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Todo mundo já mentiu alguma vez na vida; no geral, costumam ser coisas pequenas e insignificantes, mas às vezes inventamos algo maior e acabamos causando problemas graves. Seja uma mentirinha ou uma grande farsa que saiu do controle, é difícil se safar depois que já se envolveu na situação. Assumir o que fez e procurar ser mais honesto é uma atitude e tanto, mas saiba que o autodesenvolvimento é um processo mais complicado do que parece.

Método 1
Método 1 de 3:

Lidando com o problema

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  1. Tome um tempo para analisar as suas atitudes e questionar a origem delas. A ideia aqui não é justificar o erro, mas sim compreender o que aconteceu e por quê. Um bom exame de consciência o ajudará a não repetir o mesmo comportamento no futuro, além de oferecer uma explicação à pessoa afetada pela mentira. [1]
    • Caso tenha um terapeuta, peça o apoio dele para resolver a situação. Se não, passe para o papel os detalhes do ocorrido, e veja se isso traz alguma conclusão.
  2. Todo mundo que foi enganado ou prejudicado pela sua mentira merece uma retratação.
    • Em alguns casos, não tem muito segredo. Por exemplo, se você tiver mentido no seu currículo, assuma o que fez para o recrutador que o entrevistou. No entanto, há outras situações em que as coisas são mais subjetivas: talvez você não tenha mentido diretamente para aquele indivíduo, mas ele pode ter sido afetado pela sua atitude. Vamos supor que você tenha colado em uma prova; nesse caso, não é só o seu professor que merece uma confissão, mas também os seus pais e outros responsáveis, que devem estar cientes do seu comportamento.
    • Se houver várias pessoas com quem conversar, fale individualmente. Assim, você conseguirá ser mais direto e transparente, além de mostrar que respeita e dá valor a cada uma delas.
  3. Embora falar no impulso até possa resolver a questão, é melhor combinar com calma o momento do diálogo. Dessa forma, você poderá organizar seus pensamentos, e escolher um lugar onde não haja interrupções.
    • Prefira um horário em que ambos estiverem tranquilos. Evite, por exemplo, conversar na hora do almoço ou logo de manhã, pois são períodos do dia bem corridos. [2]
  4. Conversar na casa de um dos dois não é uma boa ideia, pois trará a sensação de que o anfitrião tem certa vantagem. Pense nisso direitinho antes de marcar o encontro.
    • Uma dica é optar por lugares públicos, como um café ou um parque; porém, prefira um espaço calmo e vazio, sem distrações ou pessoas ouvindo a conversa.
  5. Ao focar-se nos olhos da pessoa, você transmitirá sinceridade, e assim, pode ser que ela tenha uma reação melhor à revelação. [3]
    • Lembre-se: embora mentir seja errado, é muito nobre reconhecer a sua falha. Tenha orgulho da sua atitude, e saiba que só os fortes vão por esse caminho.
  6. Confesse a sua falha da maneira mais sucinta e direta possível. Explique a razão, se a pessoa estiver disposta a ouvir, mas não dê um tom de justificativa. [4]
    • Inicie as frases com “eu” para se referir ao assunto. Dessa forma, você evita o ar de acusação e negação da culpa.
  7. Os estudos mostram: contar meias verdades (ou fugir da responsabilidade dos próprios atos) anula o efeito positivo que a confissão teria. [5] Por isso, por mais desconfortável que seja, não omita nada, nem tente diminuir o impacto da notícia de outras maneiras.
  8. Depois de assumir a farsa, finalize o diálogo com desculpas sinceras. Mostre que percebeu o quanto o seu erro foi sério e prejudicial para todos. Não dá para garantir que você será perdoado, mas ainda vale a pena mostrar o seu arrependimento. [6]
    • Diga ao indivíduo que você não espera ser desculpado. É um jeito de mostrar que você está confessando a sua falha por querer fazer o certo, e não para simplesmente se dar bem ou aliviar o próprio remorso. [7]
    • Não fique fazendo rodeios ou tentando suavizar a situação. Não diga: “Sinto muito se você ficou chateado pelo que eu fiz”, e sim: “Sinto muito pelo que eu fiz”. Simples assim, sem transferir a responsabilidade ou se isentar.
  9. Embora o assunto possa ser delicado para todos os envolvidos, não suba o tom, nem se exalte: isso afetará a sua capacidade de se expressar. Para realmente passar a mensagem certa, mantenha a cabeça fria e fale calmamente. [8]
    • Se você acha que não conseguirá segurar a barra (e, portanto, dizer a verdade), leve uma colinha: escreva em um papel os pontos principais a discutir, e recorra a ele se necessário.
    • Evite consumir álcool ou café nesse dia, pois essas bebidas afloram ainda mais as emoções. Substitua por chá verde ou chá de camomila, e você se sentirá mais calmo.
  10. Deixe a pessoa dizer o que está sentindo e o que quer fazer dali em diante. Você já fez sua parte, agora é hora de dar espaço para que o outro se expresse. [9]
    • Claro, isso não significa que um comportamento violento ou abusivo deva ser tolerado. Você fez uma coisa errada, mas isso não é motivo para uma punição exagerada. [10] Se a reação for muito ruim, peça perdão novamente e vá embora o mais rápido possível.
  11. O melhor pedido de desculpa é a mudança de comportamento: mostre que você é digno de confiança através das suas atitudes. O outro não é obrigado a esquecer ou perdoar a situação, mas você e sua moral só têm a ganhar. [11]
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Método 2
Método 2 de 3:

