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Dungeons and Dragons é o RPG de fantasia mais popular no mundo inteiro. Para jogá-lo, os jogadores precisam criar personagens e o dungeon master (nome dado ao "mestre" do jogo) precisa criar uma campanha. Nada disso é possível, entretanto, sem um mundo fictício completo com nações, geografia, história e conflitos. Para começar a criar seu mundo, é preciso decidir o tamanho dele e a abordagem que será usada. Quer criar um mundo enorme e recheado de pessoas ou nações? Comece projetando um continente. Quer uma história mais focada na cidade em que os personagens se encontram? Comece criando esse local-chave para o jogo — deixe para adicionar outras cidade, hierarquias e estruturas políticas depois. Tudo depende da criatividade e do jogo que vão jogar, e não há certo ou errado nesse ponto. Portanto, o importante mesmo é se divertir nesse processo. Vamos lá?

Método 1
Método 1 de 4:

Escolhendo uma abordagem

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  1. Você gosta de desenhar e escrever? Crie um mapa mundial primeiro e vá criando países e cidades na sequência. É possível criar seu próprio mapa do zero, mas também dá pra usar um site ou um programa de computador para gerar um. Dê nomes às nações e às capitais delas. Escolha também onde os jogadores começarão a campanha e vá preenchendo o mapa de acordo com a necessidade. [1]
    • A maior desvantagem desse caminho é que ele é bem trabalhoso, já que dar nome, projetar e popular um continente inteiro gera uma quantidade enorme de trabalho antes mesmo do jogo começar. É normal que alguns mestres passem meses criando um mundo inteiro.
    • A maior vantagem desse caminho é que o mundo ficará bem rico e realista. Quando os jogadores fizerem uma pergunta sobre o mundo para um personagem, ele terá uma resposta bem preparada e real. Assim, também é mais fácil manter a consistência durante toda a campanha, já que você pensou no mundo inteiro com antecedência.
    • Procure por inspirações na internet. O Inkarnate é um site bastante popular na comunidade de Dungeons and Dragons, podendo ser acessado clicando aqui . O serviço está disponível apenas em inglês, entretanto. Outra opção, para poder gerar um mapa aleatório, é acessar este site .
  2. A ideia é que os jogadores se concentrem em apenas uma área no começo do jogo, comece com uma cidade ou região na qual o jogo vai se iniciar e vá criando o restante do mundo conforme a necessidade. Bole um nome para a cidade e crie uma taverna, um rei ou um prefeito. Quando os jogadores fizerem perguntas sobre o mundo exterior, responda de forma vaga para criar a sensação de que os personagens sabem tanto quanto os jogadores. [2]
    • A principal desvantagem desse caminho é que você precisará depender da improvisação. Quanto os jogadores seguirem para lugares novos, você precisará pensar no ato sobre quem mora lá, há quanto tempo o local existe e o que esses personagens querem.
    • A maior vantagem dessa abordagem é o foco. Quando os jogadores quiserem descobrir mais sobre um novo local, eles precisarão ir lá, em vez de depender de informações externas, o que ajuda a tornar as decisões dentro do jogo mais pesadas e importantes.
  3. Por exemplo, não é bom que uma parte do mapa não seja acessível por nenhum motivo aparente. Também não é bom criar regras demais no mundo ou cidades com muitos muros ou guardas. Mantenha a abertura para que os jogadores sintam que fazem parte do mundo pra valer. [3]
    • É normal que o mestre "prenda" os jogadores para guiá-los a um lugar específico. Evite fazer isso sempre que possível, mesmo que queira apresentar algo aos personagens. Você sempre pode criar coisas novas e repentinas!
    • A liberdade de escolha para os jogadores é essencial para a diversão dentro do mundo. Não comece o jogo com seus personagens no fundo de um poço do qual é impossível sair.
    • Lembre-se de que os jogadores farão escolhas inesperadas e podem não querer ir onde você quer que vão. É preciso ser capaz de improvisar e se adaptar. Não recuse um movimento só por não estar preparado para ele.
  4. Sempre que for trabalhar no mundo, edite esse documento. Antes da primeira partida, imprima o documento e use-o como guia; se alguma vez precisar adicionar algo, imprima as páginas adicionais e junte-as ao restante. [4]
    • É comum que o dungeon master diga "Esperem aí, um segundinhos" e confira o documento que criou para poder responder às dúvidas dos jogadores com precisão.

    Dica: Para criar um mundo coeso, evite ficar mudando coisas que já escreveu. Por exemplo, se der um nome para o Rei e mudá-lo depois de apresentá-lo aos jogadores, o mundo vai parecer pouco real e mal feito. É melhor construir as mudanças desejadas para a história. Se quer mudar o nome do rei, que tal assassiná-lo e substituí-lo?

