O fenômeno denominado “brain zaps” é descrito como uma descarga elétrica, clarões de luz ou um som de que algo está se quebrando dentro da cabeça. Independentemente de como cada paciente o descreve, esse é um sintoma da abstinência ao retirar certos medicamentos (seja de forma intencional ou ao fazer o desmame), como os antidepressivos, tais como a duloxetina, a venlafaxina , a sertralina , o citalopran, e a fluoxetina (muito raro), devendo sumir dentro de um a três meses. Para controlar ou eliminar o problema, a melhor opção é pedir a ajuda de seu médico para reduzir de maneira controlada as doses do seu medicamento. Você também pode realizar ajustes no seu estilo de vida e experimentar suplementos sem comprovação científica de eficácia, cujas chances de causar algum prejuízo são bem pequenas.
Passos
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Não pare de uma só vez de tomar o medicamento. Apesar das incertezas que cercam os “brain zaps”, é bem aceito que a interrupção abrupta do uso de alguns remédios pode levar ao seu aparecimento. Os antidepressivos ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina) e os ISRSN (Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina e Noradrenalina) são os mais associados com essa sensação elétrica, portanto, não pare de ministrar a droga por completo de uma hora para outra. [1] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Não fazer a retirada gradual também pode acarretar outros sintomas graves físicos e psicológicos de abstinência. Siga as orientações do médico para fazer o desmame do fármaco.
- O processo de retirada de outros medicamentos também está associado com os “brain zaps”, como os benzodiazepínicos (voltados ao relaxamento muscular ou redução da ansiedade) e remédios para Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, como a Ritalina. A interrupção repentina do entorpecente ilícito ecstasy (MDMA) também está associada a esse problema; sempre procure auxílio e um médico em todos esses casos.
- É bastante importante seguir as orientações do especialista para retirar aos poucos os benzodiazepínicos. Apenas deixar de usá-los pode ser perigoso e até levar a uma convulsão epilética em pacientes que o tomam diariamente. [2] X Fonte de pesquisa
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Oriente-se com seu médico para interromper o uso de antidepressivos da maneira certa. O ideal é diminuir aos poucos a dosagem durante algumas semanas ou até meses; quanto mais lenta for essa retirada, menor a chance de ter a sensação de eletricidade no cérebro. Algumas pessoas, no entanto, apresentam esse efeito adverso mesmo com a dosagem diminuída gradualmente. [3] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Por exemplo: o especialista poderá orientar a diminuição da dosagem de fluoxetina por algumas semanas, seguindo uma certa programação: 60 mg, 40 mg, 30 mg, 20 mg e 10 mg até parar. [4] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- Alguns médicos indicam a titulação de um antidepressivo, que envolve abrir a cápsula e diluir a droga cada vez mais. Esse método só pode ser experimentando com o auxílio de um médico.
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Não se esqueça das doses durante o desmame (e nem durante o tratamento). Às vezes, esse fenômeno serve como um “alarme”, que lembra a pessoa que ela esqueceu de tomar uma dose do medicamento. Para evitar isso, tente criar lembretes (mais confortáveis, de preferência) para ministrar o remédio de forma consistente. [5] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- Coloque um lembrete ou um alarme no seu celular, por exemplo, para tomar o fármaco na mesma hora, todos os dias.
- Durante a retirada do medicamento, é mais comum apenas diminuir a dose do comprimido, e não mudar o horário ou a frequência com que ele será consumido.
- O médico poderá esclarecer como deverá agir ao esquecer de ministrar uma dose. Nunca tome a próxima em dobro ou a aumente de qualquer jeito, ao menos que recomendado pelo profissional.
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Faça a transição para o segundo remédio que servirá como “ponte” para fazer o desmame do primeiro. É possível que o período que um antidepressivo se mantém ativo no organismo (chamado de meia-vida) tenha impacto nos sintomas de abstinência, como os “brain zaps”. Introduzir um fármaco para servir como “ponte”, com maior meia-vida, como a fluoxetina, pode ser útil para eliminar ou ao menos diminuir esse tipo de desconforto. [6] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Por exemplo: ao diminuir a dosagem de duloxetina, o médico prescreverá dosagens de fluoxetina que aumentam à medida que a de duloxetina é reduzida. Assim que parar com esse medicamento, você poderá retirar a fluoxetina com maior facilidade.
- Não tente fazer isso sem orientação médica.
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Volte a tomar a medicação apenas se a abstinência estiver sendo muito debilitante. Com paciência, perseverança e apoio, a maioria das pessoas consegue superar a fase dos sintomas adversos e das sensações elétricas no cérebro; por outro lado, se estiverem insuportáveis, a única opção pode ser ministrar novamente os remédios, ao menos por um tempo, e tentar fazer o desmame em outro momento. [7] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- Converse com o médico e discuta os pontos positivos e negativos de voltar a tomar o fármaco em questão.
- Não há um período específico pelo qual deverá aguardar antes de tentar outra vez a retirada gradual do medicamento. Isso pode ser determinado apenas com a orientação do médico.
- Nem sempre você terá os mesmos sintomas de abstinência da próxima vez. Não se sabe exatamente o que faz com que os efeitos colaterais da retirada do remédio sejam diferentes, mas pode ser por diminuir a dosagem de maneira mais lenta, por exemplo.
