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Todo quadrinho precisa de personagens. São eles que fazem a história andar e nos prendem a ela, ditando o sucesso ou fracasso da obra. Uma vez criado o protagonista, use o mesmo processo para criar o vilão e conte suas histórias!

Parte 1
Parte 1 de 3:

Tendo ideias e colocando-as no papel

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  1. Não fique limitado aos de super-heróis. Dê uma olhada nas tirinhas de jornais, em webcomics e mangás, prestando atenção aos personagens e o desenvolvimento deles, perguntando-se: o que faz com que sejam interessantes?
    • Pergunte-se: como é que o escritor dá voz e personalidades únicas para cada um de seus personagens? O que faz deles interessantes? Como se desenvolvem no decorrer da história?
    • Preste atenção no estilo da arte. Quando se trata de quadrinhos mais sérios, a arte é mais realista e detalhada, mas, quando se trata de tirinhas cômicas, o estilo é descontraído e desligado da realidade.
  2. O mundo dos quadrinhos é bem diverso, indo das tirinhas cômicas publicadas nos jornais aos mais sérios. Muitos webcomics, por exemplo, têm histórias longuíssimas e personagem bem complexos.
    • Se quer um formato bem simples, vá pelo caminho dos animais falantes e inspire-se em um clássico, como Garfield. Histórias assim costumam ter poucos quadrinhos e terminar com uma piada.
    • Se quiser fazer algo mais sério, baseie-se em um quadrinho como o webcomic chileno Nós ocultos.
    • Dê uma olhada em algumas HQ’s. Mesmo que sua ideia seja fazer apenas quadrinhos, essas duas modalidades conversam entre si.
  3. Depois de encontrar a ideia geral do tipo de quadrinho que deseja criar, faça alguns esboços. Não se preocupe em deixar tudo perfeito, já que esse é apenas um passo preliminar. Aqui, basta pegar no lápis e fazer algumas versões do que você quer para seu personagem. [1]
    • Isso ajuda a ter uma ideia do seu estilo como desenhista e de como o personagem ficará.
    • Faça com que o personagem seja visualmente interessante, mas lembre-se de que você terá que desenhá-lo várias vezes. Se está começando a desenhar agora, é importante ficar no básico.
    • Desenhar também pode ajudar a ter uma ideia de quem seu personagem é. As roupas, por exemplo, dizem muito sobre a personalidade de uma pessoa.
  4. Nessa etapa, faça um brainstorming sobre seu personagem: quem ele é? O que ele é? Antes de partir para o desenho, é muito importante refletir sobre a personalidade que quer retratar. [2]
    • Escolha um gênero. Se a ideia é escrever tirinhas cômicas, então os personagens podem ser bem rasos, como o Garfield, por exemplo, cujas únicas características são, basicamente, a preguiça e o sarcasmo.
    • Se estiver trabalhando com um gênero mais complexo, seus personagens terão que ser mais profundos, com traços negativos, positivos, sonhos e anseios.
    • Se sua história se enquadra em um gênero, como fantasia, considere usar arquétipos, que são conjuntos de características que se repetem dentro de cada gênero. Por exemplo, um mestre arquetípico é sábio, paciente e calmo.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Trabalhando na aparência do personagem