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Método 2
Método 2 de 4:

Criando um mundo completo

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  1. É importante nomear as nações e as principais cidades do mapa, populando tudo com personagens não jogáveis. É importante que os nomes reflitam bem o tom da cidade e do jogo. Por exemplo, uma cidade de comércio humana pode ser chamada de "Condado de Olmo", ao passo que um vilarejo orc vizinho cheio de mercenários poderia ser chamado "Verzanzibu", que tem uma sonoridade mais agressiva e estrangeira. [5]
    • Tome cuidado na hora de criar uma campanha séria. Por exemplo, uma cidade chamada "Fofolândia" pode parecer ridícula para alguns jogadores.
    • Tudo bem criar cidades com várias raças. Elas costumam ser mais estáveis e focadas no comércio.
    • Se precisa de inspiração, confira alguns exemplos de ideias e nomes acessando https://azgaar.github.io/Fantasy-Map-Generator/ ou https://donjon.bin.sh/fantasy/town/ .

    Dica: As principais raças em Dungeons and Dragons são humanos, elfos, meio-elfos, anões, gnomos, orcs, draconatos (pessoas-dragões), goblins e halflings. Essas raças costumam ter suas próprias estruturas sociais, focos e motivações.

  2. Duas nações estão guerreando? Há um golpe militar ocorrendo em algum lugar? Esses conflitos podem criar uma sensação de realismo para o mundo, portanto, escolha um ou dois para que os jogadores sintam que realmente fazem parte de um local que existe e que não gira em torno deles. [6]
    • Outros conflitos podem incluir uma nação tentando dominar o mundo, brigas políticas ou inquietação social. Inspire-se no mundo real!
    • Esses conflitos ajudam a criar a sensação de que o mundo está evoluindo. Por exemplo, se havia uma perseguição ocorrendo em uma cidade no começo do jogo, é possível que ela tenha terminado enquanto os personagens estavam fora do local. Assim, os jogadores terão uma consciência de que existem consequências e movimentações no mundo, encorajando-os a se envolverem nos conflitos locais.
  3. Se não houver algumas características únicas para cada local, tudo ficará meio repetitivo e sem vida para os jogadores. Por exemplo, uma cidade pode ter colinas e uma infestação de fungos, ao passo que outra região é conhecida por ataques de ursos e chuvas torrenciais. Uma cidade pode ser conhecida mundialmente por suas leis rigorosas e seus castelos altos, ao passo que outra pode ter problemas com gangues e tráfico. [7]
    • As qualidades únicas podem dizer respeito à arquitetura, às leis, às estruturas sociais e à população.
    • Traços interessantes para as nações podem se relacionar à geografia, à vida selvagem, à fauna e ao clima.
  4. Os deuses são importantes no lore do jogo, mas eles podem mudar completamente o layout do mundo que você está projetando. Pense em quantos deuses quer incluir desde o começo. Se acha que magia e divindades são bons para mover a trama, use-os sem medo! Tudo bem também se não quiser usar todos eles. [8]
    • Por exemplo, se a religião for importante no mundo que está criando, prepare uma lista detalhada de divindades e lembre-se de incluir templos e instituições religiosas específicas para os deuses nas cidades.
    • Se quiser, use a religião para gerar conflito no mundo sem precisar depender das decisões dos jogadores. Isso pode ser útil se quiser que algo aconteça na partida, mas não tem um bom motivo com base nos comportamentos dos participantes.
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Método 3
Método 3 de 4:

Criando uma cidade

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  1. Os participantes do jogo vão querer saber onde estão, por onde entraram na cidade e onde ficam os principais edifícios locais. Desenhe um mapa (ou use um gerado na internet) para compartilhar com os jogadores, fazendo com que a partida fique mais autêntica e facilite o apego dos personagens com os ambientes. [9]
    • Para gerar um mapa aleatório de uma cidade, clique aqui .
  2. Todo NPC que mora na cidade deve saber o nome do prefeito e entender como as coisas funcionam no local, portanto, pense com antecedência no nome do prefeito e na estrutura política da cidade. Não importa se rolam eleições democráticas ou se estão sob o controle da nobreza por milênios, deve haver uma estrutura na cidade. Escolha de acordo com a sensação que deseja evocar com o local. [10]
    • Pense em como as leis são impostas na cidade. Um governo totalitário provavelmente terá uma polícia secreta e revistas aleatórias, ao passo que uma cidade comercial pacífica vai ter mercados ao ar livre e muitas lojas.
  3. Crie um ou dois personagens chamativos para que os jogadores possam interagir. Todo local tem suas próprias lendas , portanto, crie dois NPCs (personagens não jogáveis) e dê nomes a eles. Escolha bem as motivações deles e pense em onde eles poderão ser encontrados. Os jogadores vão se apegar a personagens memoráveis e isso pode incentivá-los a se envolver em conflitos locais. [11]
    • NPC é a sigla em inglês para non-player character , que é traduzido como personagem não jogável . Os NPCs podem ser amigáveis, grosseiros, agressivos e até mesmo gananciosos, assim como qualquer outro personagem.
    • Por exemplo, a cidade pode ter um beberão conhecido em todas as tavernas. Ele pode começar a bater boca com o xerife paspalho da cidade, que está oferecendo dinheiro para quem estiver disposto a caçar bandidos que fugiram pela cidade. Assim, seu grupo terá algo para se envolver assim que chegar na cidade.
    • Algumas motivações interessantes para esses NPCs: destruição de um rival, desejo por poder ou dinheiro, gerar o caos, etc.!