Escrevendo uma carta

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  1. Abra o seu diário e escreva sobre o ocorrido, questionando a motivação e o impacto da sua farsa para os outros. Essa é uma ótima ferramenta de autorreflexão, pois o ajuda a se conhecer melhor e a organizar os pensamentos. [12]
    • Não tem diário? Sem problemas! Abra uma página do Word ou pegue um papel e uma caneta. Se tiver um blog pessoal, também é uma boa ideia desabafar lá sobre a mentira.
    • Caso tenha um terapeuta, peça ajuda a ele para analisar o problema.
  2. Antigamente, o e-mail era visto como um meio inapropriado para falar sobre questões pessoais, mas isso mudou, e hoje ele é usado para todo tipo de assunto. Por outro lado, enviar uma carta física mostra dedicação e respeito à pessoa.
    • Se não tiver o e-mail ou endereço do indivíduo, peça aos amigos dele alguma forma de contato.
    • Não escreva à mão se tiver a letra ruim. Já basta confessar uma mentira e pedir desculpas: não espere também que a pessoa adivinhe o que você quis dizer.
  3. Depois de refletir sobre as suas atitudes, pense no que gostaria de expressar e em como fará isso. Faça um esboço objetivo para não perder o foco do assunto.
    • O texto não deve passar de uma página. Atribua um tema a cada parágrafo, depois desenvolva as ideias. [13]
  4. Com base nos tópicos escolhidos, faça o texto. O ideal é ter pelo menos três parágrafos bem completos: o primeiro deve falar sobre o motivo da mentira e da carta; o segundo servirá para expressar o seu arrependimento e pedir desculpas; por fim, o terceiro deve mostrar que você espera ter melhorado as coisas, mas que não está exigindo o perdão do outro. [14]
    • Você pode (e deve!) incluir detalhes pessoais na carta, mas tome cuidado para não desviar muito da sequência, que é: confissão, retratação e conclusão.
  5. É legal escrever de um jeito atencioso e minucioso, mas não exagere. Assuma o que fez de maneira clara, objetiva e honesta, e você causará bem mais impacto. [15]
  6. Todos nós já mandamos aquele e-mail ou mensagem de cabeça quente. No geral, acabamos nos arrependendo depois, porque mesmo que as palavras tenham sido sinceras, provavelmente não foram enviadas na hora ou do jeito certo. [16] Por isso, ouça a voz da experiência, e espere um dia pelo menos antes de mandar o seu texto.
    • Se for escrever um e-mail, salve como rascunho, sem digitar o destinatário; dessa forma, você não corre o risco de enviar a mensagem por engano antes de revisá-la.
    • Caso prefira a carta, deixe para comprar os selos no dia seguinte; assim, mesmo que o impulso de enviar na hora apareça, você não conseguirá postá-la.
  7. Separe um tempinho no dia seguinte para dar uma última lida na sua mensagem. Arrume os erros de ortografia, as expressões estranhas e, acima de tudo, use a perspectiva calma do momento para escrever de um jeito mais racional.
    • Se algum amigo de confiança estiver por dentro da situação, leia a carta para ele e peça sua opinião. [17]
  8. Talvez surja a sensação de que o texto nunca está bom, e nesse caso, a tendência é ficar corrigindo cada mínimo detalhe, a ponto de nem mandar nada. Não caia nessa: quando a mensagem estiver clara e bem escrita, clique em “Enviar”, ou vá logo ao correio. Quanto mais rápido você finalizar isso, melhor para a situação.
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Método 3
Método 3 de 3:

Contratando um profissional

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  1. Pode ser que você queira confessar a mentira e se desculpar pessoalmente, mas e o medo de perder a cabeça? Ou de não saber conduzir a conversa? Se não puder lidar com a tensão, busque ajuda profissional. [18]
    • Caso estude em uma escola ou faculdade, veja se a instituição tem algum orientador à disposição dos alunos. Geralmente, você encontra essa informação no site do local, mas também pode perguntar à secretaria.
  2. Seja o conselheiro da escola ou um terapeuta particular, faça a sua escolha com base em alguns fatores, como preço, afinidade pessoal e conveniência.
    • Os psicólogos que oferecem esse serviço cobram valores diversos; o ideal é fazer um orçamento antes de contratar. [19]
    • Prefira alguém imparcial e experiente na solução de conflitos. Mesmo que o seu pai ou seu primo queiram ajudar, por exemplo, não é uma boa ideia, a menos que eles sejam qualificados para isso. [20]
    • Ainda que tenha gostado de cara de algum candidato, pesquise com calma os depoimentos de clientes anteriores (principalmente nas páginas oficiais), bem como a sua formação. No caso dos psicólogos, é obrigatório ser formado para exercer a profissão; se a pessoa for coach, a exigência é menor, mas ainda vale priorizar os profissionais mais especializados. [21]
  3. Antes do momento em si, separe um tempinho para contar tudo ao moderador: a situação, as necessidades envolvidas, o objetivo da conversa, etc. Ele também deve explicar o método de trabalho, e dar algumas dicas para você se preparar. [22]
    • Lembre-se: o profissional pode ser muito útil, e talvez ele até ofereça um tratamento a longo prazo (o que seria ótimo!). O acompanhamento psicológico ajuda a viver de uma forma mais honesta, e a evitar o ciclo vicioso de erros.
  4. Ele pode enviar um convite formal para o seu ente querido, ou usar algum meio mais simples.
    • Caso você trabalhe ou estude o dia todo, é melhor conversar depois dos compromissos; evite fazer isso no meio da correria, ou as distrações e o estresse da rotina podem prejudicá-lo. [23]
  5. Ponha a cabeça no lugar antes da sessão; não se deixe levar pelas emoções. [24]
    • Para se acalmar antes do grande momento, você pode meditar, tomar um chá verde, ou fazer exercícios relaxantes (como ioga e respiração consciente). É importante estar centrado para organizar os pensamentos, e oferecer o seu melhor ao diálogo. [25]
  6. Não comece já soltando a bomba; passe a vez para o mediador, que deve definir algumas regras e conduzir a discussão.
    • Quando for a sua hora de falar, explique a mentira. Inicie as frases com “eu”, evitando fazer acusações ou fugir da culpa. Caso você se exceda ou perca o foco, a pessoa imparcial deve intervir.
    • Quando for a vez do seu ente querido falar, ouça com atenção. Provavelmente você não pensou muito no lado dele quando mentiu, mas agora, terá a oportunidade de ampliar a sua perspectiva. [26]
  7. Ao oferecer desculpas sinceras, você mostra que entende o seu erro, e que assume a responsabilidade pelas consequências dele. [27]
    • É muito mais fácil perdoar alguém que apresenta mudança de comportamento. Demonstre que você não está simplesmente se desculpando, mas sim tentando ser alguém melhor. [28]
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  1. http://www.loveisrespect.org/healthy-relationships/conflict-resolution/
  2. http://www.livestrong.com/article/216152-how-to-fix-a-relationship-after-lying/
  3. http://www.wou.edu/~ulvelad/courses/ED632Summer11/Assets/UsesBenefitsJournal.pdf
  4. http://www.aims.edu/student/online-writing-lab/process/outline
  5. https://www.psychologytoday.com/blog/the-squeaky-wheel/201311/the-five-ingredients-effective-apology
  6. http://www.rd.com/advice/relationships/14-ways-resolve-conflicts-and-solve-relationship-problems/
  7. http://money.usnews.com/money/blogs/outside-voices-careers/2015/05/19/do-these-4-things-before-sending-an-email
  8. http://writingcenter.unc.edu/handouts/reading-aloud/
  9. https://cmhc.utexas.edu/fightingfair.html
  10. http://www.themediationcenter.org/pg5.cfm
  11. http://www.studygs.net/peermed.htm
  12. http://www.ssw.chhs.colostate.edu/students/graduate/mediation/faqs.aspx
  13. http://www.mindfulmediation.com.au/workplace-conflict-resolution/
  14. http://www.rd.com/advice/relationships/14-ways-resolve-conflicts-and-solve-relationship-problems/2/
  15. http://www.valueoptions.com/april06_newsletter/friendly_feuds.htm
  16. https://www.mindtools.com/pages/article/newTCS_83.htm
  17. https://www.psychologytoday.com/blog/resolution-not-conflict/201211/what-makes-conflict-how-are-conflicts-resolved
  18. http://www.canadianliving.com/life-and-relationships/relationships/article/steps-to-resolve-conflict-with-a-friend
  19. http://www.relationshipgold.com/communication/apologizelyin.htm

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