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  1. Cada artista se sente confortável com ferramentas diferentes. Antes de começar a desenhar o quadrinho, pense em como isso será feito. É importante escolher uma plataforma com a qual esteja confortável e saiba usar bem, para que o trabalho não se torne uma tortura. [3]
    • Se você é um rato da tecnologia, use-a a seu favor. Ferramentas como o Photoshop, por exemplo, podem facilitar bastante o processo, se você está acostumado com ele.
    • Se prefere fazer as coisas à moda antiga, pense no tipo de papel e lápis que deseja usar.
  2. Depois de escolher o suporte, comece do princípio, apenas para ter uma noção das proporções, antes de dar vida do personagem. Além do corpo no geral, também é legal desenhar apenas o rosto dele em detalhe. [4]
    • Comece com formas básicas e vá adicionando os músculos e detalhes, como cicatrizes, por exemplo. Nessa etapa, você ainda não precisa se preocupar com o sombreado.
    • Foque no rosto do personagem. Ele é oval, redondo ou tem forma de coração? Tem algum detalhe característico, como olhos enormes ou uma covinha no queixo?
  3. Refaça o rosto e o corpo do personagem quantas vezes forem necessárias. A maioria dos cartunistas faz inúmeras versões até chegar à definitiva e você deve fazer o mesmo! Redesenhe todos os detalhes que quiser, até chegar ao resultado desejado. [5]
    • Não tenha dó de gastar borracha. Se não curtiu como o desenho saiu, apague e comece de novo.
    • Você também pode colocar ou tirar características do personagem. Por exemplo, às vezes você o imaginou careca de primeira, mas no papel não ficou tão legal. Nesse caso, desenhe uma cabeleira e veja como fica.
    • Faça quantas versões precisar, até chegar na sua preferida. Esse processo leva bastante tempo e precisa de muita paciência. Não fique com uma que não gostou, apenas para evitar a fadiga.
    • Fique com um desenho mais tranquilo. Criou um elemento superlegal, mas difícil de desenhar? Melhor deixar para lá, pois não se esqueça de que você terá que repetir o mesmo desenho várias vezes.
  4. Durante o quadrinho, ele passará por altos e baixos e as expressões dele devem acompanhar essas mudanças, então é importante praticar bastante. [6]
    • Pense quantas expressões você deseja criar. Um quadrinho mais simples precisa apenas das mais básicas, como felicidade, tristeza e raiva, enquanto um mais complexo exige expressões mais profundas, como irritação, confusão e vazio interior.
    • Desenhe-o com as expressões escolhidas e vá fazendo os ajustes necessários.
  5. Depois de todo o processo de criação e experimentação, tente fazer a versão definitiva do personagem, que será usada mais tarde, na hora de fazer o quadrinho. Para isso, vá misturando seus elementos preferidos dos esboços, até atingir o resultado esperado. [7]
    • Nesse momento, desenhe com calma e de forma mais detalhada do que nos passos anteriores. Esse será o modelo usado durante toda a produção do quadrinho.
    • Desenhe com tranquilidade. Se quiser colocar algum elemento no personagem, mas estiver difícil demais de desenhar, deixe-o de fora.
    • Mostre o desenho final para um amigo e peça para que ele seja honesto. Com as críticas construtivas dele, você poderá fazer os ajustes que julgar necessários.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Criando a personalidade

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  1. Para começar, é preciso batizar o protagonista. A escolha pode ser baseada em um nome que tenha algum apelo para os leitores ou algo que diga respeito à personalidade do personagem. [8]
    • É mais fácil dar nomes aos personagens quando eles são animais, já que dá para chamá-los de qualquer coisa mais bobinha. Mas, quando se trata de personagens realistas, a escolha tem que ser bem cuidadosa.
    • Pense na conotação dos nomes. Por exemplo, o nome “Cristiano” carrega um forte caráter religioso, então é legal evitá-lo, a menos que faça sentido na sua história.
    • Quando se trata de nomes, não existe uma regra, mas é legal dar uma pesquisada nos nomes mais comuns da época em que se passa sua história. Por exemplo, se ela acontece na década de 20, nomes modernos, como Enzo, causariam um certo ruído.
  2. Anote traços básicos, começando pelos mais fortes e partindo para os mais específicos. Como eles reagem aos outros? São bons e generosos ou do tipo que esconde o que sente? Como respondem a conflitos e problemas? [9]
    • O personagem não precisa de uma personalidade tão complexa, caso o quadrinho seja mais simples. Nesse caso, bastam alguns traços e peculiaridades.
    • Se a ideia é criar um quadrinho mais complexo, então é legal aprofundar-se um pouco mais. As reações dos seus personagens, por exemplo, podem depender da pessoa com quem estão interagindo.
  3. Isso é ainda mais importante, caso queira escrever uma história mais complexa. Para isso, dedique um tempo a elaborar os fatos que marcaram o personagem antes da história começar. [10]
    • Nem todo personagem profundo precisa de um passado obscuro. Você pode apenas dar informações básicas, como local de nascimento, infância e eventos mais importantes.
    • Foque em como o passado do personagem afeta sua personalidade e suas escolhas. Ao escrever o pano de fundo, pense na influência das experiências únicas dele na vida atual.
  4. Os mais interessantes têm objetivos que os move e guiam suas ações. Essa é uma parte importante na construção do personagem e é legal gastar um tempinho pensando nesse detalhe.
    • Se a história é mais leve, o personagem pode ter ambições mais simples. O Garfield, por exemplo, quer apenas comer e dormir. Já em quadrinhos mais complexos, a busca pode ser por um propósito maior.
    • Não deixe de lado as necessidades universais. Dentre elas, estão fome, abrigo, amor e compaixão. É importante que seu personagem também apresente essas características ou alguma outra, única. Se ele foi abandonado na infância, por exemplo, pode ter uma grande necessidade por segurança ao crescer.
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Dicas

  • Não fique triste se o personagem não sair do jeito que imaginava logo de primeira. A construção vai melhorando com o tempo.
  • Sempre comece desenhando com traços mais fraquinhos, para conseguir apagar, caso erre.
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