    Dica: Escolha um sotaque para o NPC ao representá-lo. Assim, você criará um ser mais complexo e memorável, fazendo com que os jogadores se lembrem com quem estão falando durante as conversas.

  4. Toda cidade de fantasia precisa desses estabelecimentos! Escolha nomes divertidos e criativos, sempre com base no clima que deseja dar à cidade. Alguns exemplos bons de nome incluem "Estalagem Pedra-Rio" ou "Ave Matutina".
    • É possível combinar duas construções para criar uma taverna e uma estalagem, facilitando as coisas.
    • Se os personagens vão dormir em algum lugar, a estalagem é essencial . Isso é importante dentro do jogo, pois o repouso é a forma que os personagens têm para recuperar pontos de vida e feitiços.
    • Acesse este site para gerar nomes aleatórios e inventários para lojas, tavernas e estalagens.
    • Lembre-se de que os jogadores precisam comer! O que se encontra no menu das tavernas locais? Bole alguns itens fantasioso, como cerveja dos anões, perna de javali e sopa de pernil.
  5. Os personagens precisam fazer algo com os tesouros que encontram com o passar do jogo, portanto, coloque uma loja em cada cidade, vendendo itens únicos para criar uma identidade para cada local. A loja de uma cidade pode vender armas, ao passo que outra loja pode focar mais em anéis e vestes mágicas. [12]
    • Bons nomes para lojas incluem "O Baú do Tesouro" e "As Vestes do Mago".
    • Os lojistas costumam ser bons NPCs. Crie um personagem memorável para cada loja.
    • Aqui você encontrará uma lista aleatória de itens para serem vendidos nas lojas. O material está disponível apenas em inglês, entretanto..
    • Tome cuidado para não criar uma loja com muitos itens poderosos. Se os jogadores decidirem roubar a loja, eles ficarão fortes demais.
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Método 4
Método 4 de 4:

Modificando mundos existentes

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  1. É normal que a comunidade de Dungeons and Dragons compartilhe mapas e outros materiais caseiros para que outras pessoas usem. A empresa criadora do jogo, Wizards of the Coast, também publica materiais que os jogadores podem "pegar emprestado" para criar seus próprios mundos, portanto, procure por mapas e mundos para modificar na internet e facilitar um pouco sua vida. [13]

    Dica: Forgotten Realms e Greyhawk são dois dos mundos mais populares, e existem muitas campanhas na internet para esses mundos. Outras escolhas populares incluem Eberron, The Outlands e Ravenloft.

  2. Criar seu próprio panteão de divindades costuma ser uma tarefa extensa e pesada. Portanto, use a lista preexistente de deuses, anjos e demônios como base para conseguir manter um registro de todos os deuses. Para uma lista completa de deuses do jogo, em inglês, clique aqui . [14]
    • Os deuses em Dungeons and Dragons são listados como divindades maiores ou divindades menores. As menores costumam ser menos poderosas, ao passo que as maiores costumam ter templos em cidades grandes.
    • Assim como os jogadores e os NPCs, os deuses também têm suas próprias tendências. Um deus caótico e mau pode desejar que seus seguidores ataquem os inocentes, ao passo que um deus leal e bom provavelmente deseja que seus seguidores construam abrigos e pratiquem caridade.
  3. Não está a fim de criar um mundo ou simplesmente está sem tempo? Não há absolutamente nada de errado em jogar em um mundo que já foi criado. É possível encontrar campanhas completas nos livros oficiais de Dungeons and Dragons, que podem ser encontrados em grandes livrarias e lojas on-line. [15]
    • A maioria das campanhas é projetada para a 5ª edição do jogo, que tem seus próprios conjuntos de regras específicas. Se está jogando uma versão diferente, pode ser preciso criar suas próprias campanhas ou procurar por materiais mais antigos.
    • Os mundos criados do zero são conhecidos pela comunidade de Dungeons and Dragons como homebrews .
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Dicas

  • Apesar de não ser essencial, ter em mãos o Livro do Jogador e o Livro do Mestre pode ajudá-lo na hora de criar um mundo.
  • Desde que todos estejam se divertindo, não há certo ou errado na hora de jogar Dungeons and Dragons!
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