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Recorra a atividades que o acalmem para diminuir o estresse. Reduzir a dosagem (e no futuro parar por completo) de antidepressivos é um momento difícil, já que diversas manifestações adversas, como os “brain zaps”, podem aparecer. Há pacientes, inclusive, que relatam que essa sensação é mais frequente ou grave quando estão bastante ansiosos. Desse modo, recorrer a atividades que o acalmem e aliviam o estresse vão ajudar. [8] X Fonte de pesquisa
- Yoga, meditação, respiração profunda, tomar um banho quente e ouvir músicas calmas e agradáveis, por exemplo, pode ajudar.
- Exercícios leves (como uma caminhada ou pedalar sem exagerar) podem até deixá-lo mais tranquilo, porém, em alguns casos, também exacerbam os “brain zaps”.
- Há pacientes que defendem o uso da aromaterapia para se acalmarem. Por exemplo: pingar algumas gotas de lavanda, bergamota ou rosas em um difusor de aroma.
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Procure não realizar movimentos no plano horizontal dos olhos e nem outro que seja um gatilho. Mover os olhos de um lado para o outro de forma muito rápida é uma ação que desencadeia, em vários pacientes, essa sensação elétrica na cabeça. Alguns relatam que o movimento da cabeça de um lado a outro ou de cima para baixo acarreta o mesmo efeito. Ao identificar qualquer movimento que causa o desconforto, procure os evitar. [9] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Por exemplo: mexer os olhos de um lado a outro pode desencadear tal manifestação. Nesse caso, não fique seguindo a bola ao assistir um jogo de tênis de mesa (ou até de tênis) e fuja de situações similares.
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Lembre-se de que essas sensações elétricas não são nocivas e logo vão parar. Infelizmente, os “brain zaps” são muito reais, frustrantes, causam desorientação e em muitos casos, até mesmo dor. No entanto, não há indícios de que sejam prejudiciais à saúde, ainda que possam levar semanas, meses ou até anos para cessarem por completo. [10] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Diga a si próprio que vai superar isso e busque apoio com amigos, parentes e médicos para enfrentar os momentos mais difíceis.
- Uma teoria que explica o surgimento dessa desagradável sensação é a queda de um componente químico “calmante” no cérebro, chamado de GABA (ácido gama-aminobutírico). Ao longo de semanas ou meses, os índices do GABA devem retornar ao normal. [11] X Fonte de pesquisa
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Aumente a ingestão de água. Alguns especialistas acreditam que os “brain zaps” estão relacionados à queda do GABA no cérebro, logo, o consumo aumentado de água não deve influenciar, diretamente, na melhora. No entanto, como vários outros métodos sem comprovação científica, há pacientes que juram que hidratar-se melhor fornece efeitos benéficos contra esse sintoma.
- Por sorte, beber muita água é bom para todos e é quase impossível exagerar na quantidade ao ponto de causar problemas. [12] X Fonte Confiável Centers for Disease Control and Prevention Ir à fonte
- A boa hidratação do organismo faz com que você se sinta melhor, tanto fisicamente quanto emocionalmente, de modo que você não note tanto essas sensações elétricas.
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Adote uma alimentação rica em nutrientes. Assim como beber água, não existe comprovação com base científica que liga a dieta com os “brain zaps”, mas construir uma alimentação com muitos nutrientes será benéfico para seu bem-estar mental e físico.
- Coma diversos tipos de frutas e legumes todos os dias para nutrir-se de maneira adequada. Complemente a dieta com grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. [13] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- Procure minimizar a ingestão de comidas com poucos nutrientes, como produtos enlatados e refrigerantes.
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Fale com seu médico sobre o uso de difenidramina para combater esse sintoma adverso. A difenidramina é um anti-histamínico que, segundo alguns pacientes, reduz a incidência dos “brain zaps”, ainda que não se saiba com exatidão como o medicamento age. No entanto, vale a pena levar essa questão ao médico.
- A difenidramina pode ser comprada sem retenção de receita médica, mas ainda assim é necessário consultar o especialista antes de ministrá-la, já que pode interagir com alguns remédios e causar efeitos colaterais ainda piores. No Brasil, ela geralmente está disponível em forma de pastilhas para a garganta.
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Experimente usar suplementos, se o médico permitir. Não há indícios de que qualquer suplemento seja benéfico contra o incômodo elétrico na cabeça, mas pode-se consumir um por alguns dias na semana e verificar se há alguma melhora. Depois, se não houver efeito, tente ministrar um suplemento diferente. [14] X Fonte de pesquisa
- Os suplementos ômega-3, B12, spirulina e huperzina A são alguns dos mais usados para os “brain zaps”.
- Antes de consumir qualquer suplemento, sempre consulte um médico primeiro. Há risco de que eles interajam com outros fármacos e causem outros efeitos adversos.
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Referências
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605268
- ↑ https://healthywa.wa.gov.au/Articles/A_E/Benzodiazepine-withdrawal
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605268
- ↑ https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/how-to-taper-off-your-antidepressant
- ↑ https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/going-off-antidepressants
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4919171/
- ↑ https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/going-off-antidepressants
- ↑ https://mentalhealthdaily.com/2014/11/29/brain-zaps-causes-treatments-for-electrical-shock-sensations/
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605268
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605268
- ↑ https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-superhuman-mind/201710/what-causes-brain-zaps
- ↑ https://www.cdc.gov/healthywater/drinking/nutrition/index.html
- ↑ https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/add-more-nutrient-dense-foods-to-your-diet
- ↑ https://www.healthline.com/health/brain-shakes