa
-
Combata o “pé de atleta”. Quando a micose na virilha ocorrer junto ao pé de atleta (micose entre os dedos do pé), há o risco de contaminar novamente a virilha ao vestir as roupas íntimas, devido ao contato do pé com a calcinha ou cueca. Trate as duas condições para não infectar novamente a virilha. [14] X Fonte Confiável Mayo Clinic Ir à fonte
-
Experimente opções holísticas. Caso prefira usar um remédio caseiro, existem algumas opções disponíveis, como: [15] X Fonte de pesquisa
- Mergulhe gaze ou pano em vinagre branco diluído (quatro vezes mais água do que vinagre). Segure o pano ou gaze contra o local contaminado duas vezes por dia; após retirar, seque a pele sem esfregar, já que há risco de descamação.
- Despeje 1/4 de uma xícara com alvejante (como Clorox) em uma banheira cheia de água. Entre nela e repita todos os dias, ou a cada dois dias, se o problema for menor. É importante secar bem a pele ao sair.
- Aplique um gel com o composto químico ajoene a 0,6%. Este extrato é proveniente do alho e possui um composto antifúngico natural. Ele pode ser aplicado duas vezes por dia durante duas semanas. [16] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
Publicidade
-
Consulte um médico ao perceber que o problema não está melhorando dentro de duas semanas. Se a tinea cruris persistir nesse período, após utilização de remédios caseiros, é necessário usar um antifúngico mais potente ou mudar a forma de combate, já que há possibilidade de a micose ser bacteriana, não fúngica. O médico poderá prescrever antibióticos, se for o caso.
- O profissional coletará o material na área afetada e enviará para um laboratório, onde será feita a cultura. Dessa forma será determinado se a micose possui origem bacteriana (estafilococos, na maioria dos casos) ou fúngica. [17] X Fonte de pesquisa
-
Fale com o médico sobre cremes antifúngicos prescritos. Quando o médico determinar que o problema realmente foi causado por fungos, mas os tratamentos caseiros e com remédios de venda livre não funcionarem durante as duas ou mais semanas, ele recomendará um creme antifúngico mais forte. Algumas das opções são: [18] X Fonte de pesquisa Andrews MD, Burns M. Common tinea infections in children. Am Fam Physician. 2008;77(10):1415-1420. [19] X Fonte de pesquisa Kelly BP. Superficial fungal infections. Pediatr Rev. 2012;33(4):e22-37.
- Oxiconazol 1% (Nitrato de Oxiconazol).
- Econazol 1% (Mycostil).
- Sulconazol 1%.
- Ciclopirox olamina 0,77% (Loprox).
- Creme de Naftifina 2%.
- Saiba que o econazol, o sulconazol, o ciclopirox olamina e a naftifina não podem ser administrados em crianças. Os efeitos colaterais desses fármacos são: irritação na pele, sensação de queimação, vermelhidão e pontadas na pele.
-
Pergunte sobre medicações orais antifúngicas. Quando a micose na virilha for recorrente ou você seja imunossuprimido (pacientes com HIV, por exemplo), o médico poderá sugerir medicações mais fortes e antifúngicas. Alguns deles são: [20] X Fonte de pesquisa Gupta AK, Chaudhry M, Elewski B. Tinea corporis, tinea cruris, tinea nigra, and piedra. Dermatol Clin. 2003;21(3):395-400.
- Griseofulvina: 250 mg duas vezes por dia, até que a condição seja curada.
- Terbinafina: 250 mg por dia durante duas a quatro semanas.
- Itraconazol: 200 mg diários por uma semana.
- Fluconazol: de 150 a 300 mg por semana durante duas a quatro semanas.
- Cetoconazol: 200 mg diários por quatro a oito semanas.
- É importante estar ciente de que os medicamentos acima não devem ser administrados em crianças e gestantes. Os efeitos adversos mais comuns deles são: vômitos, danos hepáticos, tontura, náuseas e convulsões. Ao prescrever esses fármacos, os dermatologistas geralmente pedem um acompanhamento do funcionamento do fígado do paciente.
-
Fale com ele sobre as opções de antibióticos tópicos. Se a cultura confirmar que há realmente uma infecção de pele bacteriana, o dermatologista apresentará as opções de cremes antibacterianos para aplicar no local. Algumas alternativas são: [21] X Fonte de pesquisa
- Aplicação de eritromicina duas vezes por dia.
- Clindamicina duas vezes por dia.
- Passar metronidazol duas vezes diárias.
- O médico também pode recomendar o uso de um sabonete antibacteriano para lavar a pele antes de aplicar os cremes acima. Existem vários tipos de sabões e sabonetes que combatem bactérias, como o “LifebuoyVita Protect” e os de glicerina, além dos de clorexidina, como o Riohex.
-
Saiba mais sobre as opções de remédios antibióticos orais. Em caos mais graves de micose na virilha, o médico receitará um tratamento com antibióticos orais. Dependendo do fármaco, o tratamento poderá durar de cinco a 14 dias. Alguns deles são: [22] X Fonte de pesquisa
- Cefalexina.
- Dicloxacilina.
- Doxiciclina.
- Minociclina (Cloridrato de Minociclina).
- Eritromicina.
Publicidade
Dicas
- Consulte um médico se qualquer sintoma durar mais do que duas semanas.
- Não compartilhe toalhas, já que os micróbios responsáveis pela tinea cruris podem ser facilmente espalhados dessa maneira. [23] X Fonte de pesquisa Gupta AK, Chaudhry M, Elewski B. Tinea corporis, tinea cruris, tinea nigra, and piedra. Dermatol Clin. 2003;21(3):395-400.
Referências
- ↑ Hay RJ, Moore M. Mycology. In: Champion RH, Burton JL, Burns DA, Breathnach SM, editors. Textbook of dermatology. 6th edition. United Kingdom: Blackwell Science; 1998. p. 1277–1376.
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page7.htm
- ↑ http://www.uofmmedicalcenter.org/healthlibrary/Article/116621EN
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/jock-itch/basics/treatment/con-20021468
- ↑ http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000876.htm
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.mayoclinic.org/drugs-supplements/zinc-oxide-topical-application-route/description/drg-20075525
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/jock-itch/basics/definition/con-20021468
- ↑ http://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/fda/fdaDrugXsl.cfm?setid=6ebed2f4-6a06-47a3-bde4-c47b32cd81cb
- ↑ http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/jock-itch/basics/treatment/con-20021468
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page6.htm#what_home_remedy_can_i_use_for_jock_itch
- ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10417874
- ↑ http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000876.htm
- ↑ Andrews MD, Burns M. Common tinea infections in children. Am Fam Physician. 2008;77(10):1415-1420.
- ↑ Kelly BP. Superficial fungal infections. Pediatr Rev. 2012;33(4):e22-37.
- ↑ Gupta AK, Chaudhry M, Elewski B. Tinea corporis, tinea cruris, tinea nigra, and piedra. Dermatol Clin. 2003;21(3):395-400.
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page7.htm
- ↑ http://www.medicinenet.com/jock_itch/page7.htm
- ↑ Gupta AK, Chaudhry M, Elewski B. Tinea corporis, tinea cruris, tinea nigra, and piedra. Dermatol Clin. 2003;21(3):395-400.